Locutor-sama: Não sei se vocês sabem, caso sim, vou me repetir de qualquer forma. Costumo chamar meu carro de “Locutor móvel”. O motivo é um tanto óbvio – eu gosto de coisas dramáticas. E desconfio que sou um tanto repetitivo, mas tudo bem. Narradores podem ser repetitivos, eu acho! Um dia desses, eu estava dirigindo o meu carro, na volta do supermercado. E quem eu encontrei? Tuta-sama, com o carro estacionado.
Tuta-sama: Não vamos poder voltar para a casa?
Beta: Infelizmente não, Tuta-sama.
Tuta-sama: Então… posso chamar um helicóptero?
Beta: Não tem ninguém para buscá-la de helicóptero, Tuta-sama.
Tuta-sama: É mesmo! A Falcona está de folga.
Locutor-sama: Precisa de ajuda, Tuta-sama?
Tuta-sama: Locutor-sama! De onde você veio?
Locutor-sama: Do Locutor móvel.
Tuta-sama: Sei… nome criativo, para um carro. Suponho que se inspirou no Batmóvel?
Locutor-sama: Sua suposição está correta.
Beta: Que maravilhoso vê-lo aqui, Locutor-sama! Você poderia fazer a gentileza de dar uma carona para a Tuta-sama? Ela vai se atrasar para a reunião com o Príncipe.
Tuta-sama: Mas essa ideia é terrível!
Beta: Tuta-sama, o Príncipe precisa da sua presença o mais rápido possível.
Locutor-sama: Não vejo nenhum problema em dar uma carona.
Tuta-sama: Tá… mas algo me diz que vou me arrepender.
Locutor-sama: Tuta-sama entrou no carro comigo. Liguei o meu GPS, como sempre faço, e perguntei para ela onde queria ir.
Tuta-sama: Não era mais fácil você me perguntar isso, ao invés de narrar…?
Locutor-sama: Eu tenho métodos, Tuta-sama.
Tuta-sama: Você tem problema, isso sim! Eu vou para a minha casa.
Locutor-sama: (O GPS tem a voz dele) Continue para a frente, depois de você passar da loja de donuts, vire a esquerda…
Tuta-sama: O seu GPS… tem a sua voz?
Locutor-sama: É melhor do que eu dirigir em silêncio.
Tuta-sama: Você podia ficar falando!
Locutor-sama: Mas se só tivesse eu no carro, eu ia parecer um maluco falando sozinho.
Tuta-sama: Mas você já é maluco!
Locutor-sama: (GPS) Depois da loja de luvas, vire a direta, dê tchau para a estátua de alienígena…
Tuta-sama: Onde tem uma estátua de alienígena na cidade?
Locutor-sama: Em algum lugar, tenho certeza.
[A guaxinim milionária ainda ouviu por algum tempo o GPS do Locutor-sama. Resultado: Ela ficou maluca, mas conseguiu de alguma forma comparecer a reunião com o príncipe.]
Tuta-sama: O Locutor-sama nunca daria um bom taxista.
– É, eu tenho nomes muito criativos para as empregadas da minha guaxinim favorita.
– Estou escrevendo esse post com sono. Não tenho culpa se algo não fizer sentido.
– Oh, mas meus posts não fazem sentido, normalmente. Triste, isso.