Locutor-sama: A história de hoje, irá se passar dentro de um vagão de trem. Uma escolha bastante peculiar da senhorita Moon, sendo que ela NUNCA viajou de trem. Muito menos em um vagão com tanta classe quanto esse.
Rika: Que horror, Locutor! Será que tem como você ser menos pretensioso??
Locutor-sama: Não sei do que você está falando. Não estou sendo pretensioso. Só estou lendo as falas que a autora escreveu pra mim.
Rika: Que desculpa esfarrapada.
Locutor-sama: Não é uma desculpa esfarrapada.
Rika: É uma desculpa esfarrapada, sim. Se não fosse pela a autora, nós estaríamos aqui?
Locutor-sama: Vamos deixar de lado essas questões existenciais.
Rika: Está bem. Olha, eu também nunca tinha andando de trem!
Locutor-sama: Caramba.
Rika: Você está com tanta pretensão, mas aposto que também NUNCA andou de trem.
Locutor-sama: É possível que você esteja correta.
Rika: Isso não é responder nem sim, nem não.
Locutor-sama: Um bom narrador faz um mistério, quando se trata de suas próprias experiências.
Rika: *senta no lado do banco, perto da janela* Francamente, Locutor.
Locutor-sama: Francamente nada!
Rika: Francamente, sim.
Locutor-sama: Francamente, até quando a senhorita irá pegar no meu pé?
Rika: Mas não estou pegando no seu pé!
Locutor-sama: Estou falando no sentido metafórico.
Rika: Ah, pronto. Começou a falar de sentido metafórico.
Locutor-sama: Qual o problema de sentido metafórico?
Rika: O problema do sentido metafórico, é que o literal foge pela janela.
Locutor-sama: Você já deve ter visto cada coisa.
Rika: Você estava lá também! Lembra, Bonnibel?
Locutor-sama: Não estava lá. A minha versão de garota mágica que estava.
Rika: Dá tudo na mesma.
Locutor-sama: Tá. Eu irei concordar com você, Rika, só para pararmos de argumentar por coisas fúteis.
Rika: Mas existem argumentações que são úteis?
Locutor-sama: Em termos acadêmicos, sim.
Rika: *olhando pela janela* Ah.
Locutor-sama: Você está exigente, hoje.
Rika: Alguém tem que ser. Caso contrário, você folga!
Locutor-sama: Absurdo. Eu nunca folgo.
Rika: Esse vagão de trem tem sofás bem confortáveis, não acha?
Locutor-sama: É agora que a senhorita decide mudar de assunto!
Rika: Ué, já que estamos aqui, vamos apreciar o conforto em nossa localização nesse trem.
Locutor-sama: Você tem razão, Rika. Mas até que ponto nos conseguiremos fazer isso?
Rika: Não entendi o motivo de você dizer isso.
Locutor-sama: O conhecimento da autora sobre trens é bastante limitado.
Rika: Mas isso não impede de termos a autora escrevendo sobre isso, e final da história!
Locutor-sama: Bom, ela está usando um vagão de trem como plano de fundo. Teoricamente não é sobre isso.
Rika: Teoricamente. Ainda assim, é.
Locutor-sama: Está bem. No final, não faz diferença.
Existem palavras que são muito próximas, como lava e larva, e são duas coisas completamente diferentes.
No quarto do Barman.
Fábio: Meu bom amigo, eu vim aqui para te falar de uma coisa.
Barman: Certo. Estou prestando atenção!
Fábio: Imagine um conceito. Você está perdido no deserto, com um mapa que na verdade não serve pra nada, é um mapa de videogame.
Barman: Um mapa que não serve pra nada, na vida real? Interessante. Mas continue, eu estou imaginando.
Fábio: Você está a morrer de sede, e depois de tanto tempo andando você finalmente encontra um prédio abandonado.
Barman: Daria uma boa temática de jogo.
Fábio: Pois é! Mas continuando o conceito que estamos imaginando.
Barman: Está bem.
Fábio: Você começa a chegar próximo do prédio abandonado. A porta, felizmente estava aberta e quando você adentrou, podia ver o que era possível para sua exploração, de uma nova chance de sobrevivência. Ali podia ter água, afinal.
Barman: É uma possibilidade plausível.
Fábio: Então, você está espantado, pois encontra uma coisa que não acharia que fosse possível de aparecer.
Barman: Estou ficando curioso.
Fábio: Como é que poderia haver, em um prédio abandonado, a presença de uma televisão ligada? Em um lugar sem energia?
Barman: A televisão é recarregada por energia solar.
Fábio: Mas isso não explicaria uma coisa. Como é que estaria ligado na internet, em um vídeo de ambientação?? Aqueles que tocam por horas chuva, sei lá mais o quê?
Barman: Isso realmente é bem misterioso. Mas não vou procurar dar uma explicação, parece que quero estragar a experiência.
Fábio: Ah. Mas o conceito todo que escrevi acaba aí.
Barman: Ah. Caramba!
Fábio: É bem assustador pensar em um lugar abandonado, mas que tem sinais de ter alguma vida presente.
Barman: Uma televisão ligada é sinal de vida presente?
Fábio: Animais não ligam televisão, Barman.
Barman: Isso não diz nada. Podem ligar a televisão, se quiserem. Já vi o gato Ramsés fazer cada uma.
Fábio: Ah, mas gatos são um caso à parte.
Barman: De fato. eu tenho que concordar que eles são um caso à parte. O Ramsés principalmente.
Fábio: O que ele fez de tão especial?
Barman: Ele desenhou um mapa.
Fábio: Ah! De cabeça?
Barman: Acho que sim. E estava segurando o lápis com a boca.
Fábio: Taí uma coisa que você não vê todo dia.
Barman: Sim. Os gatos não dominaram o mundo porque não querem.
Fábio: Eles gostam de saber que, tem quem traga comida pra eles por vontade própria e não porque seres humanos são seus escravos.
Barman: Eu tenho certeza que os gatos nos consideram escravos, mas deixa pra lá.
Eu tinha um bom título pra colocar aqui, mas pelo visto o título resolveu aparecer em outra cabeça de escritor.
Na sala de estar da Casa Verde.
Hello: Galileu!
Moon: Galileu Galilei!
Hello: GALILEU!
Moon: GALILEI!
Hello: O nome dele é muito esquisito.
Moon: Eu tenho que concordar com você. Parece até pseudônimo!
Hello: Fez pequisa antes de começar essa história?
Moon: Lógico que não. Tem assuntos que não devem ser pesquisados.
Hello: Isso é sobre uma história assustadora?
Moon: Isso é sobre preguiça, minha cara Hello. A não ser que considere preguiça uma coisa assustadora!
Hello: Bem. Isso é… Quero dizer, preguiça é uma coisa muito assustadora.
Moon: Você diz isso pois, o bicho preguiça é assustador?
Hello: Não mude de assunto, autora.
Moon: Está tudo no tópico de preguiça.
Hello: Está bem. Mas me deixe explicar o porquê de, a preguiça ser algo assustador.
Moon: Meus ouvidos estão bem abertos.
Hello: A preguiça vem de repente. Quando você menos espera!
Moon: E vem te perguntas as horas?
Hello: Sim. Quase isso. Mas seu celular está descarregado.
Moon: Pois ninguém mais usa relógio de pulso, hoje em dia.
Hello: O que é um tanto assustador. Relógio de pulso são bonitos!
Moon: Mas os celulares tem hora.
Hello: Mas acaba a bateria, o que também é assustador.
Moon: Você está forçando a barra, nessa história toda.
Hello: Falou a autora que está sem moral, expulsa do próprio escritório!
Moon: *fica triste em lembrar*
Hello: Ah… Me desculpe, autora. Eu não devia ter dito isso.
Moon: Tudo bem. Vamos para outra rodada!
Hello: Está bem, está bem.
[Uma música dramática toca. É apenas o P-san, o pinguim, passando no fundo com uma caixa de efeitos sonoros.]
Moon: Galileu.
Hello: GALILEI!
Moon: Galileu Galilei.
Hello: Imagina um galo chamado Galileu Galileu?
Moon: Galo Galilei Galilei. Putz! Já comecei a errar o nome dele.
Hello: Eu também já errei. Somos duas.
Moon: Duas perdedoras.
Hello: Não diga uma coisa dessas. *vê a Rosalina passando* Rosalina! Diga um nome de alguém famoso na ciência.
Rosalina: Isaac Newton. *confusa*
Hello: Isso! Esse é o espírito.
[Rosalina dá de ombros e continua andando. Ela prefere não questionar!]
Moon: É Galileu Galilei ou Galilei Galileu?
Hello: Já falamos tanto o nome dele, que acho que já esqueci quem ele é, e o que comi no café da manhã.
Moon: Isso é grave.
Hello: Pois é!
Moon: O seu café da manhã você não pude dar uma pesquisada no Google. Já o Galilei…
Hello: Tem razão. Excelente argumento!
– Não, eu não sei o que acabei de escrever aqui. O que foi essa história? Cabe a você a interpretar, leitor. Eu só escrevo o que sai da minha cabeça!
Hoje é hoje, e amanhã é amanhã, mas quando passo o hoje, ele se torna ontem. Confuso, eu sei.
Locutor-sama: Estou aqui presente na mansão de Tuta-sama. A autora resolveu trazer sua mesa, com seu telefone para cá. Ela está na sala de estar, e não sei como a Tuta-sama ainda não apareceu para pedir satisfação. Não sei se é sorte da autora, ou é simplesmente por conveniência. Se ela não aparecer aqui, a mesa pode ficar tranquilamente, porque não tem a dona da casa para impedir de colocar.
Moon: Você está com inveja!
Locutor-sama: Como assim, autora? Você está viajando nas ideias!
Moon: Eu tenho uma mesa e um telefone bonito, e você não.
Locutor-sama: Francamente, senhorita Moon. Não diga tamanha baboseira!
Moon: Não é baboseira, é fato.
Tuta-sama: Que palhaçada é essa por aqui?
Moon: Olá, olá minha guaxinim favorita!
Tuta-sama: Eu sou a única guaxinim em sua vida.
Moon: E que continue assim.
Locutor-sama: A autora está sem o escritório dela.
Tuta-sama: Cola-sama andou aprontando, não?
Moon: Andou.
Tuta-sama: Bom. Sinta-se a vontade pra ficar por aí. Mas não no meio do caminho, nem no meio do corredor.
Moon: Ótimo! Muito obrigada, minha guaxinim favorita!
Locutor-sama: Estranho. Podia jurar que você acharia ruim, a presença da senhorita Moon aqui.
Tuta-sama: As pessoas vivem entrando na minha casa. Você, principalmente, volta e meia está aqui. Parece que mora aqui também!
Locutor-sama: É verdade. Estou sem moral para falar da senhorita Moon.
Tuta-sama: Exato. E outro dia, aconteceu uma coisa bastante peculiar.
Locutor-sama: O que aconteceu?
Tuta-sama: Acordei e encontrei uma figura do meu lado.
Locutor-sama: A aparição do Wario?
Tuta-sama: Não me venha com baboseiras de creepypasta, Locutor. Estou falando de outra coisa.
Locutor-sama: Eu? Mas a creepypasta não é baboseira-
Tuta-sama: Continuando, eu estou falando sobre uma figura ao meu lado.
Locutor-sama: Está bem, continue sua creepypasta.
Tuta-sama: Não é uma creepypasta! Aconteceu de verdade.
Locutor-sama: Mas toda creepypasta é verdade. Na cabeça das pessoas que acreditam nela!
Tuta-sama: *decide ignorar o narrador* Então, eu estava dormindo. Acordei e vi a figura da Matilde ao meu lado!
Moon: Caramba, isso é mais assustador que qualquer creepypasta que já li.
Tuta-sama: Não é porque a fada não está aqui, que você deve falar assim.
Moon: Mas você vive falando coisas como essa!
Tuta-sama: Eu sou eu, eu pago o salário e você sou eu?
Moon: Complicado. Parece ter saído de Alice no País das Maravilhas.s
Tuta-sama: É uma frase cortada.
Locutor-sama: E o que a fada Matilde fazia no seu quarto?
Tuta-sama: Ela estava esperando eu acordar. Só estava me trollando, no final.
Locutor-sama: Caramba.
Moon: Coitada de você.
Tuta-sama: Pois é.
Monstros só saem a noite, porque de dia estão jogando Animal Crossing.
Locutor-sama: [Na frente da casa de Cola-sama.] *toca a campainha* Bom dia, Cola-sama.
Cola-sama: *abre a porta* Imaginei que você viria. Quer entrar?
Locutor-sama: Obrigado. Muito gentil de sua parte.
Cola-sama: Não se acostume. *dá passagem para o narrador passar*
[O narrador entra na casa de Cola-sama, e senta no sofá]
Cola-sama: Quer alguma coisa para beber?
Locutor-sama: Não, muito obrigado. Apenas vim conversar sobre a senhorita Moon.
Cola-sama: Ah! É sobre ela não estar usando o escritório no estúdio.
Locutor-sama: Exato. Não acha que está sendo dura demais com ela?
Cola-sama: Não sei o que está falando.
Locutor-sama: Como assim?
Cola-sama: Ela é a autora, portanto é a escritora e decidi o que quer escrever. O que eu tenho a ver com isso? Se ela quis seguir meu conselho e escrever fora do estúdio e do escritório, melhor pra ela.
Locutor-sama: Em outras palavras, você considera sensato o seu conselho.
Cola-sama: Em outras palavras.
Locutor-sama: De qualquer modo, eu sinto-me por estar sentado e você em pé.
Cola-sama: Ignore isso. Apesar de que no final, é para convida-lo a ir embora mais rápido.
Locutor-sama: Que gentileza da sua parte.
Cola-sama: Eu sinto sua ironia. Vai falar também dos brilhos, que viu na fresta da porta?
Locutor-sama: Não reparei.
Cola-sama: Esqueci que você é nariz em pé.
Locutor-sama: Que ridículo dizer isso, Cola-sama.
Cola-sama: Verdade. Você podia bater com a cabeça na parede!
Locutor-sama: Já vi que não estou agradando. Vou-me embora.
Cola-sama: Volte sempre.
[Cola-sama abre a porta e Locutor-sama vai embora. Ele passa pelo portão do jardim, e encontra a senhorita Moon.]
Locutor-sama: Eu tentei, autora.
Moon: Com muita dignidade! Mas não precisa se preocupar, está sendo uma aventura e tanto escrever fora do ambiente do escritório.
Locutor-sama: Mas você trocou o ambiente do escritório por corredores.
Moon: E daí?
Locutor-sama: E daí que isso se torna bastante preocupante.
Moon: Eu gosto de corredores. Sem eles, a vida não faria sentido.
Locutor-sama: Está bem. Essa é a frase mais sensata que você falou, sobre esse tópico dos corredores.
Moon: Ainda bem que você reconhece minha genialidade.
Locutor-sama: Não é questão de genialidade. É questão de… Ah, deixe isso pra lá. Estou sem paciência para explicações.
Moon: Você? Sem paciência para explicações?
Locutor-sama: Sim. Algum problema com isso?
Moon: Não. É que um narrador sempre tem que saber o que dizer.
Locutor-sama: Mas estou com preguiça.
Moon: Ah! Agora melhorou.
Super Mario 64 é um bom jogo, mesmo eu não o jogando sempre, é um belo universo a se explorar. Preciso de novos hobbies, sim.
Locutor-sama: Ainda deixando as aventuras da Senhorita Moon (sem o escritório), estou presente em um corredor de arte. Sim, há pinturas penduradas na parede, não estou falando em sentido metafórico. Estou acompanhado pelo meu bom amigo Random, o boneco de palito.
Random: O que estamos fazendo aqui, mesmo?
Locutor-sama: Nós viemos aqui para aproveitar a visão de pinturas.
Random: Mas são os quadros de Super Mario 64!
Locutor-sama: Eu sei, meu amigo. Mas eu não vou questionar a senhorita Moon e suas escolhas para os enredos das histórias.
Random: Espere, espere! Estou vendo uma figura que não tem, em Super Mario 64.
Locutor-sama: Ah! Consigo ver o quadro que está enxergando, meu caro. É aquele quadro dos cachorros jogando pôquer.
Random: São cães jogando pôquer.
Locutor-sama: Cachorro e cães são sinônimos.
Random: Eu sei. Bom, é verdade. No final das contas, tanto faz.
Locutor-sama: É uma pintura bastante curiosa.
Random: Sim. Mas na verdade, com uma rápida pesquisa no Google você descobre que, são uma série e pinturas.
Locutor-sama: Interessante. Acha que ele presenciou a cena?
Random: Dos cachorros jogando pôquer?
Locutor-sama: Sim. Imagine só, você está vivendo sua vida, até que entra em uma sala onde está acontecendo um campeonato de pôquer!
Random: Um campeonato de cachorros. Uma coisa bem bizarra!
Locutor-sama: “Saia daqui, humano. Você não foi convidado.”
Random: “Não leu a placa? Aqui só é permitido cães. Você não tem nada de cão. Vá embora, olhar para o seu celular ou coisa assim”
Locutor-sama: Será o modo dos cachorros mandarem nós irmos procurá-los na esquina?
Random: Provavelmente.
Locutor-sama: Sabe uma coisa que eu acho?
Random: Não, pode dizer o que você acha. Não sou adivinho!
Locutor-sama: Certo. Eu acho que é um conceito.
Random: Um conceito?
Locutor-sama: Sim! Significa que o pintor está querendo nos mostrar coisas que não encontraríamos normalmente.
Random: Ah. Até aí eu concordo! Mas ainda gostei mais da teoria que, ele entrou em uma sala e encontrou essa cena.
Locutor-sama: Ou ele pode ter sonhado com isso.
Random: Sei lá. Quem entende, no final, a mente dos artistas?
Locutor-sama: Ninguém entende. Assim como a mente dos escritores.
Random: Nem me fale em escritores.
Locutor-sama: O que aconteceu?
Random: Fui ler um dos diversos trabalhos inacabados da autora, e estou desapontado.
Locutor-sama: Desapontado que ela não termina?
Random: Sim.
Locutor-sama: Também me sinto desapontado.
Random: Ainda bem que nós nos entendemos.
Locutor-sama: Amigos sempre entendem.
Não há nada de errado em variar um pouco, se no final você fará a coisa certa.
Locutor-sama: Nós vamos parar um momento, a saga da autora, sem seu escritório em Happy Green Things. A Senhorita Hello está em seu quarto, e provavelmente irá inventar alguma novidade. Não é nenhuma novidade isso, aliás, todos os personagens gostam de inventar alguma coisa. Inclusive eu. Ela saiu do seu quarto, e estou surpreso com o que estou vendo.
Hello: O que tem de tão de tão surpreendente, em uma pessoa sair do quarto?
Locutor-sama: Isso não tem nada de surpreendente. Estou me referindo a outra coisa.
Hello: Qual o problema então, Locutor? Você poderia ser mais claro e direto, na sua narrativa toda.
Locutor-sama: Estou falando sobre seu uniforme.
Hello: Ah sim! Que bom que notou. É o uniforme da Casa Verde.
Locutor-sama: Mas ele é azul, senhorita Hello.
Hello: Que sagaz da sua parte, ter notado a cor!
Locutor-sama: Sem ironizais, por favor. A cor dele não deveria ser verde?
Hello: Isso seria óbvio demais. Não seja bobo! Estamos falando da Casa Verde, não de uniformes verdes.
Locutor-sama: Está certo, está certo. Não há nada que eu possa comentar sobre isso.
Hello: Além do mais, imagine só se o uniforme fosse verde! A Matilde iria dizer que eu estava me vestindo de duende. E um duende falsificado, ainda por cima!
Locutor-sama: Um duende falsificado. Eu ouvi direito?
Hello: Sim! Você escutou direito. Estou falando que eu pareceria um duende falsificado, principalmente porque eu não teria um gorrinho.
Locutor-sama: Interessante.
Hello: Bom! Agora é um momento importante. É hora de trabalhar!
[Hello desce as escadas e vai em direção da sala de estar.]
Rosalina: Hello! Que bom que você resolveu aparecer
Hello: Não vai falar nada, sobre o meu uniforme?
Rosalina: Estou surpresa em saber que a Casa Verde tem um uniforme.
Hello: Rosalina!
Rosalina: Desculpe, desculpe. Eu sabia que tinha um uniforme, mas eu realmente não lembrava.
Hello: Está bem. Estava precisando de mim?
Rosalina: Sim, a Tuta-sama pediu pra você resolver, o que tinha prometido. Ela não especificou o que era, no entanto.
Hello: AH! Não precisa se preocupar, eu já sei o que era para fazer.
Rosalina: Tem certeza? Pela sua cara, parece que não sabe.
Hello: Ora, Rosalina. Estamos falando da Hello do passado, que não usava uniforme. Eu não sou a Hello de ontem!
Barman: A Hello de ontem não está aqui, então significa que a Hello de hoje é uma falsa Hello?
Hello: Ah! Oi, Barman. Não, eu sou a mesma Hello. Só que de uniforme.
Barman: O uniforme ficou bem em você.
Hello: Muito obrigada! Agora é momento para resolver o que prometi para Tuta!
[Hello sai pela porta da frente.]
Rosalina: Sinto que ela só queria ouvir elogios.
Barman: Sinto a mesma coisa!
As ideias podem vir devagar, mas se elas se apresentarem, então o serviço está feito! Mas ainda assim, lento.
[A autora se aproxima de um jardim simples e modesto, que é de uma casa bonita, de um bairro com pessoas de talento promissores. Aqui, não estamos falando de escritores. Estamos falando de pessoas que tem paciência com jardinagem! Elas chegam a algum lugar. Nem todos os escritores chegam. Mas divago. Ao se aproximar da casa, ela toca a campainha. Sim, o portões dos jardins foram passados. Esse detalhe será deixado de lado.]
Moon: COLA-SAMA! *toca a campainha de modo insistente*
Cola-sama: *dentro de casa ainda* Eu já vou, eu já vou. *depois de um tempo, finalmente vai abrir a porta* Autora!
Moon: Que brilhos foram esses, que vi na fresta da porta?
Cola-sama: Quer dizer que nada pode brilhar, que de repente tenho que me justificar com você?
Moon: Não mude de assunto.
Cola-sama: Não estou mudando de assunto. Você não tem assunto em primeiro lugar! Ou veio aqui exclusivamente pra falar de brilhos na fresta da porta?
Moon: Não vim pra isso, mas me parece um assunto ótimo pra se explorar. No que consiste a luminosidade do brilho?
Cola-sama: Você está com a cabeça fora do lugar, pelo visto.
Moon: Minha cabeça está no lugar sim, muitíssimo obrigada. O problema é o sol no me braço!
Cola-sama: Caramba.
Moon: Pois é! E só pude vir escrever, bem na hora que bate sol no computador. Sinto falto de você, cortina.
Cola-sama: A cortina da sua casa não precisava lavar??
Moon: Precisava, mas isso não vem ao caso. Queria fazer um pequeno drama!
Cola-sama: Estou vendo.
[A autora está de braços cruzados, como se esperasse alguma coisa para acontecer.]
Cola-sama: Autora, diga logo o que veio fazer aqui.
Moon: Estou me perguntando se vale a pena dizer, em primeiro lugar. Será que vale a pena?
Cola-sama: Você se deu ao trabalho de vir até aqui. Porque desistir agora?
Moon: São muitas as variáveis. Senti um ponto de preocupação na sua voz?
Cola-sama: Primeiro, você não precisa da minha preocupação. Segundo, só se for a questão de suas histórias estarem cada vez mais sem sentido!
Moon: Bondade sua.
Cola-sama: Isso não foi um elogio.
Moon: Cabe ao leitor a procurar o sentido. Minhas aleatoriedades são enigmáticas…
Cola-sama: Você deixa os leitores confusos, isso sim.
Moon: Vou tentar pensar por esse lado, prometo.
Cola-sama: Sei.
Moon: E o meu escritório?
Cola-sama: O seu escritório está muito bem.
Moon: Quer dizer que posso voltar para lá?
Cola-sama: Se não quiser ser original. Faça o que quiser, quem escreve é você.
Moon: Vilã!! *sai andando, em direção ao portão de entrada*
Cola-sama: Eu não fiz nada, só comentei!
O tempo está salvo, mas ele é relativo!
Locutor-sama: Eu cheguei de mais um dia de trabalho, de muitas narrativas emocionantes. Até viajei em momentos de passado, com uma autora mais jovem, quando fui necessário. E por mais confuso que pareça, lidar com outra autora de tempo diferente, não acaba por aqui. Qual foi minha surpresa quando descobri, a senhorita Moon (tempo presente) no corredor que estava próximo ao meu apartamento.
Moon: Olá!!! *com a mesa e o telefone na frente, sentada em um banquinho*
Locutor-sama: Senhorita Moon, precisamos conversar sobre essa sua mania de corredores.
Moon: Isso não é simplesmente uma mania de corredores, meu caro.
Locutor-sama: Isso não é sobre ficar no meio da passagem apreciando a paisagem?
Moon: Não sei do que está falando. Isso é sobre estética! Olhe só para isso, Locutor. Está tudo combinando. A cor do corredor, a atmosfera, está tudo perfeito para ficar por aqui.
Locutor-sama: Apreciando a paisagem.
Moon: Está bem, está bem. Tem razão! Estou apreciando… A atmosfera.
Locutor-sama: Certo, senhorita Moon. Não iremos brigar por uma coisa tão tola quanto essa.
Moon: Ótimo! Agora faça-me um favor, ligue pra mim no telefone.
Locutor-sama: Mas pra quê?
Moon: Eu quero me sentir importante!
Locutor-sama: Autora, esse telefone não está preso a nada.
Moon: Isso é um detalhe. Não deixa de fazer o telefone funcionar.
Locutor-sama: Essa eu quero ver. *pega o celular e toca o telefone*
Moon: *atende o telefone que está tocando* Alô?
Locutor-sama: Como está funcionando?
Moon: Não se apegue aos detalhes, apenas faça parecer importante.
Locutor-sama: Tenho alguma razão especial para querer parecer importante?
Moon: Razão nenhuma. Eu só queria fazer uma historinha, onde usava o telefone enquanto estava no corredor.
Locutor-sama: *desliga o celular* Não era mais fácil usar o celular?
Moon: Ninguém usa o celular para parecer importante. *desliga o telefone*
Locutor-sama: Para falar a verdade, as pessoas usam qualquer coisa para parecerem importantes!
Moon: É, eu acho que você tem razão.
Locutor-sama: De qualquer modo, não é melhor você retornar ao escritório?
Moon: Não vou retomar ao escritório, afinal de contas eu posso fazer o que quiser, onde quiser!
Locutor-sama: Não dá trabalho ficar levando de um lado para o outro, essa mesa?
Moon: Você está muito apegado aos detalhes.
Locutor-sama: Autora, assim não dá. Eu vou ter que fazer alguma coisa.
Moon: Que coisa? Eu estou muito bem aqui.
Locutor-sama: Você nem tem lugar para encostar as costas!
Moon: Eu… eu.. Ok. Você tem razão. Talvez seja melhor eu voltar para o escritório.
Locutor-sama: Ainda bem que você está ouvindo a voz da razão!
Moon: Mas convencer a Cola-sama dá trabalho demais, então preciso inventar outro lugar para ficar…
As ideias são assim, aparecem de repente e quando você menos espera. Sim, elas podem aparecer entrando pela janela. Elas voam, não sabia?
Moon: Estou aqui no corredor, em um deles na verdade. A Casa Verde está cheia deles! Você não está surpreso, é claro. Afinal de contas, a questão aqui se trata de uma coisa. Sem os corredores, como é que chegaríamos aos locais presentes em uma casa?? Sim, você nunca parou para pensar nisso.
Locutor-sama: *atrás da autora* Muito profundo.
Moon: AAAAH! *vira-se rapidamente, muito surpesa*
Locutor-sama: Ainda por aqui, autora?
Moon: Sim. Você não precisava ter me assustado dessa maneira!
Locutor-sama: Sinto muito. Mas você está refletindo sobre corredores, em um corredor. Senti que deveria intervir nessa verdadeira loucura.
Moon: Verdadeira loucura? Quer dizer que existe falsa loucura?
Locutor-sama: Existe falsa loucura, pois percebemos que estamos perdendo tempo com coisas que não deveriam ser um tipo de prioridade pra nós.
Moon: Eu… Não sei o que dizer.
Locutor-sama: Sério? Naturalmente eu deixo poucas pessoas sem palavras.
Moon: Mas é que você me desconcentrou!
Locutor-sama: Não diga.
Moon: Digo sim! E além do mais, o senhor me desconcentrou.
Locutor-sama: No que você estava concentrada? Em descrever um corredor?
Moon: Aquilo era para me distrair de um fato.
Locutor-sama: Ah! Você quer se distrair de um fato. E que fato seria esse, senhorita Moon?
Moon: O fato que estou procurando uma ideia.
Locutor-sama: Ah! Uma ideia.
Moon: Sim. Ela é em formato de octógono.
Locutor-sama: Ah!
Moon: Falo sério. Não esqueço das suas ironias, Locutor. Mesmo que você não diga nada, essa ideia realmente existe!
Locutor-sama: Sempre esqueço que você pode estar falando literalmente de uma coisa de verdade.
Moon: Sei! Você sempre esquece.
Locutor-sama: Calma, senhorita Moon.
Moon: Eu estou calma. Mas preciso encontrar essa ideia.
Locutor-sama: É possível que ela não fosse a ideia certa. Essas coisas acontecem.
Moon: Alto lá! Quem é o senhor para entender as ideias?
Locutor-sama: Eu sou um narrador. O narrador deve entender as ideias! Ou ele se torna um simples descritor de fatos.
Moon: Mas descritor é sinônimo de narrador.
Locutor-sama: Não mude de assunto, autora. Temos assuntos mais importantes a se tratar, ao invés de ficarmos aqui, em um corredor conversando.
Moon: É mesmo, espertinho? O que temos melhor a fazer?
Locutor-sama: Qualquer outra coisa.
Moon: Não pode ser uma coisa qualquer, narrador. Tem que ser algo realmente interessante!
Locutor-sama: Caiaques.
Moon: *chocada* Caiaques?
Locutor-sama: São itens meramente decorativos que ficam no corredor.
Moon: Oi? Caiaques não são items decorativos que deviam ficar no corredor.
Locutor-sama: Falei a primeira coisa que me veio a cabeça. Vamos, senhorita Moon.
Moon: *apenas o segue, por ter ficado muito confusa*