Locutor-sama: Estou em um confortável vagão de primeira classe, mas pouparei vocês de grandes detalhes, queridos leitores, pois a senhorita Moon não é grande conhecedora de trens muito menos de primeira classe.
Tuta-sama: Eu devia imaginar.
Locutor-sama: O que, Tuta-sama?
Tuta-sama: Que eu não iria poder tomar minha bebida tranquilamente aqui, em um vagão de primeira classe porque viria o narrador me incomodar.
Locutor-sama: Também está muito agradável a sua companhia, minha cara Tuta-sama. É sempre um honra poder acompanhar as suas aventuras.
Tuta-sama: Contra a minha vontade.
Locutor-sama: Um narrador sempre deve fazer o seu trabalho. Mesmo que possa ser criticado por causa disso!
[Alguém bate na porta do vagão de trem.]
Tuta-sama: Ah, pronto. Mais uma coisa para me incomodar!
Locutor-sama: Acalme-se, Tuta-sama. Pode ser alguém passando vendendo doces!
Tuta-sama: Nunca é algo tão agradável assim. Não me iluda.
[O narrador decide se levantar, para ver quem está a porta.]
Locutor-sama: Senhorita Hello! É você.
Tuta-sama: Pronto. Sempre tem como a coisa ficar melhor ainda!
Locutor-sama: Não diga isso. Temos que ser educados com os vizinhos de vagão.
Hello: Vizinha! Que bom te ver. Você tem um jornal?
Tuta-sama: Não acredito que você bateu aqui para pedir um jornal.
Hello: Você ouviu o que o narrador falou. Temos que ser educados com os vizinhos de vagão!
Tuta-sama: Está concordando com ele só pela sua conveniência de situação.
Hello: Ah francamente Tuta, você não tem um jornal com você?
Tuta-sama: Eu tenho cara de jornaleira, por acaso?
Hello: Você tem cara de ser uma pessoa bem informada.
Tuta-sama: Eu não sou uma pessoa. Sou uma guaxinim!
Hello: Ótimo ponto.
Locutor-sama: Ainda assim é bem informada.
Hello: Agradeço por me apoiar.
Locutor-sama: Não há de quê. É sempre bom ter alguém para ajudar-me a elogiar a Tuta-sama.
Tuta-sama: Minha nossa! Tudo isso por um jornal.
Locutor-sama: Não será um jornal qualquer, é um jornal dado pela guaxinim Tuta-sama.
Hello: A grande guaxinim! A mais poderosa de toda a galáxia.
Tuta-sama: Normalmente eu aprecio elogios, mas hoje eu só queria aproveitar meu vagão de primeira classe. E a minha bebida, é claro!
[Hello senta no banco ao lado da Tuta.]
Tuta-sama: Sem falar que vocês dois são muito chatos!
Locutor-sama: Eu não sou chato.
Hello: Nem eu! Sou apenas uma pessoa determinada em ser insistente.
Tuta-sama: Não precisa me explicar “chato” com outras palavras. Dá tudo no mesmo.
Hello: E afinal, qual é a graça de viajar sem ter companhia?
Tuta-sama: Eu tenho a companhia da minha incrível presença. Mas já vi que não vou ter escolha a não ser aturar vocês dois.
Não sei, não sei, me dá um tempo. ~
[Tuta está tranquilamente andando pelo corredor de sua bela mansão, ela tem a intenção de ir até a sala, pois é o momento ideias para ela parar para relaxar e ler um livro. Mas como uma história não deve ser com coisas tão paradas assim, a fada Matilde está presente na sala, sentada em uma das confortáveis poltronas do lar da guaxinim.]
Matilde: Olá, Tuta! Como vai levando a vida?
Tuta-sama: Eu ia levar a vida lendo um livro, mas pelo visto eu vou ter que deixar esses planos de lado. O que está aprontando por aqui?
Matilde: Eu? Eu não estou aprontando nada.
Tuta-sama: Ora, mas deve estar aprontando sim.
Matilde: Só diz isso porque tenho cara de fada suspeita.
Tuta-sama: Ainda bem que você sabe disso.
Matilde: Já escutei isso o suficiente, e sabe como é. Quanto mais você escuta as pessoas dizendo isso, uma hora a gente acaba acreditando.
Tuta-sama: Tem certeza que não descobriu isso se olhando no espelho?
Matilde: Você me conhece bem. Até bem demais!
Tuta-sama: Bom. Amizades são para isso. Para saber com quem você lida, e também ser sincera.
Matilde: Pensei que você era sincera normalmente.
Tuta-sama: É. Não pensou errado.
Matilde: E que você também é sincera com todo mundo.
Tuta-sama: Normalmente, sim. São raras as exceções em que minha melhor qualidade, a sinceridade, deixa de ser útil. Nessas ocasiões é que não quero perder tempo, mesmo.
Matilde: Afinal de contas, tempo é dinheiro!
Tuta-sama: Eu nem estava pensando nisso.
Matilde: Como não?? Você é a Tuta. A guaxinim milionária.
Tuta-sama: Eu ia dizer outra coisa, que também merece destaque além do famoso “tempo é dinheiro.”
Matilde: Tá, até aí já entendi que você iria dizer outra coisa. Não fique enrolando tanto!
Tuta-sama: Tempo é um teste de paciência.
Matilde: Ah. Aí eu tenho que concordar…
Tuta-sama: Você, concordando comigo? Isso é bastante espantoso!1
Matilde: Ora, até parece que não concordo contigo de vez em quando. Eu tenho que admitir que você sabe dizer umas coisas interessantemente.
Tuta-sama: Eu deveria cobrar pelas minhas palavras de sabedoria.
Matilde: Mas você cobra!
Tuta-sama: Mas eu deveria cobrar de você.
Matilde: Lá vem. Estava bom demais pra ser verdade!
Tuta-sama: Amigos, amigos, negócios a parte!
Matilde: Tá. Mas você falou porque quis.
Tuta-sama: Está bem. Eu falei porque eu quis. E também é minha função compartilhar minha sabedoria com os amigos.
Matilde: Você não acha que está sendo contraditória?
Tuta-sama: A vida é contraditória, minha cara Matilde.
Hoje é hoje, e amanhã é amanhã, mas quando passo o hoje, ele se torna ontem. Confuso, eu sei.
Locutor-sama: Estou aqui presente na mansão de Tuta-sama. A autora resolveu trazer sua mesa, com seu telefone para cá. Ela está na sala de estar, e não sei como a Tuta-sama ainda não apareceu para pedir satisfação. Não sei se é sorte da autora, ou é simplesmente por conveniência. Se ela não aparecer aqui, a mesa pode ficar tranquilamente, porque não tem a dona da casa para impedir de colocar.
Moon: Você está com inveja!
Locutor-sama: Como assim, autora? Você está viajando nas ideias!
Moon: Eu tenho uma mesa e um telefone bonito, e você não.
Locutor-sama: Francamente, senhorita Moon. Não diga tamanha baboseira!
Moon: Não é baboseira, é fato.
Tuta-sama: Que palhaçada é essa por aqui?
Moon: Olá, olá minha guaxinim favorita!
Tuta-sama: Eu sou a única guaxinim em sua vida.
Moon: E que continue assim.
Locutor-sama: A autora está sem o escritório dela.
Tuta-sama: Cola-sama andou aprontando, não?
Moon: Andou.
Tuta-sama: Bom. Sinta-se a vontade pra ficar por aí. Mas não no meio do caminho, nem no meio do corredor.
Moon: Ótimo! Muito obrigada, minha guaxinim favorita!
Locutor-sama: Estranho. Podia jurar que você acharia ruim, a presença da senhorita Moon aqui.
Tuta-sama: As pessoas vivem entrando na minha casa. Você, principalmente, volta e meia está aqui. Parece que mora aqui também!
Locutor-sama: É verdade. Estou sem moral para falar da senhorita Moon.
Tuta-sama: Exato. E outro dia, aconteceu uma coisa bastante peculiar.
Locutor-sama: O que aconteceu?
Tuta-sama: Acordei e encontrei uma figura do meu lado.
Locutor-sama: A aparição do Wario?
Tuta-sama: Não me venha com baboseiras de creepypasta, Locutor. Estou falando de outra coisa.
Locutor-sama: Eu? Mas a creepypasta não é baboseira-
Tuta-sama: Continuando, eu estou falando sobre uma figura ao meu lado.
Locutor-sama: Está bem, continue sua creepypasta.
Tuta-sama: Não é uma creepypasta! Aconteceu de verdade.
Locutor-sama: Mas toda creepypasta é verdade. Na cabeça das pessoas que acreditam nela!
Tuta-sama: *decide ignorar o narrador* Então, eu estava dormindo. Acordei e vi a figura da Matilde ao meu lado!
Moon: Caramba, isso é mais assustador que qualquer creepypasta que já li.
Tuta-sama: Não é porque a fada não está aqui, que você deve falar assim.
Moon: Mas você vive falando coisas como essa!
Tuta-sama: Eu sou eu, eu pago o salário e você sou eu?
Moon: Complicado. Parece ter saído de Alice no País das Maravilhas.s
Tuta-sama: É uma frase cortada.
Locutor-sama: E o que a fada Matilde fazia no seu quarto?
Tuta-sama: Ela estava esperando eu acordar. Só estava me trollando, no final.
Locutor-sama: Caramba.
Moon: Coitada de você.
Tuta-sama: Pois é.
O tempo passa, tão devagar, mas passa rápido a partir do mundo que você começar a se divertir!
No apartamento da Matilde.
Matilde: É hoje que começarei a vender minhas cocadas.
Tuta-sama: Vai vender as suas cocadas?
Matilde: E serei conhecida como a fada da cocada!
Tuta-sama: Matilde! Eu não estou pagando um salário bom o suficiente? Não é dinheiro o bastante pra você?
Matilde: Ah! Não é isso, minha cara. Deixe eu te explicar.
Tuta-sama: Então me explique, estou esperando.
Matilde: Estou escrevendo uma história. Sobre uma fada, com necessidades financeiras.
Tuta-sama: E essa fada não é você?
Matilde: Não!
Tuta-sama: É só pra eu ter certeza.
Matilde: De qualquer modo, eu não preciso de dinheiro. O salário que você paga é suficiente.
Tuta-sama: Ainda bem.
Matilde: Mas gosto de escrever, pois é uma maneira de organizar as ideias.
Tuta-sama: Sei.
Matilde: É verdade.
Tuta-sama: Eu acredito em você.
Matilde: Ainda bem, você de vez em quando me confunde.
Tuta-sama: É uma das minhas melhores qualidades.
Matilde: Não vejo isso como qualidade.
Tuta-sama: Como não? É lógico que é uma qualidade.
Matilde: Não é uma qualidade. É uma chateação!
Tuta-sama: Vamos concordar em discordar.
Matilde: Está bem, está bem.
Tuta-sama: Ótimo. Tomamos a atitude mais sábia.
Matilde: Sei. De qualquer forma, vá pegar um copo de água pra mim, certo?
Tuta-sama: Está bem. Vou lá pegar.
[Tuta vai até a cozinha, e deixa a fada no seu notebook.]
Tuta-sama: Já trouxe a água.
Matilde: Obrigada!
Tuta-sama: De nada. Como vai a escrita?
Matilde: Um pouco devagar.
Tuta-sama: Não parece.
Matilde: É que estou escrevendo uma fanfic, no paralelo.
Tuta-sama: Pensei que a fada das cocadas era uma fanfic.
Matilde: Quê? Lógico que não. É uma história original.
Tuta-sama: Uma história original?
Matilde: Sim, é uma história original. Está difícil de entender?
Tuta-sama: Não é que está difícil de entender.
Matilde: Não? Então qual é a questão?
Tuta-sama: A questão é, que gosto de encher a sua paciência.
Matilde: Ah. Devia ter imaginado.
Tuta-sama: Claro que você deveria ter imaginado.
Matilde: Sim, sim. Sempre tenho que estar preparada, não?
Tuta-sama: Nem sempre. Se não, perde a graça.
Matilde: Devia ter imaginado que você me diria isso.
Tuta-sama: Não. Se não, como teria um diálogo?
Matilde: De fato.
Tuta-sama: Aí seria um monólogo.
Matilde: Realmente.
Tuta-sama: De qualquer modo.
Matilde: O que há, agora?
Tuta-sama: Já acabaram as cocadas?
Matilde: Já.
Tuta-sama: Mas já???
Matilde: Sim. O Kekekê levou pros amigos.
Tuta-sama: E eu??
Matilde: Você já comeu um monte! Francamente!
Tuta-sama: Sempre cabe mais um.
Matilde: Que esterótipo de Taurina!
Tuta-sama: Ora, dá licença! Faço o que eu quiser.
Matilde: Tá bem, tá bem.
Não sei pra quando o amor vai quando ele some, pois se é pra ele ficar, ele volta!
No apartamento da Matilde.
Matilde: Kekekê! Cadê ele? Ele falou que estaria aqui…
[A campainha do apartamento é tocada. A fada voa para atender. Literalmente, pois fadas tem asas!]
Matilde: Quié??
Kekekê: Gostosuras ou travessuras!
Matilde: Eu já fiz as cocadas, Kekekê. Não precisa roubar meus papéis higiêncos esse ano.
Kekekê: Mas eu não roubei seus papéis higiênicos, Matilde.
Matilde: Então quem foi?
[A Tuta aparece no meio da sala, com o pacote dos papéis higiênicos.]
Tuta-sama: Droga! Pega no flagra.
Kekekê: É, de fato. Isso não dá para negar!
Tuta-sama: Nem com uma boa advogada?
Kekekê: Nem com uma boa advogada.
Tuta-sama: Droga.
Matilde: Tem cocada suficiente pra todo mundo.
Tuta-sama: Ainda bem, pois se não, ai dos seus…
Matilde: Estou vendo! Agora, devolva.
Tuta-sama: *larga o pacote no chão*
Matilde: Tuta.
Tuta-sama: Que foi? Eu estou te devolvendo! Agora, as cocadas.
Matilde: Estão lá na cozinha. Eu vou pegar.
[Matilde sai para a cozinha. Kekekê, de vampiro, fica sozinho com a Tuta, que está vestida de bruxa.]
Tuta-sama: Onde já se viu, uma fada vestida de bruxa?
Kekekê: A Matilde normalmente se fantasia assim.
Tuta-sama: Já percebi. E isso é extremamente revelador, entende.
Kekekê: Revelador como?
Tuta-sama: Não é óbvio? A Matilde é uma bruxa.
Kekekê: Quanta bobagem. Usar uma varinha e se fantasiar de bruxa, no dia 31 de outubro não prova nada.
Tuta-sama: Pode até ser. Mas estarei com os meus dois olhos azuis, bem abertos e atentos pra qualquer coisa, que essa bruxa pode fazer.
Kekekê: Quanto exagero, Tuta.
Tuta-sama: Eu nunca ouvi falar de fada dos doces.
Kekekê: Eu já ouvi falar de fada da cocada.
[Matilde entra na sala, com uma bandeja com as cocadas]
Matilde: Lá vem. Eu não sou a fada da cocada!
Kekekê: Mas é lógico que é, minha querida Matilde.
Matilde: Está bem, está bem. Experimentem logo as cocadas!
[Matilde oferece a bandeja. A guaxinim pega primeiro, e o duende depois.]
Tuta-sama: Como sempre, estão ótimas! Deliciosas!
Matilde: Mas é lógico. Eu tenho confiança no que faço.
Kekekê: E isso faz diferença na hora de fazer doces.
[Matilde concorda com a cabeça. Ela está claramente com sono.]
Tuta-sama: Não dormiu?
Matilde: Pois é.
Tuta-sama: Estava fazendo bruxaria?
Matilde: Estava.
Tuta-sama: Ela ainda admite!
Matilde: Todo ano é a mesma coisa. Não vou perder meu tempo dessa vez.
Tuta-sama: Tem certeza?
Matilde: Absoluta.
Kekekê: Vamos todos concordar, em comer essas cocadas, e não perder tempo com coisas desnecessárias?
Tuta-sama: Está bem, está bem.
Pensamento rápido é tão estranho, que parece uma bola de vôlei vindo na nossa direção!
[A Mansão da Tuta-sama. A guaxinim milionária está em seu quarto, arrumando suas perucas. O Kekekê entra pela janela.]
Kekekê: Tuta! Me esconda!
Tuta-sama: Kekekê! Minha nossa, meu amigo. O que foi que aconteceu? Está fugindo de quem?
Kekekê: Estou fugindo do Mago Glow!
Tuta-sama: E a fantasia de Mario?
Kekekê: Não me pegunte. É uma história comprida.
Tuta-sama: E como você conseguiu subir? É muito alto!
Kekekê: Isso, minha cara Tuta, eu não sei explicar.
Tuta-sama: Mas Kekekê… Meu caro, quanto mistério.
Kekekê: Pois é, pois é.
Tuta-sama: E você está super nervoso.
Kekekê: Lógico! Eu estou CANSADO de ser desrespeitado.
Tuta-sama: Conte-me, o quê aconteceu…
Kekekê: É uma história comprida. E também, muita coisa não entendo.
Tuta-sama: Só que agora, fiquei curiosa.
Kekekê: Basicamente, eu fui OBRIGADO a ir visitar o Mago Glow. As circunstâncias foram uma série de obrigações, que de repente fui dado pra cumprir.
[Tuta-sama está sentada em uma das poltronas, no seu quarto.]
Tuta-sama: Continue. Estou escutando.
Kekekê: Eu fui lá, né. Mesmo não querendo. Agora vivo minha vida corretamente, sem aquelas LOUCURAS insanas que vivi com o Glow. E fui obrigado a ir em uma festa a fantasia!
Tuta-sama: Caramba. Você está pulando detalhes.
Kekekê: Estou tenso demais, pra dar uma história bem feita e detalhada.
Tuta-sama: Está bem, está bem. Compreendo.
Kekekê: Eu fui obrigado a ir de Mário, porque a fantasia de Luigi não tinha.
Tuta-sama: Mas… Uma festa a fantasia. Como é que foi ser obrigado a ir nisso?
Kekekê: Bom. O Mago Glow é muito persuasivo. E chato.
Tuta-sama: Chato. Bom, isso eu concordo.
Kekekê: De qualquer forma, já começou mal. A atendente da loja chamou o Lugi de Mário Verde!
Tuta-sama: Minha nossa.
Kekekê: Isso doeu, sabe. Mário Verde? Estão todos loucos?
Tuta-sama: Foi só uma atendente, meu amigo.
Kekekê: Antes tivesse sido. E então, o mago Glow concordou.
Tuta-sama: Ele concordou??
Kekekê: Pra você ver. Então, eu acabei saindo a esquerda. Porque a direita estava travada.
Tuta-sama: Entendo, entendo.
Kekekê: Travada, não. Bloqueada!
Tuta-sama: Tudo bem, meu amigo.
Kekekê: Sou foragido de uma festa a fantasia.
Tuta-sama: E eu pensei que já tinha visto de tudo.
Kekekê: Pra você ver. Espero que o Mago Glow não chame a polícia.
Tuta-sama: Mas ele é super suspeito! Como uma pessoa como ele vai chamar a polícia?
Kekekê: Ele tem seus métodos. Você não precisa saber.
Tuta-sama: Minha nossa, como ele é extremamente suspeito.
Kekekê: Posso usar um dos seus quartos de hóspedes?
Tuta-sama: Mas é claro. Fique tranquilo, eu mando uma das meninas se entenderem com o Mago Glow.
Kekekê: Tem certeza?
Tuta-sama: Sim, deixe comigo. Eu cuido disso, e as meninas também.
Kekekê: Muito obrigado.
A Terra é um planeta, mas ninguém para e pensa… No fundo, somos todos planetas??
Na mansão da Tuta-sama
Tuta-sama: Senti que hoje era um dia diferente dos outros. A paisagem estava… Preta e Branca. Nossa, deve ser uma tentativa da autora de escrever uma história misteriosa. Mas pularei para a parte que, por alguma razão, estava discutindo com o Locutor-sama.
Tuta-sama: Seu globalóide!!
Locutor-sama: Mas Tuta-sama, você também é.
Tuta-sama: É verdade. Então, porque estou dizendo isso pra você?
Locutor-sama: Não sei, não estou dentro da sua cabeça.
Tuta-sama: Ainda bem! Você já é intrusivo o suficiente!
Locutor-sama: Você acha?
Tuta-sama: Não acho, eu tenho certeza.
Locutor-sama: Está bem, Tuta-sama. Eu serei discreto…
Tuta-sama: Não. Você discreto é mais perigoso ainda!
Locutor-sama: Puxa vida. Você é muito exigente!
Tuta-sama: Se eu não for exigente, quem será? EU sou sua chefe!
Locutor-sama: Sei disso, é sempre uma honra trabalhar com você.
Tuta-sama: Não venha com essa conversinha, senhor narrador.
Locutor-sama: Não estou de conversinha. Estou apenas sendo sincero!
Tuta-sama: Tá, tá. Eu vou fingir que eu acredito.
Locutor-sama: Tudo bem.
[O silêncio fica constrangedor.]
Locutor-sama: Tem visto algum filme bom, ultimamente?
Tuta-sama: Agora nós dois estamos mesmo de conversinha!
Locutor-sama: Não acho que isso seja conversinha.
Tuta-sama: Como não?? *indignada* Está na cara que você não tem assunto comigo!
Locutor-sama: Mas estou me esforçando, porque gosto bastante da sua companhia.
Tuta-sama: Lógico que você gosta da minha companhia, eu pago o seu salário!
Locutor-sama: Não adiantaria só isso, você também é uma pessoa agradável!
Tuta-sama: Eu não sou uma pessoa, sou uma guaxinim!
Locutor-sama: Ah. Tudo bem.
Tuta-sama: De qualquer modo, você não tem melhor o que fazer?
Locutor-sama: Não.
Tuta-sama: Claro que você deve ter algo melhor para fazer.
Locutor-sama: Eu posso até ter.
Tuta-sama: Está vendo! Eu tenho razão, como sempre.
Locutor-sama: Nunca te tirei a razão, Tuta-sama.
Tuta-sama: E isso é bastante inteligente da sua parte!
Locutor-sama: Como narrador da senhorita Moon, eu devo ser inteligente.
Tuta-sama: E humilde também.
Locutor-sama: Não gosto de fingir quem não sou, minha cara.
Tuta-sama: Eu não sou “sua cara”. Mais respeito!
Locutor-sama: Desculpe, não quis ofendê-la.
Tuta-sama: Você já me ofendeu, a partir do momento que aparecestes aqui para encher a minha paciência.
Locutor-sama: Acalme-se, Tuta-sama. Lembre do seu colesterol…
Tuta-sama: O que você sabe, sobre o meu colesterol??
Locutor-sama: Nada.
Tuta-sama: Exatamente, então fique quieto!!
Locutor-sama: Está bem, está bem.
Tuta-sama: Você não sabe ficar quieto, não é mesmo?
Locutor-sama: Ainda bem, que você me conhece bem, Tuta-sama.
Tuta-sama: Eu preferia não te conhecer.
Locutor-sama: Nossa, Tuta-sama. Vou até embora!
Tuta-sama: Vá com Deus!!
As fadas tem uma visão diferente de mundo, assim como os guaxinins.
Na cabeça da autora, um lugar inusitado para se ter um escritório.
Locutor-sama: Estamos de volta, para mais uma interessantíssima história, dentro da cabeça da senhorita Moon. E eu estou aqui, na minha versão miniatura, tomando café. Enquanto isso, acompanhem os fatos que estão acontecendo!
Matilde: Em um momento como esse, quando se tem tanto trabalho pra fazer, estou sentido-me entediada. Acha que isso é possível?
Kekekê: Troque “entediada” por “cansada” e faz mais sentido.
Matilde: Ah! Realmente, estou me sentindo sem forças. Estou precisando descansar um pouco.
Kekekê: É melhor mesmo, Matilde. Deixe as coisas comigo.
Matilde: Tem certeza?
Kekekê: É claro que eu tenho certeza! Está tudo sob controle.
[Matilde sai, mesmo com certa incerteza. A guaxinim entra em cena, com sua clone.
Kekekê: Alô, Tuta. Olá, as duas. Como é que estão as coisas?
Tuta-sama: Péssimas.
Tuta-sama²: Sumiu o meu cortador de unha.
Kekekê: Caramba!
Tuta-sama: Caramba.
Tuta-sama²: Você viu?
Kekekê: Não, eu não vi.
Tuta-sama: Se você ver o meu cortador de unha, avise sim?
Kekekê: Claro!
Tuta-sama²: Obrigada, meu bom amigo.
Kekekê: Fique tranquila, eu aviso se ver o cortador de unhas saindo correndo.
[As duas guaxinins olham uma para a outra, mas nada dizem. Elas saem do escritório do Kekekê.]
Kekekê: Onde é que eu estava? Ah sim. Eu ia pesquisar sobre yoga. Ou é ioga? Não sei como se escreve!
[O duende joga uma pequisa no site de busca.]
Kekekê: Ah! O certo é ioga, ao menos na língua de portuguesa.
[A fada retorna ao escritório.]
Matilde: Kekekê! Você não vai acreditar no que vi. Estava na sala de descanso, quando vi…
Kekekê: O cortador de unhas da Tuta correndo?
Matilde: Cortadores de unha não saem correndo, Kekekê. Você pirou?
Kekekê: Não. Mas você não devia estar descansando?
Matilde: Também iria parar de descansar, se visse um cortador de unhas correndo!
Kekekê: Ah! Então eu estava certo. Por que disse que eu pirei?
Matilde: Simples. Porque, meu caro, eu tenho dificuldade de aceitar as coisas absurdas.
Kekekê: Mas você trabalha com a Moon!
Matilde: Mesmo assim, mesmo assim. Os absurdos da Moon tem um certo limite.
Kekekê: Eu não contaria com isso…
Matilde: Com o quê?
Kekekê: Que a Moon tem limite, para as coisas absurdas que ela escreve em suas histórias.
Matilde: Deixe-me com a minha ingenuidade, meu caro. É o meu elo a sanidade.
Kekekê: Se você diz, tudo bem. Eu respeito as suas decisões!
Matilde: Deixe eu pegar esse cortador de unha. Caso contrário, eu terei meu momento de descanso interrompido.
Kekekê: É, talvez seja melhor.
Coisas são coisas, você sabe, aquela coisa! Você não sabe? Nem eu sei. O vocabulário da coisa é extremamente complexo.
Na cabeça da Moon, na sala principal.
Matilde: Alô, Kekekê. Está tudo bem, aqui com você?
Kekekê: Estou bem, mas não entendo, pra quê está fazendo essa pergunta?
Matilde: Talvez seja porque, você continue usando esse gorrinho. Com purpurina.
Kekekê: Ah! Meu gorrinho com purpurina te incomoda? Mas já estou usando ele, pela segunda vez. Na primeira vez, você não reclamou.
Matilde: Eu tenho ser uma esposa e companheira que te apoia nas suas, excentricidades. Apesar de que a Tuta, é muito mais…
Tuta-sama: Ei!
Kekekê: Matilde, eu estou vendo duplicado!
Tuta-sama²: Não é duplicado, é clonado.
Matilde: Essa é boa! Não via você fazendo isso fazia um tempo, e creio que deve ser a primeira vez que faz isso nas histórias do blog.
Tuta-sama: Tem uma primeira vez, para tudo. E se posso ter mais de uma “eu”, porquê não?
Tuta-sama²: Afinal, eu preciso conversar com alguém inteligente, às vezes.
Matilde: Ah! Agora, ela está sendo arrogante. Não concorda, Kekekê.
Kekekê: Bom, em minha opinião, tem momentos que só podemos conversar com nós, mesmos. Afinal, quem melhor que nós para entendermos nossas próprias ideias?
Matilde: *pensando* Isso, passa pano pra ela!
Tuta-sama: Ah, Kekekê! Sabia que você iria me entender…
Tuta-sama²: A Matilde também me entende, mas ela não admite.
Matilde: Não coloque palavras na minha boca, guaxinim número 2.
Tuta-sama: Mais respeito! Ela ainda continua sendo eu.
Matilde: Que seja. Pode me resolver um dilema?
Tuta-sama: Qual de nós duas?
Matilde: A original.
Tuta-sama²: Nunca ouvi maior bobagem! Ela é tão eu, quanto eu.
Matilde: Tá. Façam o Kekekê usar um gorrinho normal, por favor.
Tuta-sama: Não vejo nada de errado, nesse.
Locutor-sama: Talvez deveria usar um, com um degradê na cor.
Kekekê: Boa ideia!
Matilde: Eu não te chamei aqui, narrador.
Locutor-sama: Ah, claro que não! Ninguém me chama. A própria autora usa a sua própria narrativa, ao invés de me usar…
Tuta-sama: Estamos cortando gastos.
Tuta-sama²: Não reclame, ou levamos o seu microfone!
Locutor-sama: Céus! Não precisam se exaltar. E nem vou dizer mais nada. Vou ficar no cantinho, talvez no máximo vá até a máquina de café.
Matilde: Isso, vá lá.
Tuta-sama: Aproveite e tire o indivíduo que pode estar lá, ou não.
Locutor-sama: Pronto. Já virei o personagem dos serviços aleatórios…
Tuta-sama²: Não se preocupe, isso ainda é do Random.
Tuta-sama: Ao menos ele reclama menos, e também consome menos coisas.
Tuta-sama: O funcionário perfeito! Deveria ter mais de um, funcionário boneco de palito…. Pensando bem, melhor não.
Tuta-sama²: Não esqueça, o barato sai caro.
Tenho o hábito de escrever sobre escritórios, talvez porque as palavras “escrever” e “escritório” combinem.
Locutor-sama: Estamos aqui novamente, com uma historinha que acontece dentro da cabeça da senhorita Moon. Se é metafórico, se é literal fica aberto a interpretação dos leitores. Muitas vezes, a autora é indecisa demais para decidir uma coisas…
Tuta-sama: Locutor! Precisamos da narração, e não da sua opinião.
Locutor-sama: Sim, Tuta-sama. Seguindo a narrativa, que na verdade eu não comecei, Tuta-sama está confusa. O duende Kekekê está com um gorrinho cheio de glitter, mas ninguém teve coragem de perguntar.
Tuta-sama: Eu tive coragem de perguntar sim! Mas ninguém me deixou perguntar.
Pompom: Tuta-sama, minha cara senhora, há perguntas que não devem ser feitas.
Random: Inspiração momentânea!
Pompom: O gorrinho do seu Kekekê? Concordo!
Tuta-sama: Francamente… E eu não consigo encontrar o Kekekê novamente, para perguntar pra ele. Para onde foi, o meu amigo?
[A chefe guaxinim começa a andar, de um lado para o outro. Ela vê um personagem ao lado da máquina de café e se surpreende zero por cento.]
Tuta-sama: Volta pra sua história, indivíduo!
[Locutor-sama poderia estar narrando os acontecimentos nesse momento, mas em sua versão miniatura, descobriu que estava sem o seu microfone. Então, está em seus três minutos de silêncio, porque ele é muito dramático.]
Matilde: Olá, Tuta. Como vai a vida?
Tuta-sama: Olá, minha amiga. Viu que indivíduo estava ao lado da máquina de café?
Matilde: Eu até vi, mas prefiro não comentar. E não estava procurando o Kekekê?
Tuta-sama: Realmente, eu estou a procura dele! Como adivinhou?
Matilde: Você está usando um gorrinho, na cabeça.
Tuta-sama: Coincidência! Está muito frio, hoje.
Matilde: De qualquer modo, o Kekekê tinha ido almoçar…
Tuta-sama: Ah! Então não devo importuná-lo, no horário de almoço.
Matilde: É. Acho melhor não.
[As duas conversam amenidades, até a Tuta resolve discutir sobre se é uma questão grave ou não, ter um personagem importunando e usando a máquina de café. Decidida, ela expulsa o indivíduo para ele retornar ao seu próprio local de origem.]
Matilde: Ele perguntou “em qual linha do tempo”! Mas que absurdo.
Tuta-sama: Típico de um engraçadinho, e desocupado que nem ele.
Matilde: Mas não deveria ser um desocupado, acontecem diversas coisas na história dele.
Matilde: Verdade. Para você ver, ele é um grande procrastinador…
Tuta-sama: Como a autora! Ah, olha só. O Kekekê voltou do almoço.
Kekekê: Olá, minha boa gente. O que há de novo?
Tuta-sama: Você está usando um gorrinho, cheio de purpurina.
Kekekê: *tira o gorrinho e olha pra ele* Ah, isso aqui? Ganhei da Marcy.
Tuta-sama: Ah. Devia ter imaginado…
Matilde: Sempre a resposta mais simples!