No escritório da autora, em Happy Green Things.
Moon: Estou me sentido um tanto melhor humorada, hoje. Lalali, diga-me, há uma vibração otimista no ar?
Lalali: *pensa um pouco* Bom. Antes de você chegar, nós acendemos incensos e deixamos uma música ligada.
Moon: Música relaxante?
Lalali: Sim! E incenso de canela.
Moon: Ótimo! Devia ter reconhecido o aroma. Mas diga-me, Lalali, como estão as ideias? Bem comportadas?
Lalali: Serei honesta contigo, autora, elas estão comportadas mas claramente impacientes!
Moon: Minha nossa! É mesmo?
Lalali: Sim! Não é muito diferente do normal, o fato delas serem impacientes. É claro que, a impaciência das suas ideias está maior do que o normal. Há algo te tirando o foco?
Moon: O quê? Não, não. Está tudo bem!
Lalali: Estou me referindo ao teclado. Ouvi dizer que ia desistir de publicar as histórias, assim que chegasse ao dia dez de março.
Moon: Ah sim, bem, a questão do teclado está bastante incômoda. Mas apesar de ter pensado em desistir, eu fico com pena de deixar o blog abandonado.
Lalali: É assim que se fala! Não deixe o blog abandonado, mesmo que o teclado esteja… Te incomodando bastante. O teclado está pegando fogo, ou é só minha impressão?
Moon: É apenas a sua impressão, minha cara a Lalali. Nós duas aqui estamos em um interessante diálogo, e o teclado está querendo colaborar com efeitos especiais. Nada fora do comum, sabe?
Lalali: Sei.
Moon: De qualquer forma, sinto-me motivada! Deve ser o cheiro do incenso de canela. Ou o otimismo me contagiando. De quem será o otimismo? É seu, Lalali?
Lalali: Sim, de certa forma, me considero uma pessoa otimista. Se estou te contagiando, fico feliz. Como chefe das ideias, um dos meus trabalhos é inspirá-la positivamente. Só não sou musa da criatividade, isso não faz parte das minhas funções.
Moon: Sim, é verdade. Eu tenho noção disso, pois a senhora guaxinim lê os contratos para mim. Claro que é para me ajudar a dormir mas, é lógico que absorvo o conteúdo que me é transmitido.
Lalali: Ainda bem, autora. Enfim! Não desista dos seus projetos. Nós estamos aqui para te ajudar. Conte conosco para te motivar a trabalhar.
Moon: Obrigada, Lalali. Agradeço muito a sua dedicação.
Lalali: De nada. ENFIM! Tenho afazeres para cumprir. Tenha um ótimo dia, Moon.
Moon: Você também, Lalali.
[Lalali sai do escritório, e encontra Cola-sama no corredor]
Lalali: A autora não irá desistir, Cola-sama. Pode tirar o cavalinho da chuva!
Cola-sama: Não tem cavalinho nenhum. Nem chuva.
Lalali: Não seja tão literal! Estou falando para guardar os itens de festa.
Cola-sama: Humph. Está bem.
A incrível saga do teclado continua… Mas para tudo se dá um jeito, então enfrentarei essa situação com bom humor.
No escritório da autora, em Happy Green Things.
Moon: Bom dia, Locutor-sama. *acaba de chegar no escritório* Hoje está um belo dia, não? Está um silêncio abençoado!
Locutor-sama: De fato, tem toda a razão, senhorita Moon. *ainda brincando de cama de gato*
Moon: Ainda está brincando de cama de gato?
Locutor-sama: É bastante divertido. Não tem como ficar entediado, com essa brincadeira.
Moon: Está bem então, eu fico contente por você. *dá de ombros* Quais são as novidades?
Locutor-sama: Está tudo na mesma. Nada de excepcional acontecendo. Exceto talvez, não sei, uma música coreana tocando ao fundo.
Moon: Sei. Quem está ouvindo música coreana?
Locutor-sama: O Random, talvez. Ele me disse outro dia, que sempre teve curiosidade em escutar.
Moon: Que bom para ele, então. Mas esse dia está muito parado.
Locutor-sama: Bom, como autora dá para você fazer as coisas acontecerem.
Moon: Pode até ser, mas isso também depende da boa vontade dos personagens…
[A porta do escritório é aberta, por ninguém menos que a Hello.]
Hello: Autora! As coisas não podem ficar assim.
Moon: Do que você está falando, mulher?
Hello: Não pode ficar mal humorada para sempre.
Moon: Eu não estou de mau humor, hoje. Pode perguntar para o narrador!
Locutor-sama: É verdade. A autora está tranquilona. Palavra de escoteiro!
Moon: Você nem é escoteiro.
Locutor-sama: Mas eu sempre quis dizer isso.
Hello: Está bem está bem. Então, nada tenho o que fazer aqui. Vou-me embora!
Moon: Tá. Mande lembranças para o Barman.
Hello: Espere um minuto! Você não pode me dispensar assim.
Locutor-sama: Mas decidiu-se ir embora por si mesma, senhorita Hello.
Hello: Eu sei! Só queria fazer um drama. Tchau! *vai embora*
Moon: Típico. Absolutamente típico. E agora, o que faremos para essa historinha?
Locutor-sama: Calma, autora. Nós podemos fazer isso entre nós dois, autora e narrador criando uma história.
Moon: Emocionante. E então, até quando isso vai?
Locutor-sama: Até nós dois terminarmos a conversa, oras.
Moon: Estranhamente filosófico.
Locutor-sama: Não acho que isso se classifique como filosófico.
Moon: Discordo.
Locutor-sama: Na verdade você só acha a palavra sonora.
Moon: Não nego que tem uma certa sonoridade.
[Autora e narrador ficam em silêncio por um tempo.]
Moon: Não é engraçado, como flamingos são cor de rosa?
Locutor-sama: Não consigo entender, como chegou nessa conclusões.
Moon: Apenas… Veio na minha cabeça.
Locutor-sama: Ah!
Moon: Nada excepcional.
Locutor-sama: Sei.
Moon: Estou te entediando com a minha conversa, não estou?
Locutor-sama: Lógico que não. Mas a brincadeira da cama de gato, está mil vezes mais interessante. Pode continuar a falar, que estou escutando.
Moon: Deixa pra lá.
Sonhos são feitos disso, de teclados funcionando repetindo sem repetir teclas!
No corredor em direção ao escritório da Moon, em Happy Green Things
Locutor-sama: Estou inocentemente indo em direção a mais um dia de trabalho, sem ter a menor ideia do que hoje está me aguardando no escritório. Soube a informação por terceiros, que devido a problemas técnicos com o teclado, a autora está…
[Uma risada doida é ouvida ao longe. O narrador sente um frio na espinha.]
Locutor-sama: Que os céus me ajudem. Teria a autora finalmente perdido o juízo?
[Com certeza relutância, o personagem abre a porta.]
No escritório da autora.
Moon: Olá, Locutor-sama. *com os dedos juntos, segurando a cabeça, sentada na cadeira e apoiada na mesa.*
Locutor-sama: Autora, que surpresa agradável.
Moon: Não sei qual é a surpresa, aqui é o meu escritório.
Locutor-sama: Pode até ser seu, mas há momentos em que ele está vazio. E tem vezes que vejo a Cola-sama entrar.
Moon: O que você disse sobre a… Esqueça. Tenho problemas maiores para resolver.
Locutor-sama: Tipo o seu problema com o teclado?
Moon: Exatamente. Tive que ativar as teclas de filtragem no Windows, coisa que nem sabia que existia, para fazer as teclas pararem de repetir. É claro que até mesmo a solução, teve um preço a se pagar.
Locutor-sama: Caramba! O que foi que aconteceu?
Moon: Fico feliz que tenha perguntando! Tenho que usar o teclado virtual para usar o shift. E mesmo com essa função ligada, agora é difícil repetitr as letras porque teme que esperar 0,5 segundos. O dobro de R e S, Até mesmo escrever Moon se torna um teste de paciência.
Locutor-sama: Nossa. Mais alguma coisa?
Moon: O monitor pifou. E agora temem que se usar um monitor, manchado por alguma coisa desconhecida.
Locutor-sama: “Alguma coisa desconhecida”?
Moon: Para ser sincera, eu não sei como descrever isso de uma melhor maneira. Mas dá para o gasto. Só uma coisa poderá me salvar.
Locutor-sama: O Chapolin Colorado?
Moon: Não, ingênuo. Dinheiro.
Locutor-sama: Ah, mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Você virar uma mercenária!
Moon: Já estou escrevendo estou escrevendo essa historinha com uma dificuldade bem alta. Não sei como vou conseguir continuar. É bem possível que eu pare de escrever as historinhas no dia 10.
Locutor-sama: Mas autora, e e quantos aos leitores?
Moon: Eles vão entender. Mesmo que sejam poucos que leem, eu tento escrever com carinho essas histórias. E no momento, digamos que estou entrandod em um estado meditativo mentalmente para não me estressar.
Locutor-sama: Bom autora. SEJA qual for a sua decisão, eu te apoiarei completamente.
Moon: Eu que lute. E nem gosto desse meme!
Hoje o dia é 29 de fevereiro, que retorna cada quatro anos! O universo é mesmo um ambiente fascinante, não?
No escritório da autora, no estúdio Happy Green Things.
Lalali: *abre as portas do escritório* Autora Moon! Autora!
Moon: Lalali! Você chegou. Venha me ajude a decorar o meu escritório com esse dia magnifico, que é o dia vinte e nove de fevereiro.
Lalali: Você está fazendo uma festa para o dia 29 de fevereiro?
Moon: Sim, é claro que estou fazendo! É algo magnifico e extremamente fascinante. Deve ser comemorado, mesmo que euzinha não conheça ninguém que faz aniversário desse dia…
Lalali: Hoje podia ser aniversário das suas ideias.
Moon: Ah! Poderia ser. Elas merecem ser comemoradas, apesar de nem todas serem de origens positivas. Enfim! Lalali faça-me o favor de levar um mimo para elas sim?
Lalali: Quando você quer dizer mimo para as ideias, você quer dizer esse bolo que está em cima da sua mesa?
Moon: Sim! Pode ser. Eu acho que é a cara das minhas ideias, o bolo de sabor laranja. O nosso pode ser o bolo formigueiro!
Lalali: Nossa, eu amo bolo formigueiro. Pode deixar comigo, que eu levo o bolo de laranja.
Moon: E é melhor dividir em muitos pedacinhos…
Lalali: Pode deixar comigo! Não sou usuária de duas espadas, por brincadeira. Levo o meu trabalho a sério, como a chefe das ideias.
Moon: Está bem, contando que tome cuidado com o que for fazer…
[Lalali sai do escritório. Locutor-sama entra.]
Locutor-sama: Alô, senhorita Moon. Como vai minha autora favorita?
Moon: Lá vem. Você já vai me pedir alguma coisa…
Locutor-sama: Ah sim! Eu vou te pedir uma coisa, de fato.
Moon: E isso seria?
Locutor-sama: Fazer o Biscoito devolver meu microfone.
Moon: Para quê ele quer seu microfone?
Locutor-sama: Ele falou que queria cantar, para atrair as barras de chocolate.
Moon: Isso é bastante assustador. Cadê o chapéu de mágico…?
Random: *sai de dentro da gaveta da mesa* Terceira porta à esquerda! *se referindo ao armário.
Moon: Ooh! Muito obrigada, Random. Espere aí, Locutor. Vou encontrar rapidinho, seu microfone. *abre a porta do armário, encontra o chapéu* Aqui! *tira o Biscoito do chapéu de mágico* Me dê o microfone do narrador, Biscoito.
Biscoito: Não!
Moon: “Biscoito deu o microfone para a autora, de maior boa vontade.” *o personagem faz como lhe é dito* Está vendo, Biscoito? Você não tem escolha, a não ser obedecer a minha narrativa.
Biscoito: Isso não é justo!
Moon: Escreva suas próprias histórias, e aí a gente conversa.
Existem muitas estranhezas para se ver nesse mundo, e são fáceis de encontrar. Basta olhar pela janela!
Locutor-sama: É um dia de paz em Happy Green Things, o estúdio de criação da nossa digníssima autora. E quando digo paz, me refiro ao fato que não há nenhuma ideia desajuizada querendo destruir os móveis. Ou nossas cabeças. E estou aqui com a chefe das ideias, Lalali, e o outro contra-regra, o Simpático Hércules.
Lalali: Que horror, Locutor-sama. As ideias podem ter comportamentos um tanto… primitivos, mas mesmo assim nunca quiseram destruir nossas cabeças.
Hércules: Imagino que o narrador quis dizer que, as ideias acabam nos exaustando mentalmente. As ideias da Moon.
Lalali: Mesmo assim! Eu acho uma escolha um tanto, digamos exagerada de palavras. “Destruir nossas cabeças!”
Hércules: É verdade que pode soar exagerado, mas as ideias da autora são bastante poderosas. Um dia desses derrubou a coluna de embalagens de maionese.
Lalali: Aquela instalação artística do Random?
Hércules: Essa mesma.
Lalali: Que maldade! Instalações artísticas devem ser respeitas.
Locutor-sama: Pessoal? Nós temos que seguir o roteiro. Quero dizer, o título.
Lalali: Quer dizer que o título tem algo a ver, dessa vez, com a história?
Hércules: *cruza os braços* Confesso que estou impressionado.
Locutor-sama: Sim, é de fato realmente impressionante. De qualquer modo! *puxa as cortinas da janela* A janela dos estúdios de Happy Green Things!
Hércules: Essa não é a única janela…
[Acontece um efeito hiper realista de raios e trovões]
Lalali: Nossa! Que baita chuva…
Hércules: Pessoal, aquela ali na chuva é a Cola-sama?
Locutor-sama: Sim! E ela está varrendo.
Lalali: Parece que ela perdeu o juízo…
Locutor-sama: Ou nós estamos vendo a pessoa errada. Pode ser apenas um efeito de pareidolia.
Lalali: Será mesmo?
Hércules: De todas as coisas que já vi, a última que pensei que veria era uma pessoa varrendo, no meio da chuva.
Lalali: Ainda assim, sinto que vi coisas mais estranhas.
Locutor-sama: Fico imaginando o que seria mais estranho, do que ver uma pessoa varrendo, no meio da chuva!
Lalali: Acredite, você não vai querer saber.
[A autora aparece, saindo de um dos corredores, segurando uma prancheta na mão]
Hércules: Autora Moon! Nós estamos vendo uma coisa bem estranha.
Moon: É mesmo? *olha com uma expressão séria*
Locutor-sama: *pensando* Ela não está no melhor dos humores…
Hércules: A Cola-sama está lá fora, varrendo no meio da chuva.
Moon: Ah sim, fui eu que mandei ela fazer isso.
Lalali: Autora! Isso é maldade. Mesmo sendo alguém como a Cola-sama.
Moon: Ela estava enchendo a minha paciência. E isso interrompe os meus pensamentos, e planejamentos!
[Locutor-sama, Lalali e Hércules estão claramente assustados.]
Moon: Em minha defesa, eu disse isso para ela “vá varrer no meio da chuva”, mas não imaginava que ela fosse realmente fazer isso. Vocês nunca ouviram falar dessa expressão?
Lalali: Nunca ouvi falar.
Hércules: Lalali! Que coragem, nós devíamos apenas concordar com a autora.
Lalali: Mas eu realmente nunca ouvi falar.
Locutor-sama: Está tudo bem, pessoal. Tenho certeza que podemos conversar com a autora de forma racional.
Moon: Sim! Vocês podem conversar, fiquem tranquilos. E como você é ótimo nessas coisas de conversar narrador. Vá lá fora.
[Barulho de trovão]
Locutor-sama: Lá… fora?
Moon: A não ser que você tenha outro meio, de chamar a Cola-sama para entrar.
Locutor-sama: Já sei! Vamos usar um sinalizador, que encontrei guardado em um baú, perdido do sótão.
Hércules: Ótima ideia!
[Locutor e Hércules vão até o sótão.]
Lalali: Aviso para eles, que você já entrou?
Cola-sama: *atrás da cortina* Claro que não.
Moon: Que maldade…
Tudo faz parte da vida, até começar a entrar em acordo com gente difícil de se lidar
No estúdio da autora, em Happy Green Things.
Moon: *andando no corredor* Eu não aguento mais isso. Não posso tolerar, por mais um momento.
Cola-sama: Autora, o que houve? Teve seu ego como escritora ferido…?
Moon: Não! Isso é mil vezes pior, que o orgulho de escritora ferido.
Cola-sama: Eu disse “ego” e não orgulho.
Moon: Não importa. A questão não é sobre isso.
Cola-sama: Mesmo que se for, eu compreendo. Lidar com críticas é difícil.
Moon: Escute aqui, Cola-sama. Lidar com críticas, faz parte da vida. O segredo é saber filtrar o que realmente é, uma crítica construtiva que vai te ajudar alguma coisa.
Cola-sama: Muito bonito. Está em bons passos para a maturidade.
Moon: Obrigada, eu acho. Enfim, o problema é que o meu teclado está repetindo as teclas. E isso faz escrever ser difícil.
Cola-sama: Não tinha dado um jeito nisso, escrevendo mais devagar…?
Moon: A senhorita está bem informada! Sim, de fato eu tenho feito isso. Digitado o mais devagar que consigo.
Cola-sama: Que coisa.
Moon: Que coisa, o quê?
Cola-sama: Você está se gabando! Nem todo mundo sabe digitar rápido que nem a senhorita, sabe?
Moon: Não estou me gabando, que sei digitar rápido. Mesmo que eu saiba, do que adianta? O teclado está repetindo teclas. Re-pe-tin-do. Isso está ficando irritante.
Cola-sama: Então talvez você tenha que desistir, de fazer histórias diárias…
Moon: Você não acha isso ridículo? Passei um tempão, publicando de vez em quando e quando tomo uma resolução… PÁ!
Random: Nossa autora, como você adivinhou que eu trazia uma pá…?
Cola-sama: De onde esse boneco de palito veio?
Moon: Vocês fazem muitas perguntas. Random, isso é só uma onomatopeia. Não tinha como eu adivinhar, que você traria uma pá.
Random: Mas você adivinhou, sem querer.
Moon: É, eu não tinha pensado desse lado. E Cola-sama!
Cola-sama: Sim?
Moon: Personagens aparecem de repente. É uma surpresa atrás da outra! Enfim, o ritmo por aqui é assim. Você ainda não se acostumou?
Cola-sama: Isso eu me acostumei, faz bastante tempo. O que não me acostumo é… *começa a falar baixo* O boneco de palito.
Random: *começa a assobiar*
Moon: *fala baixo* Hã? O que tem o Random?
Cola-sama: *continua falando baixo* Ele é um boneco de palito! Um desenho de duas dimensões. No mundo real.
Moon: Nunca tinha pensado nesse lado! Random, você é especial!
Random: Sé-sério? *emocionado* Obrigado, autora. Você fez o meu dia, hoje.
Moon: Assim como dar tchau de volta, para pessoas que não conheço.
Cola-sama: Isso é estranhamente específico. Você fez isso, mesmo?
Moon: Hahahahaha.
Há dias para se comemorar tudo, mas não há um dia para o teclado que uso. Deve ser por isso, que ele está repetindo as teclas.
É um dia de trabalho para autora, em Happy Green Things. Tem um passarinho cantando no fundo, e ela olha para a tela do computador. De pé.
Moon: Eu queria muito que você… Não, não é assim que funciona. Uma história precisa ser pensada, com todo o carinho.
[Barulho no corredor. Alguém se aproxima do escritório.]
Moon: Eu poderia fazer algo para, o dia de São Valentim. Não sei… Podia escolher algum dos casais dos personagens… Não sei qual… Eu estou muito indecisa!
[Um barulhão é ouvido. O Pinguim entra em cena.]
P-san: Autora! Você está aqui!
Moon: Olá, meu querido amigo pinguim. Como vai você? Flores… Pra quem são?
P-san: Para você, é claro! Trouxe de uma longa viagem…
Moon: Lá vem história…
P-san: Eu estive em uma dimensão interessante, onde tinha apenas presente flores. Quero dizer, existia um cenário… Mas não havia personagem falantes. Entende o que quero dizer?
Moon: Entendi.
P-san: As flores traziam memórias, de muitas pessoas que viviam no mundo. Tinham memórias de todos os tipos.
Moon: É um planeta metafórico?
P-san: Não seja boba, autora. O planeta existe! De qualquer modo, os personagens me enviaram para a missão de recolher elas para você.
Moon: Aaah! Que bonito, muito obrigada.
[A autora recebe as flores do pinguim.]
P-san: Sabia que você ia gostar! E as flores podem ser regadas pelo narrador, que é bastante desocupado.
[Um “Ei” dito pelo Locutor-sama foi ouvido, ao longe.]
Moon: Não entendo, o que fiz para merecer tamanha homenagem?
P-san: Simples, Moon. Estávamos preocupados… E como seus personagens, nos importamos em vê-la sorrindo.
Moon: Muito legal da parte de vocês.
P-san: De qualquer modo… Estaremos sempre aqui por você, para qualquer coisa.
Moon: Até para comprar pastel, pra mim??
P-san: Autora…
Moon: Está bem, está bem.
P-san: Vai querer pastel do quê?
Moon: Sério? VAI MESMO COMPRAR PASTEL PRA MIM? Você é um amor, meu pinguim!
P-san: Mas sejamos realistas… Você não vai poder comer o pastel.
Moon: Isso aqui não é um blog de humor? Não me diga realidades tão doloridas, assim.
P-san: Autora…
Moon: O quê?
P-san: Você está muito dramática.
Moon: Eu? Ainda bem que você notou!
P-san: Deveria fazer teatro.
Moon: Adoraria, me parece uma experiência fascinante.
P-san: Sim! É muito fascinante.
Moon: Já fez teatro?
P-san: Já! É muito divertido. Divertido porque, é uma oportunidade para experimentar perucas.
Moon: Perucas…?
P-san: Perucas.
Moon: Perucas?
P-san: Sim, autora. Você não entendeu, ainda?
Moon: Entender eu entendi, só não sei qual peruca. Roxa? Azul? Amarela?
P-san: Todas!
Moon: Você tem uma vida muito emocionante.
P-san:: É claro que sim, sou um pinguim. E pinguins sabem se divertir!
O ambiente de trabalho é importante, para se escrever uma história. Ah! Como eu queria uma almofada, ou uma cadeira mais confortável. Mas quando não dá, se trabalha com o que tem.
No corredor do Estúdio de Happy Green Things
Cola-sama: Eu sei que a autora se sente em uma necessidade extrema de provar a si mesma, mas…
Locutor-sama: Qual é a sua preocupação, exatamente?
Cola-sama: Não é apenas uma questão de preocupação, é um fato. A autora vai acabar se vendo sem ideias, em certo momento.
Locutor-sama: Que bobagem, Cola-sama. As ideias da autora são diversas. Elas não vão desaparecer, repentinamente.
Cola-sama: Está bem. Não vão desaparecer, mas podem deixar de querer colaborar. Vejamos… Vamos até o escritório.
No escritório da autora.
[No lugar em questão, há vários incensos de canela acesos.]
Cola-sama: Ora, ora… A Moon pirou na batatinha.
Locutor-sama: Até onde sei, ela pirou no pastel. Não na batatinha!
Moon: Como vocês são audaciosos! É só eu sair um minuto que começa a gracinha.
Locutor-sama: Sinto muito, senhorita Moon. Mas diga-nos, para quê servem esses incensos?
Moon: Para atrair ideias, oras.
Locutor-sama: Ah! Agora entendi.
Moon: Ainda bem.
Cola-sama: As ideias gostam de cheiro de canela? Essa é novidade, pra mim.
Moon: Você sempre reclama! Estou apenas querendo colaborar com as ideias. Estou deixando um ambiente agradável o bastante, assim elas se sentem bem-vindas.
Cola-sama: Ainda acho que você pirou na batatinha.
Moon: Não tem importância. O que interessa é o cheiro de canela, dentro desse escritório!
Cola-sama: E quando as ideias se sentirem atraídas para cá, o que vai fazer? Escrever?
Moon: Não, primeiro vou usar a rede de pescar ideias.
Locutor-sama: Sabia que existia!
Moon: Enfim, assim que elas forem capturadas, eu terei mais chances de fazer acontecer.
Cola-sama: Ah. Parece chato.
Moon: Não é chato! É interessantíssimo. É claro que eu preferia, apenas conversar com elas e pedir colaboração de maneira pacífica, mas…
Locutor-sama: Não é assim que as coisas funcionam.
Moon: Exato! É muito mais complexo. As ideias querem conforto! Confiabilidade! Ar condicionado, porque elas parecem não ter noção do aquecimento global…
Cola-sama: Ar condicionado já é pedir muito.
Moon: Também acho isso, mas as ideias são muito… Desconfiadas, é a palavra que eu queria usar? Não sei. Às vezes as palavras não me vem na cabeça. E fico com essa cara de idiota!
Cola-sama: Sim, de fato, você fica.
Locutor-sama: Cola-sama! Francamente, a senhorita Moon não está com tempo e paciência para as suas… sinceridades.
Moon: Sinceridades! Você está sendo elegante demais. Quando a sinceridade ofende, é pura grosseria.
Cola-sama: Vou tentar me lembrar disso. *pega um bloquinho de notas* Está vendo? Estou disposta a registrar a sua, memorável frase.
Moon: *dá de ombros* Registrar a frase não significa que, você vai registrar no seu caráter.
Cola-sama: Essa frase nem faz sentido.
Moon: Faz sentido. Na minha cabeça. E é isso que importa!
Locutor-sama: Hoje é um daqueles dias, que não dá para se discutir com a autora.
As paredes têm ouvidos… Tudo mundo fala isso, mas eu nunca vi. Como assim, é modo de dizer? Mas… E SE FOR VERDADE?
Locutor-sama: Autora em um momento de reflexão, eu pensei em algo. Posso lhe transmitir?
Moon: Desembucha! Fale de uma vez. E não enrole! Estou aqui com zero paciência, para os seus mistérios misteriosos.
Locutor-sama: É sobre o título das suas histórias… De onde eles surgem? Podem formar uma história nova, só juntando todo o texto que você escreve nesses títulos.
Moon: Eu tento não pensar muito. Assim eu dou risada, depois que vou reler a história!
[Alguém bate na porta do escritório.]
Moon: Quem bate?
Kekekê: É o friooooo!
Moon: Kekekê deixe de bobeira! Sei que é você. Entre logo!
Locutor-sama: Kekekê, o duende! Como vai você, amigo de todos?
Kekekê: Olá Locutor! Tudo bom? Vou bem, obrigado por perguntar. Você parece ótimo! O que está a fazer, você, o narrador e sua autora?
Locutor-sama: Estou trocando ideias com a autora, quer participar?
Kekekê: *pensa um pouco de responder*É troca de figurinhas?
Locutor-sama: Não, não. Estou dando ideias, para uma história!
Kekekê: Mas isso é proibido!
Locutor-sama: Por quê? Não entendo, qual é o problema de trocar ideias?
Kekekê: Claro que não! As ideias da Moon são perigosas demais nas mãos de outros.
Locutor-sama: Não vou escrever a história, só estou jogando conversa fora. Em um passeio com a senhorita Moon, chegamos há conclusão que as paredes tem ouvidos.
Kekekê: Ah!
Locutor-sama: “O dia que as paredes tomaram conta do Estúdio Happy Green Things. E resolveram contar o que elas ouvem, por aí”.
Kekekê: *cai para trás* É uma história de terror?
Locutor-sama: Pode ser! Quem sabe. Ou suspense! Uma história mágica.
Kekekê: Eu hein, que coisa.
Locutor-sama: Mas podia ser interessante.
Kekekê: A Tuta andou contratou mais gente? Para fazer uma história mágica, precisa de mágicos!
Locutor-sama: Ora, senhor Kekekê… E aquela história toda, que as paredes têm ouvidos? E bocas? Elas… Contam segredos que foram esquecidos, há muito tempo.
Kekekê: Estou curioso, com essa história, que você está contando! Comece do começo, por favor. Fiquei interessado em saber onde isso vai dar!!
Locutor-sama: Senhor Kekekê, eu fiz uma descoberta, em minha própria casa. Foi daí que nasceu uma luz na minha cabeça.
Kekekê: Nasceu uma lâmpada?
Locutor-sama: Não! Eu tive uma ideia, e quis vir hoje para o estúdio, conta-la para a autora.
Moon: Quanto suspense para contar! Fale de uma vez, homem.
Locutor-sama: Estava assistindo programas de cachorro, por causa do meu cãozinho Amendoim. E de repente, eu escutei vindo de uma parede… A seguinte frase: Alô, alô! Tem alguém aí? Virei-me e disse… Sim, voz misteriosa. Tem eu, o narrador Locutor-sama! Quem és tu, ó voz desconhecida? A parede me responde. Eu sou a parede da sua casa! Se você parar para me ouvir, pode escutar as minhas histórias. Ao invés de ver televisão… Pois eu vejo tudo, escuto tudo. Eu sei de tudo! Então eu, com uma mistura de encantamento e espanto a respondi. Caramba, você é uma verdade parede multifuncional! Não sabia disso, quando comprei o apartamento. Então, Locutor! Mande um recado para a autora, a Parede falou Todos os grandes títulos que ela coloca nas histórias, tem origem nas paredes do corredor do estúdio! E toda vez que ela se sentir sem ideias, ela que ande pelo corredor. As paredes são a resposta, pois ela sempre tem novidades. Afinal, nós somos fofoqueiras! Fim. E foi assim que vim parar aqui, senhorita autora. Achei que deveria trocar esses pensamentos, com você, me pareceram promissores. O que acha sobre o assunto, senhor Kekekê?
Kekekê: Você nunca chama a Moon de senhorita autora…
Locutor-sama: Estou tentando inovar. Mas não vai falar o que achou?
Kekekê: Achei uma ideia ótima! E assustadora. Não vou dormir a noite, pensando nas minhas paredes.
Locutor-sama: Fique tranquilo, senhor Kekekê, as paredes da sua casa são feitas da natureza. Elas jamais dirão coisas ruins e que irão, por consequência, assustá-lo.
Kekekê: Ainda bem!
— O que foi essa história…? Não sei. A colaboradora dessa historinha foi a minha mãe. Obrigada!
São diversas coisas que você pode fazer durante o dia, mas não esqueça de cumprir as suas responsabilidades!
Estúdio de Criação da Moon, Happy Green Things.
[O Locutor-sama está andando no correndo, enquanto assobia uma musiquinha. Estava muito bem humorado. Quando chegou em frente da porta do escritório da autora, teve um pressentimento. Respirou fundo, e finalmente abriu a porta.]
Locutor-sama: Bom dia, senhorita Moon. Como estão as coisas hoje?
[O escritório está com cheiro de tinta. Há uma mesa colocada a mais, esta com jornal cobrindo-a. Em cima tem uma escultura em forma de coração, feita de papel machê.]
Moon: Ah! Olá narrador, eu só estou me relembrando de outros tempos.
Locutor-sama: É? Não vejo você com paciência para montar um negócio desses, se posso ser sincero.
Moon: Você já é bastante sincero, sem minha permissão, narrador. Não tem problema.
[Silêncio. O narrador está preocupado que tenha acontecido alguma coisa.]
Moon: Você está quieto, e que eu saiba não é seu dia de folga. Fale alguma coisa, Locutor-sama. O fato de eu estar pintando esta escultura, te incomoda? Não gosta da cor de vermelho que eu usei?
Locutor-sama: Está uma boniteza a escultura, e a cor fora muito bem escolhida. Não tenho muito o que dizer agora, pois realmente estou curioso em saber o porquê, de ser justo em formato de coração.
[Moon pensa um pouco antes de responder.]
Moon: É fácil de fazer. E estou querendo aprimorar meus talentos artísticos, nem que seja apenas na minha imaginação. Ou na minha dimensão. São quase a mesma coisa.
Locutor-sama: De fato, ela são. Mas estou preocupado.
Moon: Não há nada que se preocupar, meu caro Locutor. Eu só estou fazendo arte. Não há nada de errado nisso.
Locutor-sama: Está bem. Se você diz, senhorita Moon, está dito. Não tenho nada a acrescentar, então.
[Locutor resolve sentar-se no sofá do escritório, pensativo. A autora termina o seu trabalho e deixa ele secando em cima da mesa.]
Moon: Vou lavar as mãos. Não mexa em nada, nem na pelúcia do P-san que está sentada na minha cadeira!
Locutor-sama: Está bem. *olha em direção da cadeira, vê a pelúcia de pinguim ali*
Moon: Olhe lá, hein?
Locutor-sama: Só estou olhando!
[Moon faz sinal que está de olho, sai do escritório em direção do banheiro. O narrador fica sozinho com a escultura, e a pelúcia de pinguim. Locutor levanta do sofá, e vai até a cadeira da Moon.
Locutor-sama: Para quê ela trouxe isso aqui…
Pelúcia do P-san: *em silêncio, observando atentamente*
Locutor-sama: O fato da autora se preocupar em constar o que você está fazendo, pelúcia, significa que… *fala baixo* Você se mexe?
Pelúcia do P-san: *continua em silêncio*
Locutor-sama: Ah! Essas brincadeiras criativas, da senhorita Moon! *ri nervosamente* Realmente, não sei o que estava pensando…
[A autora retorna para o escritório, de mãos limpas.]
Moon: Que está fazendo, parado olhando para a pelúcia?
Locutor-sama: Só estava olhando autora, só estava olhando…