[Rosalina estava sentada lendo em um dos bancos do jardim da Casa Verde. Curioso, Olliver se aproxima e vê o que ela está lendo.]
Olliver: “Ninguém que tivesse conhecido a menina Catherine Morland poderia ter presumido que ela nasceu para ser uma heroína.”
Rosalina: Olliver!
Olliver: Boa escolha de livro.
[O jardineiro senta ao lado dela]
Rosalina: Ah, sim. Ele é ótimo!
Olliver: Já tinha lido?
Rosalina: Já.
Olliver: Então boa escolha de releitura.
Rosalina: Tenho o costume de ler um livro novo, e depois reler algo que faz tempo que terminei.
Olliver: É um bom hábito.
Rosalina: Ah, acha mesmo?
Olliver: É melhor do que deixar farelo de paçoquinha no jardim.
Rosalina: Tinha farelo de paçoquinha nos papéis do escritório.
Olliver: Tem farelo de paçoquinha por todos os lados!
Rosalina: Muito farelo de paçoquinha.
Olliver: Mas, voltando ao livro. É o meu favorito de Jane Austen!
Rosalina: É? O meu também!
Olliver: Nós somos pessoas de muito bom gosto.
Rosalina: Eu gosto de livros de paródia.
Olliver: Quem diria! Estou surpreso em saber disso.
Rosalina: Imagino que sim. Mas tem que ser um livro muito bem escrito! E é muito difícil achar um bom livro de paródia.
Olliver: Hm, como Orgulho e Preconceito e Zumbis?
Rosalina: Fico me perguntando quem teve essa ideia…
Olliver: Alguém que viu uma série de zumbis e pensou “Por que não colocar isso em um livro de Jane Austen?”
Rosalina: É, deve ter sido isso.
Olliver: Ou…
Rosalina: Ou?
Olliver: Jane Austen aparece como fantasma e diz para alguém colocar zumbis naquele livro.
Rosalina: Muito improvável.
Olliver: De fato! Mas às vezes eu penso em coisas bastante improváveis.
Rosalina: Por que é seu livro favorito?
Olliver: Porque o Henry é meu xará.
Rosalina: Caramba! Eu não sabia que o seu nome era composto. E eu deveria ter reparado, sendo da contabilidade!
Olliver: Ah, não se incomode por isso.
Rosalina: É uma combinação bonita.
Olliver: Minha mãe sempre teve bom gosto.
Rosalina: Ainda bem!
Olliver: O seu nome também é bonito.
Rosalina: Você acha?
Olliver: Bom, eu sou jardineiro. Então fica meio suspeito!
[Olliver fica envergonhado, e Rosalina escuta um barulho.]
Rosalina: Ouviu isso?
Olliver: Isso… o quê?
[Os dois ficaram paralisados quando viram um astronauta entrando na Casa Verde.]
Rosalina: Nós temos que fazer alguma coisa!
Olliver: Mas e se for uma pegadinha da tevê?
Rosalina: Uma pegadinha! Pode ser algo sério.
Olliver: Algo sério… Espero que não.
[Os dois foram seguindo o muito esquisito astronauta.]
Autores tem hábitos, e quando estão fora do seu habitat é pior ainda!
Estúdio Happy Green Things, em um corredor.
Moon: Locutor! Locutor-sama! Cadê o homem…?
Random: Oi autora!
Moon: Random! Cadê o narrador?
Random: Tá por aí.
Moon: Por aí, onde?
Random: Oi?
Moon: Quero saber onde ele está!
Random: Você quer que eu seja específico?
Moon: Quero!
Random: Ele está na lua plantando batatas.
Moon: Plantando batatas!
Random: Plantando batatas.
Moon: Isso é impossível.
Random: Nada é impossível, contanto que seu coração saiba disso!
Moon: Você está me enrolando.
Random: Não estou. Olha o homem vindo aí…
Moon: Que homem?
Random: O Locutor.
Moon: O Locutor! Estou vendo apenas um astronauta.
Random: Exato!
Moon: Como pode garantir que tem alguém dentro?
Random: Bem… Tire o capacete, Locutor.
[O astronauta não se mexe]
Locutor-sama: Olá, pessoal.
Moon: Locutor!
Random: Se você está aí, quem é o astronauta…
[O astronauta continua parado]
Moon: Estou ficando com medo.
Random: Eu também!
Locutor-sama: Esse é apenas o astronauta que conheci quando estava plantando batatas na lua.
Moon: Por que você está suando frio?
Locutor-sama: Bom, eu não plantei batatas na lua…
Moon: Então para quê está mentindo?
Random: Mentira ter perna curta!
Locutor-sama: Eu pensei que seria interessante falar que foi plantar batas na lua…
Moon: Plantar batatas na lua é impossível.
Random: O astronauta continua parado, olhando para gente!
Locutor-sama: O que quer, criatura de uma terra distante?
Astronauta: ….
Random: Medo.
Moon: É alguma brincadeira?
Locutor-sama: Não. Eu saberia se fosse!
Moon: Eu também saberia se fosse!
Random: Será que é…
Moon: O que será que é?
Locutor-sama: Pode ser qualquer coisa.
Random: O quê é o quê?
Moon: O astronauta.
Random: Ah.
Moon: Quem é o astronauta!
Locutor-sama: O astronauta não tinha identidade. Ele é apenas… o astronauta.
Moon: E o que ele está fazendo dentro do estúdio?!
Locutor-sama: Esta é outra pergunta sem resposta.
Moon: Quantas perguntas vão ficar sem resposta?
Random: Ah.
Locutor-sama: O que há com você, amigo?
Random: Não sei…
Locutor-sama: Oh! O astronauta…
Moon: Desapareceu!
Locutor-sama: Muito misterioso.
Random: E medonho!
Moon: Muito medonho!
Locutor-sama: De fato, é assustador.
Moon: Nós vamos ficar assim mesmo?
Locutor-sama: Assim como?
Moon: Sem saber nada sobre o astronauta!
Random: O astronauta… não é ninguém.
Locutor-sama: Ele é apenas um andarilho.
Moon: Suposições!
Random: É melhor teorizar do que não pensar.
Locutor-sama: Não vai ficar maluco?
Random: Eu prefiro não pensar mais sobre o assunto!
Moon: Sim! É melhor nós não pensarmos mais no assunto.
Locutor-sama: E todos nós ficamos com a impressão que aquele astronauta ainda voltaria.