Silly Tales

Pinguins são legais, deve ser porque já nascem com um estilo maneiro que lembra terno e gravata.

[A autora está furiosa, sentada no banco do vagão de trem, com os braços cruzados. Ela está em silêncio. O pinguim está na janela, olhando para o lado de fora. Quando finalmente percebe o mal humor da Moon, ele fica confuso.
P-san: O que há com você, autora? Não entendo pra que essa cara. O nosso vagão tem ar condicionado! Até podemos usar sons ambientes para relaxar, enquanto nós estamos a caminho do-
Moon: Ah! Só agora você reparou que estou mal humorada.
P-san: Bom, eu estava com o meu pensamento longe.
Moon: E o ar condicionado, apesar de estar funcionando bem, não vai resolver meu problema.
P-san: Então, seu problema não é calor.
Moon: É óbvio que não é o calor, o problema. O problema é o seguinte.
[A autora fica em silêncio, fazendo um suspense completamente desnecessário]
P-san: E o que seria? Você não precisava ter parado para pensar.
Moon: Eu estou pensando, porque eu ia reclamar de que está demorando para chegar o nosso destino, meu amigo.
P-san: Ah. Devia ter imaginado. Você é uma criatura impaciente, autora.
Moon: Mas como posso reclamar disso??
P-san: Ué. Reclamando. Como você acabou de fazer!
Moon: Eu não posso reclamar, ainda não entendeu?
P-san: Não entendo. Quem vai te impedir? A polícia anti reclamação? Se é que isso existe.
Moon: Escute, pinguim. Eu estou escrevendo a história. Criei uma saga do vagão de trem, para compensar esses tempos que estou sem meu escritório…
P-san: É uma opção estranha para se escolher, mas tudo bem. Prometo que não estou julgando. Talvez secretamente. Afinal, um vagão de trem não é um escritório.
Moon: Entendo o seu ponto.
P-san: Mas onde você quer chegar? Seja mais clara na sua escolha de palavras, por favor.
Moon: Eu não sei para onde nós estamos indo! E o enredo é responsabilidade do autor.
P-san: Ora! É lógico que você sabe onde nós estamos indo.
Moon: Sei?? Não acredito que disse isso.
P-san: Disse, sim.
Moon: Mas me diga. Se eu sei para onde nós estamos isso, que é uma errada suposição sua, onde é nosso destino?
P-san: Olha, acabou de falar o nome do lugar. Não entendo o porque de você dizer que não sabe.
Moon: Está querendo me dizer…
P-san: Sim. Estou querendo dizer o que está achando que quero dizer! Ah. Falar sem vírgulas, é uma coisa muito difícil.
Moon: O lugar se chama destino??
P-san: Destino com a letra maiúscula. Esqueceu que o substantivo que nomeia lugar tem essa regra?
Moon: Eu… Não sei.
P-san: Não se preocupe, o Destino é um lugar legal!
Moon: Está bem, está bem. Vou confiar em você.