No estúdio Happy Green Things. Escritório da Moon.
Locutor-sama: Autora, muito bom dia. Como vai você?
Moon: Estou bem, meu caro amigo narrador. Só estou ajudando limãos a fazer uma revolução.
Locutor-sama: Só mais um dia comum, então.
Moon: Dia comum! Que absurdo, que audácia sua me dizer isso!
Locutor-sama: Você sabe como sou um narrador audacioso.
Moon: E muito exibido, também.
Locutor-sama: Sempre quando tem oportunidade, sempre tem que me lembrar disso.
Moon: Lógico. Se não for eu pra te lembrar, quem fará isso?
Locutor-sama: Um dia eu vou descobrir uma coisa muito importante.
Moon: Que coisa seria essa?
Locutor-sama: Não sei.
Moon: Como não sabe?
Locutor-sama: Eu só queria falar uma frase cheia de efeito e dramaticidade.
Moon: Está vendo, é por isso que eu que falei que você é audacioso.
Locutor-sama: Eu vou considerar isso um elogio.
Moon: Eu tenho uma revelação a fazer.
Locutor-sama: Qual?
Moon: Golfinhos jogam pôquer.
[Locutor-sama pondera um pouco antes de responder]
Moon: Não vai dizer nada?
Locutor-sama: Vou dizer, eu só estou pensando um poquinho.
Moon: Mas você pensa muito devagar.
Locutor-sama: Quem não pensa, não fala.
Moon: Tudo bem, tudo bem.
Locutor-sama: Tem conversado muito com golfinhos?
Moon: Eu não converso com golfinhos.
Locutor-sama: Como não? Você precisa saber de informações relevantes, de uma fonte confiável.
Moon: Do próprio golfinho?
Locutor-sama: Sim, do próprio golfinho.
Moon: Mas eu não entendo a linguagem dos golfinhos!
Locutor-sama: Então, então. Você não tem que supor que eles joguem pôquer.
Moon: Se eles não jogam pôquer, eles jogam o quê?
Locutor-sama: Não sei, eu não converso com golfinhos.
Moon: Caramba!!
Locutor-sama: Sim, caramba. Uma pena, não?
Moon: O que seria uma pena?
Locutor-sama: Que eu não converso com golfinhos.
Moon: Ah.
Locutor-sama: Pois é, eu sou bom, mas nem tanto.
Moon: Queria ter a metade da sua autoestima.
Locutor-sama: Você está me ironizando?
Moon: Não, afinal de contas, golfinhos são jogadores de pôquer.
Locutor-sama: Você vai ficar insistindo nesse ponto?
Moon: Claro. Eu tenho certeza das minhas convicções.
Locutor-sama: Ainda bem que você tem suas certezas, e eu tenho as minhas.
Moon: Sim. Podemos encerrar nossa conversa aqui.
Locutor-sama: Não! Ainda não podemos encerrar nossa conversa.
Moon: Como não?
Locutor-sama: Ainda não deu o número de palavras.
Moon: Eu já terminei histórias antes de dar o número de palavras, sabe?
Locutor-sama: Sim, sim. Eu sei disso. Mas de qualquer forma, você não pode quebrar a tradição.
Moon: Mas eu já quebrei a tradição!
Locutor-sama: Tradições são importantes. As múmias gostam.
Moon: As múmias??? Francamente, narrador.
Locutor-sama: Nós não podemos esquecer nunca das múmias.
Moon: Mas… Mas… De onde veio as múmias?
Locutor-sama: Não sei. De qualquer modo, a palavra me veio na cabeça.
Moon: Certo, certo.
Existem dias em que acordamos e sentimos que estamos estranhos, mas nada de uma groselha não resolva.
Locutor-sama: Eu adentrei ao escritório da Senhorita Moon, e procurava algum sinal da presença dela. Onde podia estar? Olhei para um lado, olhei para o outro, inclusive por baixo da mesa. Até que notei uma sombra atrás da cortina.
Moon: Eu não estou aqui.
Locutor-sama: Como não? Quem está atrás da cortina, então?
Moon: Um manequim.
Locutor-sama: E com quem estou conversando?
Moon: E eu vou saber? A imaginação é sua, não minha!
Locutor-sama: Mas foi você quem me criou!
[O Locutor se aproxima da cortina, e ele puxa a cortina. Não havia ninguém.]
Locutor-sama: Ok. Isso foi inesperado.
[Passos se aproximam do escritório, porém o narrador não percebe. A autora aparece, obviamente entrando pela porta.]
Locutor-sama: AAAAAAAH!
Moon: Minha nossa, Locutor. Acalme-se!
[A autora estava carregando uma pilha de livros.]
Locutor-sama: Eu estou calmo.
Moon: E esse grito, o que foi exatamente??
Locutor-sama: Foi um grito de espanto. E essa pilha de livros?
Moon: Ah, eu estava arrumando as estantes.
Locutor-sama: Ah! A biblioteca do Estúdio.
Moon: Exato. E sabe o que eu encontrei?
Locutor-sama: O quê você encontrou?
Moon: Livros de kung-fu.
Locutor-sama: Livros de kung-fu?
Moon: Sim, está difícil de entender?
Locutor-sama: Não, não está difícil de entender. Eu queria saber só o porquê de ter livros de kung-fu na biblioteca do estúdio
Moon: Eu também queria saber disso!
Locutor-sama: Como assim, você não sabe os livros que tem na biblioteca?
Moon: Não, eles aparecem espontaneamente.
Locutor-sama: Caramba.
Moon: Caramba, é só isso que você tem a me dizer, narrador?
Locutor-sama: Sim, eu estou só inventando o que dizer, porque na verdade eu estou sem palavras.
Moon: Ah! Quanta consideração da sua parte, Locutor.
Locutor-sama: Eu faço o que posso, senhorita Moon,
Moon: Ainda bem, porque o que você não pode, você não deve nem tentar fazer.
Locutor-sama: Mas é tentando fazer que eu aprendo!
Moon: De fato, mas quando você tenta com intenção de aprender, não funciona.
Locutor-sama: O que você está insinuando?
Moon: Eu não estou insinuando, estou falando!
Locutor-sama: Que bom que nosso relacionamento é de honestidade.
Moon: Sim! Agora me ajude a se livrar desses livros kung-fu.
Locutor-sama: O que você quer que eu faça com eles?
Moon: Não sei, faz qualquer coisa com eles.
Locutor-sama: Qualquer coisa, ainda assim, é alguma coisa!
Moon: Nossa, Locutor você está com umas tiradas ótimas, hoje
Locutor-sama: Obrigado, autora. É bom que alguém reconheça os meus talentos.
Moon: Sim, agora vá se livrar dos livros que pedi, tá bom?
Locutor-sama: Tinha que ter uma pegadinha, esse elogio.
O título dessa história não veio, mas a historinha segue na publicação do blog! (inovando)
[Clarissa vai até o quarto de Sabrina, depois de procurá-la na sala de estar e nas cozinhas do andar térreo.]
Clarissa: *bate na porta*
Sabrina: *não atende de primeira*
Clarissa: *toca o celular da amiga, e depois desliga*
Sabrina: Você não precisa fazer isso, toda vez que vem aqui, sabe.
Clarissa: Mas é tão eficiente!
[Sabrina deixa a amiga entrar no quarto, após o sapato dela ficar do lado de fora.]
Sabrina: Eficiente!
[Sabrina fecha a porta, e Clarissa vai sentar em uma das poltronas cor de rosa do quarto.]
Clarissa: Lógico, eu sei que você tem uma preguiça de levantar pra atender a porta.
Sabrina: Também não precisa ser sincera a esse ponto!
Clarissa: Nas amizades, alguém tem que ser sincera. Caso contrário, você nem pentearia seu cabelo.
Sabrina: Verdade, ponto pra você. Está aborrecida?
[Sentou em outra poltrona cor de rosa.]
Clarissa: Lógico. Você falou que ia estar na sala, ou em uma das cozinhas do andar térreo. Mas te achei? Não? Pensei que você tinha evaparado, como naqueles vídeos de mistérios…
Sabrina: Tudo bem, tudo bem. Não precisa fazer esse tipo de piada!
Clarissa: Juro que não era piada. Mas de qualquer modo, o que estava fazendo de tão importante?
Sabrina: Estava jogando.
Clarissa: Sei.
Sabrina: Não é “sei” estou falando de um jogo SÉRIO.
Clarissa: É? Um jogo sério? Caramba!
Sabrina: Clarissa, você é terrível quando está de mau humor.
Clarissa: Desculpe, não é intencional. Que jogo você estava jogando?
Sabrina: Aqueles jogos de namoro.
[Clarissa levanta da poltrona, e se dirige pra ir embora]
Sabrina: NÃO VÁ EMBORA! Você não quer ouvir sobre o quê é o jogo?
Clarissa: Tudo bem, sobre o quê é o jogo?
Sabrina: O jogo é sobre ser uma dragona.
Clarissa: Dragona é uma coisa completamente diferente, o certo é dragão-fêmea. Ou dragoa.
Sabrina: Jura?
Clarissa: Sim, faz uma busca na internet.
Sabrina: De qualquer forma, o jogo é um jogo de namoro, que você é uma dragão-fêmea. E tem que conquistar com outros dragões.
Clarissa: Ah.
Sabrina: Ah?
Clarissa: AH!
Sabrina: Melhorou. Você não tinha entusiasmo o suficiente!
Clarissa: Nossa, é só uma entonação. Mas parece ser um jogo interessante.
Sabrina: E como! Os personagens da história são bastante carismáticos.
Clarissa: E quanto a história?
Sabrina: É engraçadíssima!
Clarissa: Mas os nossos conceitos de humor, variam.
Sabrina: Eu recomendo, de qualquer forma.
Clarissa: Que bom. Estava divertido de jogar, então.
Sabrina: Estava bastante divertido, mas é sempre bom receber a sua visita!
Clarissa: AH, fico feliz em ouvir isso.
Sabrina: Eu queria recomendar pra você jogar, também.
Clarissa: Eu? Mas eu só jogo coisas de terror.
Sabrina: Ora Clarissa, e quanto aquele jogo que envolvia bichinhos fofinhos?
Clarissa: Aquilo era um jogo de terror, juro.
Sabrina: De qualquer modo, é bom dar uma variada.
Clarissa: Está bem, não vou te dar o trabalho de me convencer.
[Clarissa fica com o jogo. Duas depois, ela retorna para o quarto de Sabrina, pra devolver.]
Clarissa: AMEI O JOGO, ESTOU shippando todos os personagens!
Sabrina: *orgulhosa* Sabia que você ia gostar!
Existem coisas inexplicáveis, que continuam existindo porque as pessoas gostam da estética.
Na cozinha do Barman, na Casa Verde.
[Barman estava tranquilamente fazendo bolinhas de queijo, quando ele começa a escutar uma musiquinha. Intrigado, ele procura a origem do som, e descobre que vem de um potinho cheio de furinhos. Ele abre o potinho, e descobre o duende Tasketê.]
Barman: Tasketê! Minha nossa, meu amigo, você está bem?
[Tasketê estava claramente feliz em ver a luz do dia, novamente.]
Tasketê: Estou ótimo! Me ajude a sair daqui, sim?
[Barman ajuda o pequeno a sair do potinho]
Tasketê: Muito obrigado. Quem diria que ia ser uma brincadeira tão perigosa.
Barman: Uma brincadeira. Deixe eu adivinhar, estava brincando de ratinho da Alice.
Tasketê: Nossa! Como adivinhou?
Barman: Todo mundo sabe que você é fã de Alice no País das Maravilhas.
Tasketê: Aposto que foi o Luis Pupu que espalhou essa informação.
Barman: Não é uma informação confidencial.
Tasketê: De fato, não é uma informação confidencial.
Barman: Então pronto, não precisa se incomodar das outras pessoas sabendo disso.
Tasketê: Realmente. Está fazendo bolinhas de queijo?
Barman: Estou sim.
Tasketê: Eu adoro bolinhas de queijo. Isso o Luis Pupu também contou?
Barman: Não. Mas se quiser esperar, você também pode comer bolinhas de queijo, junto das outras pessoa da casa.
Tasketê: Nossa! Eu ia gostar muito!
Barman: E você também pode comer bolinhos de queijo, se quiser, Luis Pupu.
Luis Pupu: *sai de dentro do freezer da geladeria* COMO SABIA?
[O patinho estava vestido com um casaco grosso.]
Barman: Foi a minha intuição, apenas. Vamos lá, vai ter bolinha de queijo o bastante pra todos.
Luis Pupu: Droga. Não acredito que fui descoberto!
Tasketê: Ora, Luis. Você vai comer bolinha de queijo, não fique tão chateado.
Luis Pupu: Espiões não tem o luxo de comerem bolinhas de queijo.
Barman: Não sabia que a vida dos espiões, era triste dessa maneira.
Tasketê: É só bolinha de queijo. O que tem de tão…
Luis Pupu: Tudo bem, tudo bem. Mas espiões não podem ter pontos fracos.
Barman: Tenho certeza que sim, mas ninguém é perfeito.
Tasketê: E é só bolinha de queijo! Não é nada de criminoso.
Barman: Ninguém disse sobre ser algo criminoso, Tasketê.
Tasketê: Mas ele está agindo como se fosse, algo criminoso.
Barman: Tem toda razão. LUIS PUPU!
Luis Pupu: Eu não fiz nada, ainda!
Barman: Eles não estão nem quentes, ainda, os salgadinhos. Espere um pouco! Eu vou colocar agora no forno. Tenha paciência, céus!
Luis Pupu: Está bem, está bem.
[Os salgadinhos foram colocados dentro do forno, e todos esperavam com ansiedade as bolinhas de queijo feitas pelo Barman.]
Luis Pupu: *escrevendo no seu diário* Querido diário, o Barman torna-se um inimigo perigoso, quando dentro de seu ambiente natural, a cozinha. Devo tomar mais cuidado, pois ele pode notar a minha presença em outras ocasiões.
Tasketê: As bolinhas de queijo estão prontas, eu trouxe pra você!
Luis Pupu: Obrigado, obrigado.
[O pato aceita as bolinhas de queijo, que foram trazidas pelo duende Tasketê. O pato voltou a escrever no seu diário]
Luis Pupu: As bolinhas de queijo estão muito boas.
Barman: O que você fazia no potinho, afinal? Era só uma brincadeira perigosa?
Tasketê: Sim, era só uma brincadeira perigosa e um tanto imprudente.
Barman: Vê se toma mais cuidado.
Tasketê: Eu sei, eu sei. Vou ser mais cuidadoso!
Há dias que, por qualquer motivo que nós mesmos desconhecemos… Não terminamos as frases, para adicionar um mistério.
No escritório da Hello.
[Hello está sentada na sua cadeira, na frente da sua mesa, pensativa e de braços cruzados
Hello: Estou frustrada, Sir Bigodón.
Sir Bigodón: É mesmo?
Hello: Sim! Você dificilmente aparece!
Sir Bigodón: Não sei porque isso frustra você, meu aparecimento nas histórias não significa nada.
Hello: Significa sim! Significa uma participação especial.
Sir Bigodón: Agradeço a consideração que você tem por mim, mas não precisa se preocupar com essas coisas.
Hello: Mas é óbvio que devo me preocupar.
Sir Bigodón: Pra quê? Os holofotes estão sempre em você. Já devia te satisfazer.
Hello: Mas eu não sou a única personagem das histórias da Moon.
Sir Bigodón: Muito humilde da sua parte, dizer isso.
Hello: Eu sinto que você está me ironizando.
Sir Bigodón: Coelhos não são irônicos.
Hello:Você tem certeza?
Sir Bigodón: Como coelho, eu posso dizer com cem por cento de certeza que não sou irônico.
Hello: A sua convicção pessoal não vale.
Sir Bigodón: Como não? Com meus argumentos convincentes, eu convenço qualquer um.
Hello: Não dá para ter certeza, de nenhum tipo de argumento convincente.
Sir Bigodón: Você está achando que sou irônico, por pura convicção pessoal sua. Porque a minha tem menos valor?
Hello: É, isso que é um excelente argumento.
Sir Bigodón: Lógico. E esse bigode que tenho aqui não é apenas por enfeite.
Hello: Mas Sir Bigodón, você é um coelho. Então seu bigode é necessário!
Sir Bigodón: É verdade. Muito inteligente da sua parte.
Hello: Não é questão de inteligência, é questão de bom senso!
Sir Bigodón: Acredite em mim, o bom senso varia de acordo com a inteligência da pessoa.
Hello: Nossa, Sir Bigodón.
Sir Bigodón: Não me venha com “nossa”. É verdade!!
Hello: Está bem, está bem. Fique calmo!
Sir Bigodón: Eu estou calmo. Sou super tranquilo!
Hello: Eu te descreveria de diversos modos, tranquilo não seria um que escolheria.
Sir Bigodón: Estou apenas ansioso. Isso é normal. Coelhos são ansiosos.
Hello: Então seria útil fazer pra você, um chá de camomila.
Sir Bigodón: Já costumo tomar chás tranquilos, muito obrigado.
Sir Bigodón: Já costumo tomar chás tranquilos, muito obrigado.
Hello: Mas você está ansioso, nesse exato momento.
Sir Bigodón: É que já virou parte da minha personalidade.
Hello: Se você diz…
Sir Bigodón: É sério, não prpecisa se preocupar comigo.
Hello: De qualquer forma, o que estávamos falando mesmo, no começo dessa história?
Sir Bigodón: Sobre você me dar um aumento.
Hello: Eu já te dei um aumento. Boa tentativa.
Sir Bigodón: Bom, eu não desperdicei a oportunidade…
Dizem para não contar com as coisas, porque ovo de páscoa está cada vez mais caro e a vida é um pacote de surpresas inesperadas, que alguém programou.
Na sala principal do estúdio Happy Green Things.
Hércules: O quadro do Salvador Dalí, “A persistência da memória” é incrivelmente misterioso, não acham?
Cola-sama: É o quadro dos relógios derretidos?
Hércules: Sim, é esse mesmo.
Lalali: Ah! Não sabia que era esse o nome dele.
Cola-sama: Nem eu. Pra mim, é o quadro dos relógios derretidos.
Hércules: É uma maneira de descrevê-lo.
Cola-sama: Ainda bem que você concorda.
Hércules: Temos que ser específicos, nas descrições. Assim é mais fácil de outras pessoas lembrarem do que estamos nos referindo.
Cola-sama: De fato, é verdade.
Lalali: É realmente misterioso. Não é engraçado, também?
Hércules: Realmente não entendi, o motivo dele ser engraçado.
Lalali: Não digo no sentido de ser engraçado, para rir, mas no sentido de criatividade.
Hércules: Acho que entendi o que você quer dizer, Lalali.
Lalali: É uma mania que eu tenho, usar a palavra “engraçado” quando não é realmente engraçado.
Cola-sama: A autora faz a mesma coisa.
Lalali: É verdade.
Hércules: Todos nós somos influenciados por ela, quer nós queiramos ou não. Em maior ou menor grau.
Cola-sama: Infelizmente.
Lalali: Nossa, Cola-sama. Não está exagerando, não?
Cola-sama: Não.
Hércules: É melhor não insistir, Lalali. A Cola-sama é assim mesmo.
Cola-sama: Exato. Agora, se me dão licença… *ia se levantar, é impedida por Lalali*
Lalali: Não, não vá embora!
Cola-sama: Precisa de mim para alguma coisa?
Lalali: Não, porém não é bom ficar sozinha.
Cola-sama: Eu fico bem sozinha.
[Cola-sama olha com frieza para Lalali, ela sai da frente e deixa Cola-sama ir embora.]
Lalali: Puxa vida, ela é tão difícil…
Hércules: Eu te admiro por tentar fazer amizade com ela.
Lalali: É que ela é sempre tão ranzinza. E misteriosa, como a pintura dos relógios derretidos.
Hércules: Acha mesmo?
Lalali: Sim. Talvez não seja a minha melhor comparação, mas…
Hércules: Você está fazendo um suspense daqueles.
Lalali: Pois é. É que ela é tão sozinha… Eu tenho os unicórnios!
Hércules: E eu, doze trabalhos para fazer.
Lalali: Estava esperando para fazer essa piada, não estava?
Hércules: Confesso que estava, mas seu não sou um cara engraçado.
[Cola-sama está andando sozinha, pelo corredor.]
Cola-sama: Eu fico muito bem sozinha…
[Cola-sama olha pela janela.]
Cola-sama: Ué? Aquela vaca ainda está pastando por aqui? A autora e as suas novidades.
Moon: Não é uma novidade!!
Cola-sama: De onde você saiu?
Moon: Eu saio de onde eu quiser, sou eu quem mando nas coisas por aqui.
Cola-sama: Não diga.
Moon: Ei! Não saia andando, Cola-sama!
Cola-sama: Não tenho paciência pra você hoje, autora.
Moon: Você dificilmente tem paciência comigo!!
Cola-sama: Certo, certo. Outro dia a gente discute.
Os dias são estranhos, mais estranhos ainda são aqueles que fazem questão de te lembrar que esse universo é uma completa esquisitice.
Na Casa do Random.
Random: Capitão! Capitão! Você não sabe o que aconteceu. *no telefone*
Capitão Yay: Realmente, eu não sei como aconteceu. Estou aqui, procurando minhas meias. Será que os elfos vieram buscar, porque eles querem ser livres?
Random: O quê? De onde você tá falando de elfo????
Capitão Yay: Harry Potter.
Random: *fica em silêncio*
Capitão Yay: Random? RANDOM, você está aí, onde está olhando para os pombos?
Random: Não, não. Eu não estou olhando para pombo nenhum.
Capitão Yay: Olha lá, hein?
Random: E nem em teorias da conspiração, sobre Mario!
Capitão Yay: Não faça isso, não vale a pena.
Random: Enfim, você sabre canetas espiãs?
Capitão Yay: Ah não, ah não…
Random: Que foi?? Qual é problema?
Capitão Yay: É aquele momento.
Random: Momento? Momento de quê?
Capitão Yay: Momento da conspiração!
Random: Mas não é conspiração.
Capitão Yay: Não, imagina.
Random: É um fato.
Capitão Yay: Só os elfos livres, são um fato.
Random: Eles são livres, assim como seus amigos anões.
Capitão Yay: Não estamos falando de Senhor dos Anéis.
Random: Sobre o que falávamos mesmo?
Capitão Yay: Sobre coisas normais.
Random: Capitão, nós somos casados, e você acha mesmo?
Capitão Yay: Eu acho o quê?
Random: Que eu sou normal!
Capitão Yay: Bom argumento.
Random: Lógico. Assim como os pombos.
Capitão Yay: Ah não, ah não. Pombos não.
Random: Sim, pombos sim!
Capitão Yay: Eu não gosto de pombos.
Random: Eu sei.
Capitão Yay: Está falando sério?
Random: Estou falando sério, você quer que eu fale rimando?
Capitão Yay: Não, pelo amor de deus.
Random: Tem certeza?? Eu posso fazer isso.
Capitão Yay: Por favor, por favor. Me poupe disso!
Random: Mas como eu vou treinar minhas habilidades de rima?
Capitão Yay: E eu vou saber?
Random: Tá. E as canetas espiãs…
Capitão Yay: Não dá pra me poupar disso?
Random: Não. Eu sou um deles!
Capitão Yay: Você o quê?
Random: Eu sou um guardião das canetas.
Capitão Yay: Você enloqueceu.
Random: Não. Eu sou assim mesmo. Você deveria saber!
Capitão Yay: Eu já não sei de mais nada.
Random: Mas isso não é bom.
Capitão Yay: Estou apenas seguindo o fluxo.
Random: Depende do fluxo.
Capitão Yay: Chega Random! Não aguento mais a nossa conversa.
Random: Você está aí, sendo aleatório, e é você que não aguenta a conversa?
Capitão Yay: Não, não, não. O aleatório aqui é você!
Random: Sim, eu sei.
Capitão Yay: Está no seu nome.
Random: Claro! Mais alguma obviedade.
Capitão Yay: O céu é azul.
Random: Que maneira besta de terminar uma conversa.
Capitão Yay: Concordo. E uma historinha também.
– Esses personagens, são tão exigentes.
Amigos próximos são muitos sinceros, tão sinceros que eles até podem soar babacas. Mas em amizades de verdade, tudo é rapidamente esquecido.
No apartamento do Locutor-sama:
[Locutor-sama estava fazendo palavras cruzadas, até que a campainha toca. Ele estava de bom humor.]
Locutor-sama: *checa antes no olho mágico* Katsu! Rogério!
Rogério: Olá, Locutor!
K-chan: *em silêncio, ele está bravo*
[O narrador deixa aos dois entrarem.]
Locutor-sama: Aconteceu alguma coisa?
Rogério: Ah, bom. Sabe como é…
K-chan: Você e a Rika brigaram. E ela está chateada.
[Rogério chocado, pelo seu amigo ter ido direto ao assunto.]
Locutor-sama: Ah! Deve ser sobre ontem. Realmente, eu exagerei muito ontem.
K-chan: Ainda bem que você admite.
Rogério: Katsu! Nós mal sabemos o que aconteceu.
K-chan: De qualquer forma, ela está chateadíssima. É bom o Locutor reconhecer seu erro.
Locutor-sama: Mas teve um problema.
K-chan: Qual?
[Silêncio. O “Qual” de Katsu foi realmente intimidador.]
Locutor-sama: A Rika não terminou a história que escreveu.
Rogério: Ah! E você ficou curioso?
Locutor-sama: De certa forma.
K-chan: Não existe de certa forma. Ou você não gostou ou não.
Locutor-sama: Curiosidade é diferente de gostar ou não.
K-chan: Ah! Sim!
Locutor-sama: É melhor eu pedir desculpas para a Rika.
Rogério: Ah! É melhor.
[Rika abre a porta do apartamento de forma impactante.]
Rika: Como assim????? VOCÊ ESTÁ DE BOM HUMOR?
Locutor-sama: Sim, Rika.
Rika: Droga.
Rogério: Calma, Rika! Não precise ficar assim.
K-chan: Não acho que vamos conseguir convencê-la do contrário.
Rika: Exato! Eu sou bastante decidida.
Rogério: Bom. Nosso trabalho aqui acabou…?
K-chan: Se você quiser ir embora, pode ir. Eu ficarei aqui.
Rogério: Você ainda está bravo, Katsu…
Locutor-sama: O que todos nós precisamos é acalmar os ânimos!
Rogério: Tenho que concordar.
Locutor-sama: Não vá embora, Rogério. Convido todos vocês para comer um pedaço de bolo.
K-chan: Depende do bolo.
Rika: É isso mesmo! Depende do bolo! Você não irá comprar nossa companhia, com qualquer tipo de bolo
Locutor-sama: É bolo branco, com calda de coco.
Rogério: Eu aceito. Katsu, o que você acha?
K-chan: Vou aceitar, porque quero fazer companhia para vocês.
Locutor-sama: Esse é o espírito.
Rika: É bom que seja gostoso.
Locutor-sama: Faz sucesso. Minha mãe gosta, e ela é exigente com doces.
Rogério: Ah! Se uma mãe aprova…
Locutor-sama: Exato.
Rika: Vou começar no gosto da sua mãe.
K-chan: Eu também. Se aprovar, vou querer a receita.
Rika: Oh!! É uma receita secreta de família?
Locutor-sama: Não, não é nada tão emocionante assim.
Rika: Ah. Que coisa.
K-chan: Ainda bem, é mais fácil de conseguir a receita.
Rogério: Lá vem…
K-chan: Que foi?
Rogério: A sua mania de colecionar receitas.
K-chan: É divertido, ué.
[Locutor-sama já está na cozinha, Rika está sentada à mesa, esperando o seu pedaço de bolo.]
Locutor-sama: E tudo fica bem, quando termina bem.
Rika: Você tinha que narrar, né…
O tempo todo é um bom momento para ter ideias, mas muitas vezes elas fogem.
No apartamento do Locutor-sama.
Rika: Locutor-sama! *abre a porta do apartamento*
Locutor-sama: Devia ter imaginado que, dar uma cópia da chave pra você resultaria nisso.
Rika: Você falou que era para vir, quando eu tinha uma coisa importante…
Locutor-sama: Tudo bem, tudo bem.
Rika: Não vai me perguntar, o que há de tão importante?
Locutor-sama: Você se declarou para o Katsu?
[Silêncio constrangedor. O narrador não sabia dizer se tinha acertado, ou não.]
Rika: Agora você me deixou triste.
Locutor-sama: Eu errei?? Estou desapontado!
Rika: Eu não vim aqui para contar da minha vida amorosa.
Locutor-sama: Uma pena. Você sabe que sou fofoqueiro.
Rika: É assustador ver você tão sincero.
Locutor-sama: É brincadeira.
Rika: Mas você é realmente fofoqueiro!
Locutor-sama: Agora é a SUA sinceridade que está me assustando.
Rika: É pra isso que temos amigos. Amigos próximos são sinceros!
Locutor-sama: E pessoas completamente estranhas para nós, também.
Rika: Pessoas estranhas são sinceras? E quanto as pessoas normais?
Locutor-sama: Me refiro as pessoas que nos são desconhecidas.
Rika: Ah! Agora que você explicou, faz sentido.
Locutor-sama: De qualquer modo, a que devo o prazer da sua visita?
Rika: Calma! No momento, eu esqueci o que ia dizer.
[Rika senta no sofá, para o espanto do Locutor.]
Locutor-sama: Pra quê a senhorita fez isso?
Rika: Eu sou uma velha cansada. Preciso descansar!
Locutor-sama: Eu sou mais velho que você, e não estou no sofá.
Rika: Problema seu. O seu sofá é confortável!
Locutor-sama: Francamente, Rika. Lembre-se de uma vez, o que você veio falar! Caso contrário, ficarei curioso.
Rika: Caramba! Seria uma honra deixar alguém curioso, com o que tenho a dizer.
Locutor-sama: Ah, francamente…
Rika: É engraçado ouvir você falar “francamente”. Tão espirituoso!
Locutor-sama: Rika…
Rika: Tá, tá, tá. É que eu queria escrever uma história.
Locutor-sama: E veio pedir a minha ajuda, justamente por causa da minha experiência de narrador?
Rika: Oh, não. Não é isso que veio na minha cabeça.
Locutor-sama: Então você precisa de uma opinião sincera.
Rika: Na verdade, não exatamente. A sua opinião não é necessariamente importante.
Locutor-sama: Céus, Rika. Já estou perdendo a paciência.
Rika: Percebi. Estou apenas fazendo justiça.
Locutor-sama: Justiça pra quem?
Rika: Ah, só queria dizer algo dramático.
Locutor-sama: Sei.
Rika: Eu queria saber se, você riria das minhas piadas.
Locutor-sama: Isso dificilmente aconteceria, já não dou nem risadas com as piadas da Senhorita Moon.
Rika: Mas é justamente por isso, que eu queria que você lesse!
Locutor-sama: Mas…
Rika: Vamos lá, vamos lá!
[Rika entrega o seu caderno para o narrador ler.]
Rika: Demorei uma semana para escrever!
[O Locutor lê, após sentar no sofá. Termina de ler, e não dá nenhuma risada.]
Rika: Você não achou engraçado? EM NENHUM MOMENTO?
Locutor-sama: É que a minha vida é triste.
Rika: Ah, Locutor! Você realmente não tem graça nenhuma.
Locutor-sama: Além do mais, essa história não está terminada.
Rika: É que eu fiquei com preguiça.
[Locutor taca o caderno dela no chão.]
Locutor-sama: Me entregue uma história completa pra ler, caramba!
Nem tudo na vida é sobre comer pão de queijo, existe também outras coisas interessantes, como pastel. Não conheço ninguém que não goste de pastel!
Na casa do Kekekê.
Kekekê: Sejam bem vindo a minha humilde casa, Moonzinha!
Moon: Obrigada por me receber, Kekekê. E será que dá certo, mesmo?
Kekekê: Sim, a magia de encolhimento da Matilde dura o tempo que for necessário. Mas cuidado pra não falar framboesa!
Moon: Framboesa?
[Kekekê olha a autora, em silêncio.]
Moon: Era a palavra que me fazia, voltar ao tamanho normal?
Kekekê: Se fosse essa, você teria já voltado ao normal.
Moon: De fato. Qual era a palavra mesmo?
Kekekê: Eu sei, mas so risco de você repetir é grande. Vai querer um suco?
Moon: Suco de uva, por favor.
Kekekê: Suco de uva?
Moon: Suco de uva.
Kekekê: Mas Moon, você não bebeu suco de uva o suficiente para a sua vida inteira?
Moon: Bebi.
Kekekê: Então…?
Moon: Só estou querendo voltar aos bons tempos.
Kekekê: É um dia de nostalgia?
Moon: De algum modo, sim. É uma questão de nostalgia.
Kekekê: Muito profundo. Sente-se no sofá!
Moon: E se eu quiser sentar no chão?
Kekekê: Francamente, Moonzinha. Não comece a bancar a engraçadinha.
Moon: Não estou bancando a engraçadinha. É apenas suma questão de escolha.
Kekekê: Sabe o que é realmente engraçado?
Moon: Não sei, o quê é realmente engraçado?
Kekekê: Seria engraçado se você sentasse no sofá;
Moon: Mas isso é extremamente previsível.
Kekekê: Você prefere ser imprevisível, e sentar de forma desconfortável?
Moon: Está bem, está bem.
[A autora senta no sofá. O duende vai pegar os sucos]
Moon: Caramba!
Kekekê: *da cozinha* O que foi?
Moon: Eu só queria falar isso. É um país livre! Sou eu que escrevo a história por aqui.
Kekekê: Sim, eu sei.
[Kekekê sai da cozinha, segurando uma bandeja, na qual está os copos em cima.]
Kekekê: Aqui está o suco de uva.
Moon: Agradecida. Isso é suco de laranja?
Kekekê: Sim, você preferia?
Moon: Oh, não. Só estou perguntando, mesmo. Criando uma conversa.
Kekekê: Está bem, está bem.
Moon: Nessa quarentena, não tenho muitas oportunidades para ser sociável.
KekeKê: Então você tem que ser sociável com os seus personagens.
Moon: Sim, eu ao menos estou tentando.
Kekekê: É um motivo nobre. Os personagens sempre precisam de atenção!
[A autora bebe o suco de uva. Kekekê bebe seu suco de laranja.]
Moon: Excelente suco! É uma delícia.
Kekekê: Ainda bem que você gostou.
Moon: Sim, eu gostei bastante.
Kekekê: Esse suco de laranja também é muito bom!
Moon: Não sabia que você era um grande apreciador de sucos.
Kekekê: Estou muito longe diso ainda, mas eu realmente gosto bastante.
Moon: Também não combinaria muito, um duende tomando refrigerante.
Kekekê: Com certeza. um duende que bebesse refrigerante seria uma coisa muito feia.
Moon: De fato. E como vão as coisas?
Kekekê: Vão bem. A Matilde está aprendendo a dirigir avião.
Moon: Isso tem mesmo necessidade?
Kekekê: Ela queria renovar a carta.
Moon: A carta de motorista de avião?
Kekekê: Sim.
Moon: Isso existe?
Kekekê: No mundo encantando, existe sim.
Moon: Mundo encantado…
Kekekê: Acho bonitinho falar assim.
Moon: Realmente, é muito bonitinho.
Kekekê: De qualquer modo…
Moon: De qualquer modo?
Kekekê: Ainda não lembrei o resto da piada.
Moon: Que pena.