Moonzinha: Estou sendo levada pelo tédio. O tédio profundo! Vocês aí! Me entretenham!
Moon Terceira: Ah que ótimo! A pequena Moon veio aqui pra reclamar que não tem o que fazer.
Moon Espertalhona: Não seja tão rude! Ela também é uma de nós. O que você quer inventar para nós fazermos?
Moonzinha: *começa a chorar*
Moon Reticências: Caramba… Ela começou a chorar.
Moon Terceira: Façam alguma coisa! Não fiquem aí paradas!
Moon Cacto: Eu já sei! Eu tenho uma excelente ideia. Eu irei..
[A Cacto acabou espirrando. Todas elas responderam saúde automaticamente, até mesmo a Moonzinha, mesmo estando com voz de choro.]
Moon Terceira: Espirrar não é uma solução que o valha, pra um momento como esses.
Moon Reticências: Caramba… Que jeito de falar mais formal…
Moon Cacto: Não é isso! Não é a minha ideia de divertí-la, espirrar não é um tipo de entretinimento, vocês! A minha ideia é chamar um cachorro.
Moonzinha: Você vai trazer um cachorrinho pra mim?
Moon Cacto: Sim! Eu irei chamá-los!! LÉO! CARAMELLO!
[Um poodle preto aparece, em um lugar sem nome. E também chega a seguir, um cachorro peludo de cor dourada, que pulou animadamente nas Moons.]
Moon Cacto: Léo! Aí não é o lugar de fazer xixi!!
Moon Reticências: Eu… Tô caída no chão.
Moonzinha: Ahahahahaha! Ele tá dando beijinho na minha cara!
Moon Cacto: LÉO NÃO SAIA CORRENDO!
Moon Espertalhona: Nunca vi alguém levar um samba de um cachorro poodle.
Moon Terceira: Tudo tem uma primeira vez, pelo visto.
Moon Cacto: Vocês aí! Não fiquem paradas. Nós precisamos impedir ele de fazer xixi em…
Moonzinha: Caramba, caramba! Caramello resolveu fazer xixi também.
Moon Reticências: Tragam… as ferramentas para limpeza.
Moon Cacto: Cadê o desinfetante?!
Moon Terceira: NÃO tem.
Moon Cacto: COMO NÃO TEM? Como que vou limpar essa bagunça toda??!
Moon Espertalhona: Ela está brincando. Aqui está o desinfetante.
[As Moons sentarem-se todas em um sofá que apareceu magicamente. Os cachorros dominaram grande parte do sofá, fazendo-as sentarem muito perto umas das outras.]
Moonzinha: Tem muita gente nesse sofá!
Moon Terceira: Tem dois cachorros deitados ocupando a maior parte do espaço de um sofá, que já é bem pequeno. O que você esperava?
Moon Reticências: A fantasia de cacto… Também tá ocupando grande parte do espaço.
Moon Cacto: Silêncio! É minha marca registrada. Vocês não entendem o quantoque eu sou sensível em relação à críticas.
Moon Reticências: Desculpe…
Moonzinha: Tá de boa.
Moon Cacto: Eu pedi desculpas pra outra Moon, não você.
Moon Espertalhona: Mas todas nós somos Moons.
Reticências: Caramba… que loucura.
O jogo é assim, você aceita o fato de que existe um modo de salvar, mas eu não estou me referindo a nenhum jogo em particular.
Na casa da Cola-sama.
Lalali: Desde a ausência da autora, não tenho visto a Cola-sama, ou ido até o estúdio Happy Green Things. Não acredito que estou vindo até a casa dela, mas que mal pode fazer?
[Lalali atravessa o portão, que estava destrancado. Ela encontra a contra-regra regando suas flores no jardim, uma visão inusitada pra quem conhece a rabugenta Cola-sama.]
Lalali: Te achei!
Cola-sama: Bom dia, minha cara. O que posso fazer por você?
Lalali: Você… está… sorrindo?
Cola-sama: Estou fora do meu hábito, mas é uma questão de se acostumar. Eu não sabia que a porta estava aberta, mas você é sempre bem-vinda. Quer entrar pra tomar um chá? Você não gosta de café, até onde sei.
Lalali: *espantada demais pra responder de imediato* Eu… Aceito.
Cola-sama: Beleza. Bora pra dentro, e feche a boca, por favor, eu não sei mais o que dizer.
[As duas entram na casa de Cola-sama, esta bem humorada a ponto de estar cantarolando alegramente. Lalali não sabe como agir, por conta de não estar habituada em ver a colega de trabalho tão fora de si. Pois estar em si pra ela, era estar não de bom humor, muito pelo contrário!]
Cola-sama: [Abre a geladeira e tira o chá, coloca na mesa, depois coloca dois copos]
Lalali: Que cozinha adorável!
Cola-sama: Obrigada.
Lalali: Não é a primeira vez que venho na sua casa, mas é muito estranho…
Cola-sama: Eu estar cantarolando e sorrindo como um ser humano decente, pela primeira vez em milênios? Não, eu não enlouqueci por completo, estou saudável. Não me olhe assim. Sente-se, por favor.
[Cola-sama empurra a cadeira e Lalali senta. Cola-sama vai se sentar, Lalali se ajeita na cadeira.]
Cola-sama: Nós evitamos uma crise.
Lalali: *bebendo o chá* Sério?
Cola-sama: Sim. O sistema de segurança funcionou perfeitamente, mas eu não sei até quando isso vai funcionar.
Lalali: Ah! Você está em negação!
Cola-sama: Não, meu motivo de bom humor é uma questão de bom-senso. Eu preciso de sua ajuda.
Lalali: Sou toda ouvidos! Você sabe que trabalhamos juntas.
Cola-sama: Exato. Mas de qualquer forma, eu sou grata por você ser gentil comigo, por mais que eu seja uma perfeita imbecil em relacionamentos no geral.
Lalali: Não seja tão dura consigo mesma.
Cola-sama: *respira fundo* Tem razão.
Lalali: O que você precisa?
Cola-sama: Eu preciso que você treine as personagens na série da LadyBow Warrios.
Lalali: Tá, eu não sabia que-
Cola-sama: Escute. A autora abandonou o projeto, por conta de ter sempre uma ideia diferente e não saber o que terminar, portanto, eu queria que voltasse com esse projeto, por conta de que, se ela não escrever alguma coisa e publicar dentro deste blog, o universo pode ruir.
Lalali: Ah! Mas por enquanto, estamos seguros?
Cola-sama: Não vou mentir. Não sei por quanto tempo nós estamos seguros.
Lalali: Não se preocupe! *bebe o chá* Vamos dar um jeito.
Cola-sama: Agradeça o Hércules por mim, se não fosse pelo bom trabalho dele em arranjar uma paciência enorme pra ajustar o sistema de segurança por completo, não sei onde estaríamos.
Lalali: Ah! Eu digo isso pra ele, não se preocupe. O chá gelado está uma delícia.
Cola-sama: Fico feliz que tenha gostado. Mas porque as Lady Bow Warrios em particular?
Cola-sama: Não sei. Estou seguindo ordens.
Lalali: Foi a Tuta-sama que pediu?
Cola-sama: Está explicado, então.
Lalali: Conte comigo! Obrigada pelo chá. Com sua licença, Cola-sama.
Cola-sama: Obrigada. Fique a vontade. Me ligue se precisar.
Lalali: *faz um sinal positivo com sua mão esquerda*
[Lalali se levanta com elegância da cadeira, e Cola-sama a vê saindo da cozinha.]
Cola-sama: Eu espero mesmo que eu o veja novamente, e não apenas em sonhos… *suspira, desanimadamente*
Um dia nós todos vamos beber água, e descobrimos que ela não está gelada o suficiente. Bem específico, eu sei.
Em um lugar sem nome
Moon ???: Parem! Eu venho do futuro!
Moon 2: Nossa… Ela está vestida de cacto.
Moon ???: Eu venho do futuro para dizer que…
Moon 3: Cacto! Ela está vestida de cacto. Que coisa mais aleatória!
Moon ???: Eu acho que você não entende, a importância da minha presença aqui.
Moon 1: Deixem ela falar, vocês duas!
Moon ???: Nós temos outro jogo de Just Dance pra jogar!
[As três Moonzinhas estão em choque.]
Moon 2: A fantasia de cacto… É de uma das músicas do jogo?
Moon Cacto: Sim! E agora, vamos resolver uma questão. Cada Moonzinha vai ser uma coisa. Moon 1!
Moon 1: Sim.
Moon Cacto: Você vai ser a Moon Espertalhona, no lugar de “Moon 1”. A Segunda será reticências e a terceira será a Terceira mesmo.
Moon Terceira: Que injusto! Eu não posso ter um nome?
Moon Cacto: Não. Moon Terceira é sonoro o bastante. Contente-se com isso!
Moon Reticências: Então… Que Just Dance vamos jogar agora?
Moon Espertalhona: *olha pra televisão, magicamente muda pra Just Dance 2015* O de 2015 aparentemente.
Moon Terceira: Finalmente os refrescos!
Moon Reticências: Ah… Ainda bem! Mas temos aquela música INSUPORTÁVEL.
Moon Espertalhona: Acalme-se, reticências! Nós só mudamos pra outra música e pronto.
Moon Reticências: Mas toda vez que passarmos por ela temos que ouvir um pedacinho. Que feature desagradável.
Moon Terceira: Dá pra desbloquear avatares!! Sensacional
Moon Espertalhona: Caramba!! Tem Bad Romance da Lady Gaga!
Moon Cacto: Esse daí é escuro demais pra enxergar. Não recomendo a experiência.
Moon Reticências: E você… Vai ficar por aqui?
Moon Cacto: Bem, não sei. Eu pretendo. Vou ficar aqui como a fada de vocês!
Moon Espertalhona: Você devia estar vestida de fada, então.
Moon Cacto: Não quero ter que me entender com a Matilde. Acha que ela vai deixar eu ficar vestida de fada?
Moon Terceira: Provavelmente vai dizer que não somos merecedoras de um par de asas.
Moon Espertalhona: A Matilde é muito exigente.
Moon Cacto: Ou existem fadas que são em forma de cacto!! Já imaginou?
Moon Espertalhona: Está forçando a barra.
Moon Terceira: Não tem nenhuma barra pra ela forçar.
Moon Cacto: É força de expressão. Não seja tão crítica.
Moon Terceira: Não estou sendo crítica. Estou sendo específica!
Moon Reticências: Francamente… Já tem Moonzinhas demais aqui, e vamos ficar brigando?
Moon Espertalhona: Exato! Aqui é nosso lugar pra ficar na paz.
Moon Terceira: Ficar na paz, jogando Just Dance. Não esqueça disso!
Moon Reticências: Exato… Precisamos fazer perfis pra cada uma. Nossos nomes não vão caber, então terá que ser a letra inicial “M” com o nosso número.
Moon Cacto: Eu vou colocar “cacto”! Vou abraçar essa ideia!
Moon Terceira: Já entendemos, é a diferentona da casa aqui. Agora vamos, temos que alternar aqui quem vai jogar Just Dance ou não.
Moon Cacto: Posso até aguardar minha vez, mas quero a música da Katy Perry. A de aniversário! Vamos celebrar como se fosse nosso aniversário.
Moon Reticências: Meu Deus… Já é abril?
Moon Espertalhona: Não, não. É força de expressão, fique tranquila.
– Eu já escrevi muita história esquista, mas nesse nível acho que não tinha chegado antes. Acho. Final da trilogia! Desse assunto. As Moonzinhas retornarão, provavelmente.
Os dias são curtos, mas até aí tudo bem. Já imaginou se fossem altos? Ok, eu sei, eu sei. Não faz sentido nenhum.
[Continuando do ponto onde parou a história anterior]
Em um lugar sem nome
Moon 3: Agora que eu percebi, nós não temos controle da televisão. Só o controle do console!
Moon 1: O controle do console? Tem certeza que não temos nenhum controle da TV?
Moon 2: Não temos. Se tivéssemos, teria deixado o jogo no mudo faz tempo.
Moon 1: Você devia ter falado isso antes!
Moon 2: Eu tentei… Não quiseram me escutar, ficaram jogando a dança do Rio Nilo e suas múmias doidas.
Moon 3: Tem um dromedário, também!
Moon 1: Na verdade é um camelo.
Moon 3: É tudo da mesma família.
Moon 2: A bateria do controle do console é infinita, aparentemente. Estamos jogando isso aqui indefinitivamente, e ele continua funcionando…
Moon 1: Isso é ótimo! Significa que temos sorte ao menos, nesse aspecto.
Moon 3: Ótimo não é. E como pode ser questão de sorte? Só temos esse jogo pra jogar.
Moon 2: Ah… Agora a senhorita começou a se incomodar…
Moon 3: Não é uma questão de se incomodar! É uma observação, apenas, minha cara.
Moon 2: Eu não sou “sua cara”.
Moon 1: Teoricamente ela é sim, todas nós temos a mesma cara. Nós somos partições de uma pessoa só, estão lembradas?
Moon 2: Ah sim…
Moon 3: Tinha me esquecido desse detalhe.
Moon 2: Mas não queria ser tratada dessa maneira…
Moon 1: Vamos, vamos. Não podemos ficar brigando e reclamando o tempo todo. Isso não leva a lugar algum.
Moon 2: Mas seria interessante, irmos a “Lugar algum” e deixar o “Lugar sem nome”.
Moon 3: Ah! Que surpresa, estamos concordando em alguma coisa. Adoraria uma mudança de cenário!
Moon 2: Bom… O que acha, #1? Você que está querendo motivar a nós duas.
Moon 1: Duvido que tenha outro lugar além desse.
Moon 3: Justo a otimista de nós três, dizendo isso? Estou desapontada com você.
Moon 1: BOM, eu ao menos não me dei ao trabalho de pensar em outro lugar.
[A Moon 1 e 2 olham uma pra outra]
Moon 1: Esse é o problema de pensar positivamente, da minha maneira. É não querer sair nunca do mesmo lugar, porque… CARAMBA!
Moon 2: Caramba… Isso realmente é inacreditável…
Moon 1: INACREDITÁVEL É POUCO! Como pode entrar alguém aqui?
Moon 3: Bom, pelo visto é possível alguém entrar aqui.
Moon 2: Caramba… Caramba!
Moon 3: Bom, ao invés de ficarmos aqui, estupefatas e repetindo caramba, é melhor nos três nos preocuparmos em recepciona-la.
Moon 1: Ah! Sim. É, pode ser isso mesmo. Que mais poderíamos fazer?
Moon 2: Oferecer pão de queijo…
Moon 3: Nós comemos tudo, esqueceu?
– A história continua. Eu não sei como terminar, AINDA. (será que devia estar dizendo isso?)
Coisas estranhas acontecem o tempo todo, mas nem sempre a percebemos pois podem se tornar rotineiras, tudo isso da noite pro dia!
Em um lugar sem nome
Moon 1: Estamos prontas para um novo desafio! O desafio de explorar todos os níveis diferentes dentro do jogo Just Dance 3!
Moon 2: Mas já desbloqueamos todos os presentes disponíveis do jogo. Qual é a graça de ter que continuar, sendo que não vai aparecer mais nenhuma novidade?
Moon 3: Quanta ingenuidade, #2! Temos que aproveitar o suficiente de apenas um jogo.
Moon 2: Mas tem um monte de jogos da série Just Dance… Ao menos no Wii, já é bastante…
Moon 3: Só que ele é o jogo mais importante!
Moon 1: Eu falei sobre novos desafios e tudo mais, mas você está apenas favorecendo porque é o seu número. Pensa que não notei?
Moon 3: Não é só por causa disso! É nosso primeiro jogo de dança. Ele tem que ser memorável!
Moon 2: Bom… Achávamos que tapete de dança era um requerimento pra jogar. Por isso, nunca experimentamos Just Dance.
Moon 3: O que foi uma baita ingenuidade de nossa parte.
Moon 1: Alguém gostou de usar a palavra que aprendeu hoje, pelo visto.
Moon 3: Absurdo! Eu não aprendi essa palavra hoje. Eu conheço essa palavra faz…
Moon 1: Escute, não comece com o absurdo de ter que ser específica. Nunca dá pra saber exatamente onde e quando se aprende uma palavra.
Moon 2: Dá sim… Contanto que você lembre-se de anotar.
Moon 1: E você vai lembrar, onde anotou?
Moon 2: Depende…
Moon 3: Moon #2, pare de usar reticências.
Moon 2: Foi sem querer. Não foi minha intenção.
Moon 1: Não é estranho, que o ponto final, se juntar três deles, vira reticências?
Moon 3: Estranho mesmo.
Moon 2: Estranho é estarmos em uma dimensão que, aparentemente o único jogo disponível pra jogarmos é o Just Dance 3.
Moon 1: Ah! Mas é um bom jogo.
Moon 2: Isso porque você não enlouqueceu, com a música de menu. Não ainda!
Moon 1: Que coisa, você estava tão calma antes.
Moon 2: Eu estou calma… Mas o menu do Just Dance 3 é enlouquecedor.
Moon 3: Eu não acho.
Moon 2: Você está dizendo isso, apenas pra ser diferentona!
Moon 3: Ah é? Eu sou diferentona sem precisar dizer coisas contrárias!
Moon 1: Vamos vamos, não briguem. Temos muito que fazer.
Moon 2: Ah é? O que vamos fazer, espertalhona?
Moon 1: O desafio de uma semana, da sessão de treinamento!
Moon 3: Ah! Alguma novidade pra explorarmos. Um modo de jogo!
Moon 2: Mas vocês tem que admitir, é muito bizarro. Estamos numa dimensão que não tem NADA além de nós três, uma televisão em cima de um móvel, um Nintendo Wii conectado e ligado no Just Dance 3.
Moon 1: Bom, isso é BIZARRO mesmo, quando se coloca por esse lado.
Moon 3: Agora que eu percebi, nós não temos controle da televisão. Só o controle do console!
– Não, eu não sei o que dizer… Só tive essa ideia maluca, e escrevi!
A vida é cheia de escolhas, mas essas escolhas não estão disponíveis, detalhadas em um guia publicado na internet. E ainda dizem que a vida é um jogo!
No estúdio Happy Green Things, escritório da autora.
[A autora estava olhando fixamente para a parede vazia, em seu escritório. Era isso o que o narrador pensava! Mas na verdade, estava visualizando os passos de uma das danças, do jogo Just Dance 3.]
Locutor-sama: Senhorita Moon??
Moon: Ah. Olá, narrador.
[A autora começa a dançar.]
Locutor-sama: Você está dançando para uma parede vazia.
Moon: Não diga. Estou treinando, nunca viu?
Locutor-sama: Mas na direção de uma parede vazia?
Moon: Eu sei que é na direção de uma parede vazia. Mas é porque não tenho um espelho aqui. Como é que é o nome daquele espelho alto?
Locutor-sama: Ah, o nome do espelho é-
[A autora interrompe o Locutor]
Moon: Não diga! Vou ter que ir ao buscador, descobrir o nome.
Locutor-sama: Não vai demorar nem dez minutos, pra fazer isso.
Moon: Pensando bem, ninguém fala buscador. Todo mundo fala o nome do site e pronto.
Locutor-sama: Mas buscador é o nome pra isso?
Moon: Acho que site pra pesquisar fica meio estranho.
Locutor-sama: Acho mais estranho buscador.
Moon: Bom. O que importa é que deu pra entender o que quis dizer.
Locutor-sama: Sim, até foi possível entende-la. Mas e quanto à razão para estar dançando?
Moon: A razão de eu estar dançando é por causa de- Espere, eu já falei sobre isso na narrativa lá de cima, não falei? Estou confusa, agora.
Locutor-sama: Isso é tão metalinguagem.
Moon: Bom, deixando a metalinguagem de lado. Estou treinando os passos de uma dança, queria melhorar a pontuação no jogo.
Locutor-sama: Ah!
Moon: Você não foi ler a narrativa lá em cima, não é verdade?
Locutor-sama: Li, mas é bom explicar para os leitores.
Moon: Verdade! Tenho que ter essa responsabilidade.
Locutor-sama: Ainda bem que concorda. E Senhorita Moon?
Moon: O que foi?
Locutor-sama: É bom vê-la de volta.
Moon: Que bobagem é esse Locutor, a autora sempre retorna para deixar seus personagens mais doidos ainda.
Locutor-sama: Acho que estamos ficando mais normais ultimamente.
Moon: *em choque* Como é…?
Locutor-sama: O que foi? Isso é uma questão de idade e…
Moon: Será… Que estou perdendo minha aleatoriedade?! O que faço agora?
Locutor-sama: É melhor você se preocupar com sua pontuação no jogo. A mudança da sua escrita não é razão pra uma crise existencial.
[A autora pensa um pouco e parece concordar.]
Moon: Está bem, está bem. Nem só de aleatoriedade que se vive! É preciso constância.
Locutor-sama: Sim!
[A autora e o narrador estão determinados. E final da história.]
Tem dias que estamos com vontade de escrever, mas na maioria dos dias, não! A vida também acontece no meio do caminho, que título com grande profundidade.
Locutor-sama: O escritório da senhorita Moon continuava vazio. Até dá saudade da autora reclamando. Será que ela irá voltar aqui, algum dia?
Cola-sama: É lógico que vai. Ela não pode apenas conversar com as vozes na cabeça dela.
Locutor-sama: Cola-sama, está sendo rude.
Cola-sama: Ao menos estou sendo honesta. Não há nada de errado com honestidade!
Locutor-sama: Pra mim, você está tão chateada com a ausência da autora, quanto eu estou.
Cola-sama: Ora! Mas é lógico que não. Lalali!
[Lalali estava passando pelo corredor na frente do escritório da autora.]
Lalali: Alô! O que houve?
Cola-sama: O narrador aqui, disse que estou chateada com a ausência da autora.
Lalali: Todos nós estamos. Eu também estou! Ela nem vim a decoração novo que nós fizemos por aqui. Até a porta é novinha em folha!
Cola-sama: Eu não estou chateada com a ausência da Moon. Francamente! Estão ignorando tudo que eu digo?
Lalali: Considerando o fato que você passa a maior parte do tempo reclamando, ignorar é uma forma de educação.
Cola-sama: Pensando por esse lado…
Lalali: Eu sabia que bons argumentos te convenceriam! Locutor-sama?
Cola-sama: Ah pronto, o narrador vai ficar distraído olhando na janela, agora.
Locutor-sama: Não estou distraído. Estou vendo uma cena fenomenal!
Lalali: Fenomenal é ter dinheiro do banco!
Cola-sama: Eu concordo.
Locutor-sama: Quanto materialismo! E quanto à senhorita Moon?
Lalali: Eu sei lá. Ela volta né? Ela sempre volta.
Locutor-sama: A Senhorita Moon bem que poderia aparecer ali, na entrada do jardim nesse exato instante.
Lalali: Caramba! Ele está chateadíssimo.
Cola-sama: Lógico! Se a Moon não aparece, não tem salário pra ele.
Lalali: Mas não tem salário pra nenhum de nós, na verdade.
Cola-sama: Diga isso pra ele. Narrador egocêntrico é dose.
Lalali: Sendo ele onipresente, isso mexe com a cabeça de qualquer um.
Cola-sama: Até pode ser, mas se a pessoa já tem tendência a ser arrogante…
Lalali: Eu deveria tentar a narração um dia desses.
[O Locutor e a Cola-sama olham surpresos para Lalali]
Lalali: Que foi?
Cola-sama: Pronto. Você conseguiu assustá-lo.
Lalali: Nossa! Foi só um comentário.
Locutor-sama: A narração não é uma brincadeira. Acha que cumpriria essa função com a dignidade que ela merece?
Lalali: Ora! É lógico que sim.
Cola-sama: Dignidade… Essa é boa.
Locutor-sama: É um fato, é preciso ter dignidade pra ser uma pessoa apta a participar do curso dos acontecimentos, dentro de uma história.
Lalali: Dignidade tem que ter em qualquer trabalho.
Locutor-sama: Isso é verdade. Mas conseguiria tolerar a onipresença, onisciência e toda a responsabilidade sob suas costas??
Cola-sama: Você está exagerando agora.
[Enquanto os três conversavam, a autora abria a portinha do jardim, andando em direção da entrada do Estúdio]
As pessoas pensam em muitas coisas, mas as coisas não pensam nelas. Ainda bem, seria pensamentos demais para ter que registrar!
A história é continuação de ontem, do dia 24/05/2021.
Hércules: Aqui estamos nós! Essa é a sala dos portais dimensionais. Tomem cuidado para não entrar em qualquer um deles, muitos não foram explorados e nem catalogados.
[Rika e Hello olham em volta, para os portais, cada um em um andar. Sim, a sala é maior por dentro.]
Rika: É muito portal!
Hello: Não é mais fácil nos irmos de novo pela janela?
Hércules: Não, porque a janela deve ser fechada em breve. Lalali e Cola-sama estão redecorando a parte exterior do Estúdio.
Rika: Isso tem alguma coisa a ver com o fato da autora estar fora?
Hércules: Sim. Se nós três não cuidássemos do estúdio enquanto ela está fora, aqui provavelmente ficaria em ruínas.
Rika: Ruínas!!
[Hello está pensativa e apenas prestando atenção na conversa.]
Rika: Isso tem a ver com as ideias da autora?
Hércules: Sim. As ideias dela estiverem… um tanto difíceis para lidar.
Rika: Minha nossa! Tem algo que podemos fazer?
Hércules: Não, porque é algo abstrato. Não dá para lutar com algo tão subjetivo assim.
Hello: E quanto aos portais?
Hércules: Ah! Os portais abrem espaço para monstros, de vez em quando. Por isso é perigoso entrar aqui, sem o treinamento necessário.
Rika: São vocês três que cuidam daqui?
Hércules: Sim. Eu, Hércules, Lalali e Cola-sama.
Rika: Até a Cola-sama??
Hércules: Até mesmo a Cola-sama.
[Rika fica sem palavras para a resposta de Hércules.]
Hello: *faz uma poste pensativa* Se aqui no estúdio fica sem uma porta, por onde é que você entrou?
Hércules: *abaixa a cabeça* Pela janela.
Hello: AHÁ! Somos todos igualmente suspeitos!
Rika: Deixa disso, Hello. Sinto muito por isso, Hércules. Qual é o portal pra nossa dimensão?
Hércules: *tira o celular do bolso da camisa, para checar* É aquele ali. *aponta para o portal que tem uma placa de planta*
Rika: Obrigada! Que planta é essa?
Hércules: Não faço a menor ideia.
Hello: Também, com um rabisco desses…
[As duas entram no portal indicado.]
Hércules: Ufa. É melhor eu ir embora também, dessa vez, pelo portal. Chega de janelas por hoje!
[Ele entra por outro portal, e vai embora.]
É sempre bom lembrar que ETC significa “Entre Outras Coisas”, mas a pergunta é, que coisas são essas? Muitas perguntas sem respostas, talvez nós nunca iremos saber!
No escritório da autora, no estúdio Happy Green Things.
[A janela estava aberta. E, pelo fato de estar localizado em um andar térreo, não era difícil de entrar ali. Pessoas normais não entram por janelas, e sim portas, mas acredito que todos saibam disso. Hello entrou pela janela. Óbvio. As regras não se aplicam a ela.]
Hello: Ah! O famoso escritório da autora. Agora, onde está a digníssima, que não aparece faz MESES?
[Hello olha por todos os cantos do escritório, até mesmo embaixo da mesa.]
Hello: Caramba! Eu não a encontro aqui. Será que ela está… *vira a cabeça pra cima* Não, é lógico que ela não está no teto. Que ideia absurda!
[Alguém bate na porta do escritório. Hello vai abrir a porta.]
Hello: Sim?
Rika: Ué, o que faz por aqui?
Hello: Estou procurando a autora.
Rika: Eu também.
Hello: Nossa, mas que coincidência!
Rika: Até fiz algo incomum, de minha parte, entrei pela janela.
Hello: Nossa! Eu também fiz a mesma coisa.
Rika: É mesmo? Eu entrei pela janela, porque não encontrei a porta da frente.
Hello: Caramba. Como é que uma porta da frente pode ter sumido???
Rika: Você nem checou a porta. Nem passou pela sua cabeça, entrar por ali!
Hello: De fato. Por favor, não leia minha mente.
Rika: Não faço questão de ler mentes de ninguém, muitíssimo obrigada.
Hello: Ah. Eu também não faço.
Rika: Caramba, que algo ajuizado de sua parte.
Hello: Você anda muito sarcástica.
Rika: Eu? Não, estou só preocupada com a autora.
Hello: Eu também. Mas sem ser sarcástica.
Rika: Céus, Hello. Será que podemos parar com isso?
Hello: Está bem, peço desculpas. Foco! Temos que encontrar a Moon.
Rika: Eu já procurei por todos os lugares! Poupe seu tempo, ela não está aqui no Estúdio.
Hello: Está bem. Vou acreditar na sua palavra.
Rika: E poupar tempo!
Hello: Você ouviu isso?
Rika: O quê?
Hello: São passos!
Rika: *começa a prestar atenção* São mesmo. Mas deve ser apenas um dos membros da equipe da Moon, não é nada de extraordinário.
Hello: Mas as luzes estão todas apagadas. Não tem porta da frente. Não acha que tem alguma coisa errada?
Rika: *dá de ombros* Coisas estranhas acontecem nas histórias.
Hello: Coisa estranha é entrar pela janela!
Rika: VOCÊ também entrou por uma janela!
Hello: De fato. Mas eu estava com pressa.
Rika: Os passos estão vindo na nossa direção.
[As duas pararam de conversar, para olhar quem estaria vindo até elas.]
Hércules: Ué? O que vocês fazem aqui?
Rika: Nós…
Hello: Estávamos procurando o banheiro!
Rika: Que desculpa absurdamente ridícula! Estamos procurando a autora.
Hércules: Ela não está. Por onde vocês entraram?
Hello: Tinha uma janela aberta.
Hércules: *pensa um pouco* É melhor vocês saírem daqui.
Hello: Mas e a autora?
Hércules: A autora não está. O Estúdio fica perigoso quando ela não está por aqui.
Rika: Perigoso… Como?
Hércules: A porta da frente some, por exemplo. Vamos, eu mostro a saída pra vocês.
Rika: Mas você disse que não tem porta da frente.
Hércules: Tem portal dimensional. Só não tem porta da frente.
Hello: Explicação razoável.
Hércules: E por favor, não entrem pela janela. Não quero ter que expulsar vocês daqui novamente. Quando a autora voltar, podem ser melhor recebidas.
Rika: Tá bom, tá bom!
Hércules: Sigam-me.
Os dias são estranhos, enquanto o ano termina.
No escritório da autora, no estúdio Happy Green Things.
Moon: Há muitas coisas interessantes nesse mundo, Locutor-sama.
Locutor-sama: Tenho que concordar.
Moon: E você sabia o que é interessante para se pensar?
Locutor-sama: Não. Só espero que não seja entediante. Já estou aqui com sono, e prefiro não pensar em coisas chatas.
Moon: O que é estar entediado?
Locutor-sama: Eu suspeitava que fosse ser algo assim, o nosso assunto de hoje.
Moon: Vamos lá, colabore na minha reflexão, por favor.
Locutor-sama: Estar entediado é um estado de espírito que, você não consegue se divertir com coisa alguma. Podemos ir para a próxima?
Moon: Boa resposta. Mas ainda não me dei por satisfeita!
Locutor-sama: Ótimo, senhorita Moon. Pode conversar com a versão minha, de papelão.
Moon: Não banque o engraçadinho.
Locutor-sama: Já falei que estou com sono, autora. E essa conversa está me fazendo… *boceja* ficar com ainda mais sono.
Moon: Você não dormiu a noite?
Locutor-sama: Dormi.
Moon: Como ainda pode estar com sono?
Locutor-sama: Tem coisas que são inexplicáveis.
Moon: Estou vendo. Mas acontece, serei compreensiva, meu caro narrador.
Locutor-sama: Ainda bem.
Moon: De qualquer modo, eu concordo com você. Mas era mais fácil procurar o significado no dicionário.
Locutor-sama: Um dicionário pode até tirar sua dúvida, mas um dicionário não responde todas as perguntas.
Moon: Lógico que não. É um dicionário de palavras, e não de perguntas!
Locutor-sama: Existe um dicionário com perguntas?
Moon: Ia ser pergunta demais para se catalogar, em apenas um dicionário. Imagine só, volume de dicionários!
Locutor-sama: É de fato iria ser conteúdo demais para se registrar em dicionários.
Moon: E palavras são coisas estáticas.
Locutor-sama: Como assim?
Moon: Ora, elas não se movimentam por elas mesmas. Precisam de uma frase inteira. De conteúdo!
Locutor-sama: Devia imaginar que uma escritora, responderia dessa forma.
Moon: Lógico. Temos que ser metafóricos.
Locutor-sama: É realmente necessário sermos metafóricos?
Moon: É claro que é realmente necessário! Você, como meu personagem deve seguir minha linha de raciocínio.
Locutor-sama: Por falar em linha de raciocínio…
Moon: Oi?
Locutor-sama: Raciocínio parece nome de pasta de dente.
Moon: Como chegamos até o assunto de pasta de dente?
Locutor-sama: A aleatoriedade deve viver autora. Deve viver para mantermos as histórias interessantes!
Moon: Está bem. E as metáforas, eu espero que nós não estejamos esquecendo-se dela!
Locutor-sama: Lógico que não vamos esquecer. A metáfora e a aleatoriedade andam de mãos dadas.
Moon: Ainda bem. Vamos encerrar por aqui.
Locutor-sama: Ok. E eu vou dormir.