No telhado do Estúdio Happy Green Things.
P-san: Ah! Moon! Você está aqui.
Moon: Sim. Eu estou.
P-san: O que está olhando?
Moon: São cinquenta e cinco piscinas de plástico no telhado?
P-san: Cinquenta e cinco piscinas de plástico no telhado.
Moon: Você só pode estar brincando.
P-san: O calor está aí, e não dá tempo de brincadeira.s
Moon: P-san! Qual é a sua com o número cinquenta e cinco?
P-san: Ao invés de perguntar para mim, eu pergunto para você. Qual é a sua com o número cinquenta e cinco?
Moon: Eu… Não sei dizer.
P-san: O segredo é viver sem fazer muitas perguntas, autora. Afinal, quem quer ter todas as respostas?
Moon: Imagino que ter todas as respostas resolveria muitos problemas.
P-san: Ah! Pode até ser. Mas nada é para sempre, e assim a vida também não iria ter muita graça.
Moon: Life on easy mode.
P-san: Você quer saber como viver no modo fácil na vida?
Moon: Como?
P-san: Latas de atum
Moon: Latas… De atum?
P-san: Eu não disse que faria sentido.
Moon: Faz sentido. Quero dizer, sei lá.
P-san: Está pegando o espírito da coisa.
Moon: O… Espírito da coisa?
P-san: Não precisa ficar tão espantada. Relaxe, e escolhe uma piscina!
Moon: Eu não tenho roupa de banho.
P-san: Roupa de banho? Ninguém usa esse temo atualmente. Como você é antiquada!
Moon: Considero falar roupa de banho o jeito mais adequado.
P-san: Está parecendo o Locutor-sama.
Moon: O que você queria? Sou eu que escrevo tudo o que ele fala?
P-san: Quer dizer que você não está sendo assombrada pelo Locutor?
Moon: Que coisa absurda. Ele não é um fantasma.
P-san: Ele aparece em lugares em momentos absurdos.
Moon: Isso não quer dizer nada.
P-san: Não quer dizer nada? Está bem, está bem.
Moon: Você foi muito fácil de convencer.
P-san: isso é porque está calor, autora. Você quer discutir com alguém nesse calor?
Moon: Acho que não.
P-san: É lógico que não! O calor é um tempo de paz e tranquilidade onde a família se reúne na frente do ventilador.
Moon: De onde você tira essas coisas?
P-san: Do meu cérebro.
Moon: Não poderia simplesmente dizer “da minha cabecinha”? Ficaria muito mais bonitinho.
P-san: Sou um pinguim. Isso significa que sou naturalmente bonitinho!
Moon: Céus. A arrogância do Wolf pega!
P-san: O Wolf não é bonitinho como eu.
Moon: Já entendi, P-san. Agora, se me der licença ir de sair de fininho pois você está me assustando.
Você deve acreditar em alguma coisa.
No telhado do Estúdio Happy Green Things.
Moon: P-san! O que está fazendo?
P-san: Não consegue entender o que estou fazendo?
Moon: Não. Tem um pano gigante cobrindo! Pode me dize? Não faça suspense, seu pinguim.
P-san: Certo, certo. Vou falar.
Moon: Então diga!
P-san: Lembra dos meus cinquenta e cinco ventiladores?
Moon: Lembro deles, sim.
P-san: Esses são os cinquenta e cinco ventiladores… Reservas!
Moon: Em outras palavras, você tem cento e dez ventiladores.
P-san: Em outras palavras. Mas!
Moon: Mas! Mas o quê?
P-san: Estou utilizando os meus reservas.
Moon: Para quê, exatamente?
P-san: Para construir um robô gigante! *tira o pano e joga para o lado*
Moon: Um robô gigante.
P-san: Sim, um robô gigante.
Moon: Não estou surpresa. Se um personagem está ocupado, provavelmente está montando um robô gigante nesse exato momento.
P-san: Está querendo dizer que minha ideia não é original?
Moon: Algo do gênero.
P-san: Caramba! *joga uma chave inglesa no chão* E eu quero ser original.
Moon: Não se preocupe muito com essas coisas.
P-san: Como não?
Moon: Está tudo bem em criar um robô gigante, P-san.
P-san: Está?
Moon: Apesar de que fazer a sua própria imagem o robô é um tanto narcisista da sua parte.
P-san: Mas não há nada mais belo que um pinguim!
Moon: E não vejo como isso foi construído com ventiladores.
P-san: Eu os desmontei, obviamente.
Moon: Mesmo assim, não vejo como fazer um robô gigante com peças de ventilador.
P-san: Oras! Moon, cadê a sua imaginação?
Moon: Mesmo na imaginação, temos que encontrar um pouco de lógica.
P-san: Se há lógica, então não existe mais imaginação.
Moon: Esses personagens gostam mesmo de falar palavras bonitas?
P-san: E qual é o problema com isso?
Moon: Fica parecendo que estou cercada de cópias do Locutor-sama.
P-san: Que absurdo! O Locutor-sama nem ao menos é profundo.
Moon: Nesse ponto eu devo concordar.
P-san: Está vendo? Até você percebe isso! Ele é um poser.
Moon: Que coisa engraçada.
P-san: O que é engraçado?
Moon: Sei lá. Mas acho que todo mundo finge ser o que não é.
P-san: Sério?
Moon: Sério.
P-san: Bom, eu por exemplo sou cem por cento autêntico. Um pinguim!
Moon: Isso eu já notei.
P-san: Ainda bem. Já pensou se você nunca tivesse notado que eu sou um pinguim?
Moon: Isso é meio impossível. Como eu não ia perceber que você é um pinguim?
P-san: Nunca se sabe. A gente nunca realmente conhece as pessoas.
Moon: Céus! Diga “Nós nunca realmente conhecemos as pessoas”.
P-san: Não precisa corrigir meu português.
Moon: Precisa sim, pombas!