No apartamento da Matilde.
Matilde: Eu não entendo o conceito de romance, Kekekê. Você não acha que é um conceito muito abstrato?
Kekekê: Engraçado ouvir isso, Matilde. Nós estamos casados há anos e com quatro filhos. Como você não entende o conceito de romance??
Matilde: Não não, Kekekê. Você entende de romance. Eu não entendo de romance. Acho que você não sacou ainda onde quero chegar…
Kekekê: O que eu entendi é que você está filosofando, enquanto olha para uma caixa de sapatos!
Matilde: Ué é proibido fazer isso???
Kekekê: Proibido não é, mas você podia olhar pela janela ao invés de olhar para uma caixa de sapato!
Matilde: Olhar pela janela é para perdedores!
Kekekê: Que coisa mais estranha para se dizer… Está competindo com quem? Com o Além?
Matilde: O Além eu não vejo desde que fui até o cemitério dos carros usados. Ele é um osso duro de roer!
Kekekê: Estou bem confuso aqui.
Matilde: É eu também. A Moon está escrevendo a primeira coisa que vem a cabeça.
Moon: Ei! Estou com altos plots aqui.
Matilde: Sei, sei. No seu caso é mais angu do que enredo senhorita Moon.
Moon: Por favor, não use senhorita Moon ironicamente. É elegante demais para ficar sendo desgastado!
Kekekê: Oi Moon! Como está escrever para o blog depois de tanto tempo?
Moon: Não sei. É uma sensação engraçada. A Moon de 2015 deve estar muito decepcionada!
Kekekê: Mas você não é a mesma Moon que era em 2015. E eu não sou o mesmo duende. Agora eu danço zumba!
Matilde: Sim, é um grande dançarino de zumba. O porquê de você ter cismado com isso eu nunca vou saber. Não é bom ser uma pessoa diferente do que você era?
Moon: Não sei. Mudanças nem sempre são bons, eu já cheguei a escrever histórias diárias para o blog. Você entende como me sinto, Kekekê?
Kekekê: Mas é claro que eu entendo! A Matilde também entende, claro. Ela só é ruim de demonstrar isso.
Matilde: Não adianta olhar para o passado. E o meu assunto?
Moon: Está bem, está bem. *dá de ombros* Mas a história não é sobre isso! A história é sobre uma outra coisa.
[Matilde olha para o lado impaciente, e o Kekekê se distrai olhando para a janela]
Matilde: Não? Moon? Moon? *olha para os lados*
Kekekê: Parece que a autora sumiu misteriosamente.
Matilde: Ora! Misteriosamente sumiu enquanto escreve uma historinha? Para quê? Ela podia muito que bem sair pela porta.
Kekekê: Você sabe como a Moonzinha é, totalmente original de vez em quando.
Matilde: Eu nem quero saber oque é ser totalmente original de vez em quando….
[a campainha do apartamento toca]
Matilde: Deixa ver quem é, numa hora dessas…
[Matilde abre a porta]
???: Alôooo!
Matilde: Kekekê, tem uma rena na porta que não conheço. Você sabe quem é.
Kekekê: É a Rena Rodolfo! O que faz aqui, Rodolfo?
Rodolfo: O Papai Noel está requisitando você e a sua senhora para uma missão importantíssima.
Kekekê: Sério? Mas a Matilde é senhora dela mesma. Ela só vem se ela quiser. O que é de tão sério para você vir até aqui a pedido do chefe?
Rodolfo: Ordens são ordens! E o chefe me pediu para entregar em papel e não dizer o pedido em voz alta.
Matilde: Estou ficando curiosa! É claro que vou querer ir.
Kekekê: *pega o papel que Rodolfo entrega para ele*
Matilde: Qual é o pedido?
Kekekê: *lendo o papel com calma* Eu vou resolver o assunto sozinho. É uma coisa bem estranha fazer isso…
Matilde: Mas o quê é…?
Kekekê: É uma missão importantíssima e dificílima. Você pode ficar tranquila.
Matilde: Como é que vou ficar tranquila se você disse que é dificílima?
Kekekê: Eu só estou sendo dramático. Fique tranquila!
— E Matilde nunca soube exatamente qual foi a missão de Kekekê… Finais em aberto por ~dramaticidade~