No escritório da autora, em Happy Green Things.
[A Moon está sentada no chão do seu escritório, em pose de meditação. Porém, logo levanta e começa a fazer umas danças esquisitas.]
Moon: INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER! Venha! Venha até minha, lá do mundo das ideias de Platão!
Locutor-sama: *acaba de abrir a porta, mas fecha ao ver o que acabou de acontecer no escritório*
Moon: Narrador, seu miserável! Volte aqui!
Locutor-sama: *abre a porta novamente* Eu não quero atrapalhar.
Moon: Atrapalhar é fazer isso, ter essa atitude de pessoa debochada comigo!
Locutor-sama: Ok.
Moon: O que você está esperando? ENTRE NO ESCRITÓRIO.
Locutor-sama: *faz como a autora manda* Bom dia.
Moon: Bom dia. O que conta de novo?
Locutor-sama: Nada de muito interessante.
Moon: Impossível.
Locutor-sama: De fato, é impossível que eu não tenha nada interessante pra contar, já que eu sou um narrador que leva uma vida tão emocionante. Sou uma ambulância de histórias.
Moon: Ambulância de histórias??
Locutor-sama: Sim. Quero dizer, esqueça o que eu disse. Nem eu sei o que quero dizer com isso.
Moon: Percebi. Quem diria que até mesmo você, não faz sentido ás vezes.
Locutor-sama: Gentileza sua descobrir que eu sou um ser humano, como qualquer um.
Moon: Você com certeza não é qualquer um, Locutor-sama.
Locutor-sama: Estou admirado, em receber tantos elogios logo de manhã.
Moon: Não abuse de sua sorte nem da minha boa vontade, e então nós dois seremos felizes e ficaremos bem.
Locutor-sama: Eu normalmente evito abusar de sua boa vontade, senhorita Moon. Não sou idiota.
Moon: De fato. Você quer ter seu salário pago, no final do mês.
Locutor-sama: Mas não é você que me paga, e sim a Tuta-sama.
Moon: Tenho consciência da minha condição financeira, infelizmente.
[A autora vai sentar-se na sua poltrona.]
Moon: O que temos para hoje?
Locutor-sama: Sou eu que devo fazer essa pergunta. Qual é a ideia mirabolante do dia?
Moon: Você chegou muito cedo, eu ainda estava pensando.
Locutor-sama: Quer dizer que sempre faz esse ritual ridículo?
Moon: Lógico que não. Apenas faço isso quando pretendo começar uma historinha, passando vergonha.
Locutor-sama: Era isso que pretendia, senhorita Moon…? Admiro sua coragem para querer passar vergonha propositalmente.
Moon: É lógico que não foi proposital! Se for proposital, deixa de ser uma vergonha e passa ser uma esquisitice, daquelas que fazem as pessoas ao seu redor desconfiarei se você fugiu de um hospício.
Locutor-sama: Estou achando um tanto específica, a sua colocação.
Moon: Esqueça. Já vi que nós dois não chegaremos a lugar nenhum.
Locutor-sama: Principalmente porque nós dois não estamos dentro de um veículo.
Moon: Muito engraçado.
Locutor-sama: Obrigado. Reconhecimento dos meus talentos é sempre uma coisa maravilhosa de se ouvir.
O trabalho de uma escritora nunca termina, por isso, esta deve se abrir a ter novas experiências para poder abrir a mente! Abrir a mente é importa, para escrever novas histórias.
Locutor-sama: Estamos na sala de estar da Casa Verde, em um dia de muita paz e tranquilidade em nossos corações. Hoje estou bem humorado, amigo Fábio.
Fábio: Nós somos amigos, narrador?
Locutor-sama: Um amigo de meu primo é meu amigo.
[Sabrina entra em cena, segurando um par de patins em sua mão.]
Sabrina: Bom dia, rapazes!
Fábio: Sabrina, bom dia.
Sabrina: Locutor-sama! Onde está o meu bom dia? Nunca vi um narrador ficar sem palavras.
Locutor-sama: Bom dia…
Fábio: Onde vai com esses patins?
Sabrina: Excelente pergunta.
Fábio: Agora posso receber uma excelente resposta?
Sabrina: Pode, sim. Esse é o espírito! Vou entregar uma carta.
Locutor-sama: Interessante.
Fábio: E pra isso, precisa usar patins?
Sabrina: Eu preciso me motivar, a suar meus patins novamente. Alô, Rosalina! Como você está?
Rosalina: *usando suas roupas casuais, pois está de folga* Alô! Estou tranquila, sem grandes pretensões.
Sabrina: Uma pretensão importante para um dia de folga, de qualquer modo.
Rosalina: Acha mesmo?
Sabrina: Lógico! Vejo vocês mais tarde. Cuidado pra não esquecer de limpar a moto Zuleide hoje, Fábio.
Fábio: *levanta do sofá que estava sentado* É verdade!
[Sabrina sai para o lado de fora da Casa Verde, e coloca os seus patins sentada no chão da entrada.]
Olliver: Eu não sabia que podia andar de patins. Acho admirável.
Sabrina: Obrigada, Ollie. Pode me fazer um favor?
Olliver: Lógico!
Sabrina: Me arranje uma ideia pra poder presentear alguém. Com flores. Eu te pago!
[Sabrina está se posicionando para ficar de pé, usando os seus patins, e agora fica de frente para a porta aberta da Casa Verde]
Olliver: São para o Locutor?
Sabrina: São, sim. Vejo que está bem informado.
Olliver: Sou um bom observador. É uma qualidade de jardineiro.
Sabrina: De fato. Estou indo, meu amigo jardineiro! Até logo! *começa a andar*
Olliver: Até logo, amiga do cabelo rosa! *acena*
[Sabrina está em velocidade, com seus patins. A personagem está satisfeita por não ter perdido a prática, e nem a sua habilidade no andar de patins.]
Sabrina: Que bom! Quem diria que andar de patins, é como andar de bicileta, você nunca esquece?
[Sabrina desvia dos obstáculos, que consistem em postes, árvores, adultos com suas crianças, cachorros e gatos. Também desviou de um passarinho, distraído andando no chão.]
Sabrina: Estou próxima de meu destino! Vamos lá, Sabrina! Já faltou muito mais.
[Ainda é necessário se desviar de mais pessoas. Ela finalmente chega para o seu objetivo, que é entregar sua carta para uma senhora que trabalha em uma banca de jornal.]
Sabrina: Dona Ana Cláudia! Aqui está a carta para você.
Ana Cláudia: É muita bondade sua. Estava sentindo falta de suas cartas animadoras.
Sabrina: Eu também estava com saudades de escrever para a senhora. O que fez abrir a banca de jornal novamente?
Ana Cláudia: Dinheiro, minha querida. Mas não se culpe por me fazer essa pergunta, não estou ofendida.
Sabrina: Se houver algo que possa fazer…
Ana Cláudia: Você já fez. Escreveu uma carta para esta senhora, que estava com saudades também de interagir com outras pessoas.
Sabrina: Mas se precisar de algo, pode me dizer.
Ana Cláudia: Tem como me faze companhia? Se não for pedir demais. Muitos de meus antigos clientes foram avisados de meu retorno, mas quero ajuda para arrumar a banca e ter como receber os clientes.
Sabrina: Mas é claro!
Morar sozinho tem suas vantagens, ninguém pode interromper os seus monólogos.
No apartamento do narrador, Locutor-sama em sua moradia dramática.
Locutor-sama: *a campainha está tocando, ele está indo atender* Já vai, já vai.
[O narrador abre a sua porta, e ele está até muito bem humorado.]
Patrick: Olá vizinho! Tem uma xícara de açúcar para me emprestar?
[Ele olha pra cabeça do Locutor, que está coberta com um chapéu de sapo.]
Locutor-sama: Uma xícara de açúcar, Patrick? Se quiser, posso te dar um pacote fechado.
Patrick: Seria muito gentil da sua parte, meu amigo.
Locutor-sama: Entre, por favor. Não precisa de uma desculpa esfarrapada dessas, para vir me visitar.
Patrick: Eu realmente estou precisando de açúcar.
Locutor-sama: Está bem. Por hoje, eu irei acreditar.
[Locutor aponta um sofá, para o amigo sentar]
Patrick: Muito obrigado.
Locutor-sama: Não me agradeça ainda, preciso pegar o açúcar.
Patrick: Estava agradecendo por ter lugar pra sentar, na verdade.
[Locutor se retira para a cozinha. Ele logo retorna com o pacote de açúcar.]
Locutor-sama: Você tomou café da manhã?
Patrick: Não tomei. Acabei de chegar em casa de uma missão diplomática.
Locutor-sama: Então você está convidado, para tomar café da manhã comigo.
Patrick: É como aquele programa de televisão, que a mulher convidou até um palhaço de profissão pra tomar café da manhã com ela?
Locutor-sama: Pode ser. Venha logo, antes que eu simplesmente mude de ideia.
[Os dois agora estão na cozinha. O pão é fresco. O café também é muito bem feito.]
Patrick: Caramba! Não como pão caseiro desde quando saí de casa.
Locutor-sama: Ainda bem que você gostou, minha cara cobaia.
Patrick: Você sempre tem que fazer esse tipo de piada, não?
Locutor-sama: Sou um cara com um espírito daqueles.
Patrick: De fato. Ainda bem que admite.
Locutor-sama: Lógico que tenho que admitir! É uma das minhas melhores qualidades.
Patrick: Concordo. *percebe o que acabou de falar* Eu falei por falar!
Locutor-sama: Claro, claro. E como está o café?
Patrick: Está ótimo. Você sempre foi bom em fazer café.
Locutor-sama: Meu pai, em contrapartida, não sabia fazer café preto. Só café com leite.
Patrick: Ah! Eu me lembro disso.
Locutor-sama: E minha mãe brigava com ele, falando pra ele parar de tentar fazer café preto.
Patrick: Até que finalmente seu pai ouviu a voz da razão, e desistiu de fazer.
Locutor-sama: Sim. Demorou bastante para esse milagre acontecer, na verdade.
Patrick: Demorou mesmo. Mas ainda bem.
Locutor-sama: Ainda bem o quê?
Patrick: Que nós dois ainda sabemos conversar casualmente.
Locutor-sama: Mas é claro. Que ideia! Acha que só sei ficar zombando da sua cara?
Patrick: Tenho certeza que esse é um dos seus passatempos favoritos.
Locutor-sama: Que ideia absurda, a sua, meu amigo.
Novembro é um mês engraçado, ele é número onze mas começa com nove!
No estúdio da autora, em Happy Green Things.
Moon: Muito bem. Locutor-sama!
Locutor-sama: Sim, minha cara dama?
Moon: Quero que você responda uma coisa.
Locutor-sama: Mas é claro. Sua pergunta é sinônimo da minha resposta!
Moon: Pra quê o cosplay de Sebastian de Kuroshitsuji?
Locutor-sama: Acordei com vontade de vestir isso.
Moon: Essa é a sua resposta?
Locutor-sama: Sim. Se é insatisfatória, eu troco por outra.
Moon: Minha nossa.
Locutor-sama: O que foi?
Moon: Nada.
Locutor-sama: Tem certeza?
Moon: Tenho.
Locutor-sama: A sua expressão no rosto diz o contrário.
Moon: Pare de fazer isso.
Locutor-sama: Fazer o quê, minha cara dama?
Moon: De imitar o Sebastian. De imitar até os trejeitos dele!
Locutor-sama: Eu me esforço. Fico feliz por estar reconhecendo o meu talento.
Moon: Não estou reconhecendo o seu talento.
Locutor-sama: Como não?
Moon: Ora! Isso que você está fazendo, está ficando chato!
Locutor-sama: Só porque eu quis fazer alguma coisa de diferente, você tem que desprezar minha boa vontade de ser uma pessoa diferentona?
Moon: Ah! Ele admite que quer ser uma pessoa diferentona.
Locutor-sama: Quero ser diferente, mas nem tanto. Ninguém merece também não ter nada em comum com as pessoas à minha volta.
Moon: Como você é complicado.
Locutor-sama: Sim! E disso não me orgulho.
Moon: Como não?
Locutor-sama: Pois tem dias que, até mesmo eu não consigo me aturar.
Moon: Caramba. Que revelação!
Locutor-sama: Meus gostos são complicados.
Moon: É difícil de fazer o almoço?
Locutor-sama: Sim. Tem dias que é difícil para eu me decidir.
Moon: Como sua vida é complicada.
Locutor-sama: Sim. Mas o responsável por complicar sou eu!
Moon: É bom reconhecer o problema, mais um passo próximo da solução.
Locutor-sama: Belas palavras, senhorita Moon.
Moon: Obrigada. Também gosto das suas. De vez em quando.
Locutor-sama: Faço o que eu posso. O que não posso, não faço.
Moon: Você e suas frases de efeito.
Locutor-sama: Gosto de ser preparado para impressionar os outros.
Moon: Você não está me impressionando.
Locutor-sama: Os outros não incluem você.
Moon: Que resposta rude da sua parte.
Locutor-sama: Desculpe. Se você me deixasse continuar imitando o Sebastian de Kuroshitsuji, isso simplesmente não aconteceria.
Moon: Pode ser. Mas sua imitação já me encheu.
Locutor-sama: Nem a fiz por dez minutos, autora.a
Moon: Mas a sua presença já é chata o bastante, imagina fazendo imitações?
Locutor-sama: Minha arte não é compreendida.
Moon: Não, meu caro narrador. Você está muito a frente do seu tempo!
Locutor-sama: Ainda bem que você diz isso.
Definitivamente, tem que ter muita criatividade pra pensar em um título interessante, e que ainda por cima, tenha a ver com a história.
No estúdio de Happy Green Things, escritório da autora.
Moon: Locutor, Locutor. Você sabe o que significa isso?
Locutor-sama: Significa alguma coisa, imagino.
Moon: Estou pensando no passado.
Locutor-sama: Sei.
Moon: Já tive muito mais histórias programadas para o blog.
Locutor-sama: E você fez isso trabalhando duro.
Moon: De fato. Tenho que escrever bastante, se eu quiser retomar as rédeas do meu destino.
Locutor-sama: E ter bastante publicações adiantadas!
Moon: Claro, claro.
Locutor-sama: A autora começou a andar em círculos, dentro do seu próprio escritório.
Moon: A minha criatividade pra escrever ainda não acordou.
Locutor-sama: Já experimentou comprar um despertador?
Moon: Onde já se viu, comprar um despertador para a criatividade?
Locutor-sama: Tem vezes que podemos aplicar soluções práticas.
Moon: Sei.
Locutor-sama: E de repente, pode funcionar.
Moon: E onde vou comprar um despertador de criatividade??
Locutor-sama: Talvez não seja possível comprar. Talvez seja possível ganhar!!
Moon: Com um objetivo de jogo, ganhando uma recompensa?
Locutor-sama: Sim, era algo do gênero em que eu estava pensando.
Moon: Entendo, entendo.
Locutor: E então? Continuará escrevendo?
Moon: Sim. Se eu não escrever ao menos pro blog, perco a prática.
Locutor-sama: Ainda bem que você admite.
Moon: Admito, sim. Mas estou errando muito, enquanto eu digito.
Locutor-sama: Mas o problema é o teclado, e não você.
Moon: Gentil da sua parte falar isso.
Locutor-sama: Disponha. De qualquer forma, senhorita Moon, adiciona um nível de dificuldade.
Moon: Não posso nem jogar nada que envolva digitação.
Locutor-sama: Tipo aqueles de aprender a digitar?
Moon: Sim, sim.
Locutor-sama: Céus, autora. Pra quê você quer jogar isso?
Moon: Eu não vou jogar nada disso.
Locutor-sama: Nem por nostalgia?
Moon: Só se for por nostalgia, meu caro narrador.
Locutor-sama: São divertidos.
Moon: Nem lembro mais esses jogos.
Locutor-sama: Não lembra? Mas deviam ser divertidos.
Moon: Deviam ser, mas de qualquer modo, não importa mais.
Locutor-sama: Céus, senhorita Moon.
Moon: O que foi?
Locutor-sama: Você fica difícil, quando está com sono.
Moon: Nem precisa me dizer isso. Imagine como é difícil pra eu mesma me aturar!
Locutor-sama: Imagino que deve ser difícil.
Moon: Você nem precisa imaginar, como consegue aturar a si mesmo?
Locutor-sama: Eu aprendo isso todos os dias, de pouquinho em pouquinho.
Moon: Faz sentido. Bom conselho.
Locutor-sama: Faço o possível, senhorita Moon. O impossível só faço as terças-feiras.
Moon: Terça-feira? Que específico.
Locutor-sama: Só queria falar uma frase maneira.
Moon: Uma frase maneira? Não dramática?
Locutor-sama: É preciso abrandar os horizontes, senhorita Moon.
Uma música não precisa de sentido, pois se tem um bom ritmo, a letra pode deixar a desejar… Na verdade, ainda prefiro letras com significado, mas fico dividida com o ritmo de certas músicas!
No estúdio Happy Green Things.
Locutor-sama: Eu, o narrador, estou preocupado. Presenciei o último post programado para o blog Consequence, e até onde sei não vi a senhorita Moon continuando a escrevê-lo. Será que ela irá desistir de continuar a escrever…? Estou preocupado. Da última vez, eu nem sei o quê-
[O narrador escuta passos, vindo do outro lado do corredor. Ele encontra Cola-sama.]
Cola-sama: Está me olhando assim porquê, senhor narrador?
Locutor-sama: Você está segurando um cabo de vassoura, Cola-sama.
Cola-sama: Isso aqui não é um cabo de vassoura. Isso era uma vassoura completa, e…
Locutor-sama: Teoricamente, ainda é um cabo de vassoura.
Cola-sama: Ora, ora! Você sabe de tudo, não é senhor onisciente? Já que aparentemente é proibido a contrarregra carregar um cabo de vassoura, vou transformar isso em uma espada.
Locutor-sama: Uma espada??!
Cola-sama: Sim, uma espada. Ou precisa repetir o que eu digo, pra adicionar palavras pra essa história?
Locutor-sama: Não sei do que você está falando, eu jamais usaria um artifício como esse. Nem sou eu que estou estou escrevendo!
Cola-sama: Sim, sim, já entendi.
Locutor-sama: E eu só repeti, pra destacar a minha incredulidade. Como isso vai virar uma espada-
[A Cola-sama fez o cabo de vassoura virar uma espada, com fumaça dramático e tudo mais.]
Cola-sama: Agora, se o senhor já parou de me importunar, eu tenho coisas importantes a fazer. Au Revoir.
[Cola-sama sai andando, após guardar sua espada em uma bainha.]
Locutor-sama: Espere! Isso é bastante surpreendente. Não sabia que você usava magia.
Cola-sama: Sim, sim. Muito surpreendente, senhorita garota mágica.
Locutor-sama: Eu não sou uma garota mágica.
Cola-sama: Realmente, eu esqueci. Você é a identidade secreta de uma garota mágica.
Locutor-sama: Isso me faz pensar…
Cola-sama: Pensar faz bem, te transforma em uma pessoa mais responsável.
Locutor-sama: De fato. Hoje você está dizendo até coisas sensatas.
Cola-sama: Não me venha com essa. Tem um monstro ali fora, que eu preciso derrotar. E você aí, com esse papo furado!
Locutor-sama: Sinto muito. Posso ajudar alguma coisa?
Cola-sama: Se quiser. É o monstro do…
Locutor-sama: Bloqueio criativo?
Cola-sama: Não, isso eu resolvo com uma pá. O problema é outro. Não vou dar nome aos bois, ele fica mais forte se damos um nome pra ele.
Locutor-sama: E quanto as garotas mágicas da autora?
Cola-sama: Não vou chamar um grupo de personagens pra resolver isso, sendo que elas nem estão tendo suas aventuras escritas!
Locutor-sama: Bom ponto!
[Cola-sama sai do Estúdio, agora com a espada em punho, para lutar com um monstro com uma forma não muito bem definida. Lalali também aparece, do lado de fora, e é ela que dá o ataque final, com suas duas espadas. O Locutor vai para o lado de fora também.]
Lalali: Foi uma batalha épica! Um excelente exercício.
Cola-sama: Pena que não foi uma batalha narrada.
Lalali: Sim, é uma boa história perdida.
Locutor-sama: Bom trabalho, vocês duas.
As pessoas costumam ir para as montanhas pra ficarem mais fortes, será que o senso de humor delas melhora, também?
Estúdio de Happy Green Things
Locutor-sama: Vago pelos corredores do estúdio da autora. Não encontro a senhorita Moon em lugar algum, e tudo aqui parece extremamente silencioso. Onde estão todos? Queria mostrar o meu novo penteado.
[O narrador escuta risadas, então ele decide segui-las pra descobrir o que está acontecendo.]
Locutor-sama: Autora! O que você está fazendo??
Moon: Não está vendo, estou jogando amarelinha, enquanto tenho efeitos especiais de risada ligados!
Locutor-sama: A amarelinha eu consigo entender, mas pra que as risadas?
Moon: Ora, Locutor! Eu estou apenas experimentando novos horizontes.
Locutor-sama: Experimentando… novos horizontes? O que as risadas falsas tem a ver com isso?
Moon: Eu encontrei no depósito, então porque não posso usá-las?
Locutor-sama: Você é livre pra fazer o que quiser, autora.
Moon: Exato, meu caro! Eu que faço as coisas por aqui, funcionarem.
Locutor-sama: Mas você já parece estar sem disposição, para continuar a brincar de amarelinha.
Moon: *cai no chão*
Locutor-sama: Senhorita Moon, você está bem??
[O narrador ajuda a autora, a se levantar.]
Locutor-sama: Senhorita Moon?
Moon: Droga! Não fique olhando pra mim, Locutor.
Locutor-sama: Sinto muito, senhorita Moon. Mas todo mundo tem limites.
Moon: De fato, de fato. Mas podia parar de olhar pra mim, com essa expressão de expectativa….
Locutor-sama: É que eu queria que alguém comentasse sobre o meu penteado.
Moon: Está lindo, apesar de parecer que você foi em um salão de beleza, mantido por focas.
Locutor-sama: Não vale, você sabe desse detalhe por ter escrito a história.
Moon: Sim! É difícil que as coisas saiam do meu poder.
Locutor-sama: Mas as coisas acontecem por aqui, mesmo quando não está escrevendo.
Moon: Está bem, está bem. Mas de qualquer modo, as coisas estão em meu poder.
Locutor-sama: Não podia desligar o efeito especial as risadas, agora??
Moon: Eu já desliguei.
Locutor-sama: Que ótimo, agora está na minha cabeça.
Moon: Caramba, as risadas estão dentro da sua cabeça? Isso que é uma reviravolta.
Locutor-sama: Não vejo como isso pode ser uma reviravolta, mas tudo bem.
Objetivos são uma forma de guiar nos pela vida, com uma coisa muito nobre em mente: A recompensa! Moedas e experiência!
[Random caminhava em direção de um objetivo. Ir ao cabelereiro. Não, ele não tinha cabelo. Mas isso não o impedia, de ir até o salão de beleza da Rua de Baixo e ir ver seu amigo Elias, que é uma foca.]
Random: Bom dia, Elias!
Elias: Ah! Ótimo dia! Como vai, o meu amigo boneco de palito favorito?
Random: Muito bem, muito bem. Apesar de querer um marshmallow.
Elias: Hoje é o seu dia de sorte, pois eu trouxe marshamallows da marca Águia.
Random: Ah! E é uma boa marca?
Elias: Claro que sim, afinal de contas, as águias voaam até a floresta dos marshmallows para colher!!
Random: Isso… é aleatório demais, até mesmo pra mim.
Elias: Mas você é o Random. A sua pessoa é igual a essência da aleatoriedade!
Random: Realmente, eu sou a essência da aleatoriedade. Quem diria, que você me conheceria tão bem assim!
Elias: Pois é. E nós nos conhecemos naquela aula de cêramica.
Random: Sim, e eu abandonei logo depois. Memórias difíceis…
Elias: Desculpe, não era a minha intenção chateá-lo.
Random: Não tem importância, é que naquela época eu estava… estava…
Elias: Fazendo cerâmica?
Random: Eu não estava fazendo apenas cerâmica, eu estava procurando meu sentido no mundo!
Elias: Entendo, entendo. Mas diga-me, isso me parece familiar.
Random: O fazer cerâmica?
Elias: Chega de cerâmica, meu caro. Refiro-me ao falar dramático.
Random: Ah, é coisa do meu amigo Locutor-sama.
Elias: Locutor-sama? Aquele que está lavando o cabelo, logo ali?
[Random vira-se para a direção apontada para as cadeiras, onde está acotecendo a lavagem de cabelo.]
Random: Locutor!!!
Locutor-sama: Amigo Random, como está?
Random: Você está em um cabeleireiro de focas!
Locutor-sama: Estou sim. Então, o que faz aqui? Até onde sei, o senhor não é uma foca, e sim um boneco de palito.
Random: De fato, não precisa me lembrar. Mas sou muito versátil!
Locutor-sama: Por ser fácil de desenhar??
Random: Também. Mas queria dizer que, sou versátil na minhas amizades.
Locutor-sama: Entendi. De qualquer forma…
[A lavagem de cabelo termina. A foca que estava atendendo o Locutor, vai para o próximo passo, que é secar o cabelo. Como dá para conversar, enquanto isso acontece? Não me perguntem. Só escrevo a história]
Random: Nunca pensei que te encontraria, em um salão de beleza mantido por focas.
Locutor-sama: Está sendo racional demais hoje, meu amigo. Você não deveria ser aleatório?
Random: Eu sei, eu sei. Hoje está tudo mundo me dizendo isso, como ser e como agir.
Locutor-sama: Se você não agir como é esperado, o equilíbrio do universo estará comprometido.
Random: Francamente… Está bem, macarrão francês.
Locutor-sama: Esse é o espírito.
Random: Vou-me embora, Elias. O narrador encheu minha paciência.
Locutor-sama: Eu não fiz nada demais.
Random: Até mais, Elias. Que as canetas escrevam pra você!
Elias: O mesmo pra ti, meu amigo, o mesmo pra ti! Ninguém merece canetas falhando.
Na calada da noite, a sombra se espreita. Uma aventura noturna!
Locutor-sama: Na calada da noite, na Casa Verde, explorava os misteriosos corredores desse Hotel. Procurava uma resposta, para uma pergunta que eu ainda não tinha. Tudo parecia pacífico, porém não era esse o caso. Afinal, haviam coisas acontecendo fora do meu conhecimento. Não, eu estou apenas exagerando na minha narrativa. Todos dormem. Exceto eu, e eu estava em paz. Mas até que, eu escutei um barulho. Alguém se encontrava atrás de mim
??????: O que você está fazendo?? Você nem é morador da Casa Verde!
Locutor-sama: Eu sou narrador. Posso fazer o que bem entender!
??????: E eu mando na Casa Verde. Fora, Locutor-sama!
Locutor-sama: Senhorita Hello, vamos ser razoáveis.
Hello: Eu não sou uma pessoa razoável, Locutor. Estou usando uma máscara de dormir, na minha testa.
Locutor-sama: Percebi. Porém, pra ser sincero, a máscara está nos seus olhos.
Hello: Realmente! Eu não tinha percebido. *tira a máscara*
Locutor-sama: Podemos ser razoáveis, então?
Hello: Podemos, só porque você foi gentil em me avisar que estava usando a máscara de dormir, no rosto.
Locutor-sama: Ótimo! Mas como é que estava enxergando, com uma coisa dessas na cara?
Hello: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que vã filosofia dos homens possa imaginar”.
Locutor-sama: Caramba.
Hello: Surpreso por eu saber citar Shakespeare?
Locutor-sama: Todo mundo gosto de citar Shakespeare.
Hello: Eu não sou todo mundo.
Locutor-sama: Não foi isso que eu quis dizer.
Hello: Parece que todo mundo, na rua, cita Shakespeare, do jeito que você está falando.
Locutor-sama: Está bem, está bem.
Hello: O que você faz aqui, de madrugada?
Locutor-sama: Não sei, pra falar a verdade.
Hello: A Moon não te informou desse detalhe?
Locutor-sama: Não, a autora apenas disse para eu ir perambular a Casa Verde de noite, enquanto estava… O que era mesmo?
Hello: Ela não foi específica, então.
Locutor-sama: …estava sendo dramaático.
Hello: Tem certeza que ela disse isso?
Locutor-sama: Eu não tenho certeza, na verdade.
Hello: Você não tem??
Locutor-sama: Não tenho.
Hello: E então? Que justificativa você dá para vir aqui, então?
Locutor-sama: Nenhuma. Por isso, estou fazendo o que bem entender.
Hello: Mas você normalmente faz o que bem entender.
Locutor-sama: Nem sempre eu posso me dar a esse luxo.
Hello: Entendi. Bom, faça como quiser.
Locutor-sama: Posso mandar na Casa Verde?
Hello: Lógico que não.
Locutor-sama: Mas você falou “faça como quiser”.
Hello: É força de expressão!
Locutor-sama: Está bem, está bem.
Hello: Devia ter ficado dormindo.
Locutor-sama: Também. Tem um quarto sobrando?
Hello: Só se você pagar sua estadia.
Locutor-sama: Francamente, senhorita Hello. É lógico que eu vou pagar.
Hello: Ah bom.
Locutor-sama: De qualquer modo, está tarde pra eu voltar pra casa.
Hello: Concordo.
Locutor-sama: Então…?
Hello: Então o quê?
Locutor-sama: O quarto.
Hello: Ah, sim. Pode pegar a chave do quarto.
Locutor-sama: Aonde que eu pego?
Hello: No corredor cor de abóbora.
Locutor-sama: Senhorita Hello…
Hello: Está bem, está bem. *tira a chave do bolso* Tome.
Locutor-sama: Obrigado.
No passado, encontramos coisas que não lembramos mais. Mas é claro, afinal de contas estamos falando de coisas que deixamos para trás!
No estúdio Happy Green Things. Escritório da Moon.
Locutor-sama: Autora, muito bom dia. Como vai você?
Moon: Estou bem, meu caro amigo narrador. Só estou ajudando limãos a fazer uma revolução.
Locutor-sama: Só mais um dia comum, então.
Moon: Dia comum! Que absurdo, que audácia sua me dizer isso!
Locutor-sama: Você sabe como sou um narrador audacioso.
Moon: E muito exibido, também.
Locutor-sama: Sempre quando tem oportunidade, sempre tem que me lembrar disso.
Moon: Lógico. Se não for eu pra te lembrar, quem fará isso?
Locutor-sama: Um dia eu vou descobrir uma coisa muito importante.
Moon: Que coisa seria essa?
Locutor-sama: Não sei.
Moon: Como não sabe?
Locutor-sama: Eu só queria falar uma frase cheia de efeito e dramaticidade.
Moon: Está vendo, é por isso que eu que falei que você é audacioso.
Locutor-sama: Eu vou considerar isso um elogio.
Moon: Eu tenho uma revelação a fazer.
Locutor-sama: Qual?
Moon: Golfinhos jogam pôquer.
[Locutor-sama pondera um pouco antes de responder]
Moon: Não vai dizer nada?
Locutor-sama: Vou dizer, eu só estou pensando um poquinho.
Moon: Mas você pensa muito devagar.
Locutor-sama: Quem não pensa, não fala.
Moon: Tudo bem, tudo bem.
Locutor-sama: Tem conversado muito com golfinhos?
Moon: Eu não converso com golfinhos.
Locutor-sama: Como não? Você precisa saber de informações relevantes, de uma fonte confiável.
Moon: Do próprio golfinho?
Locutor-sama: Sim, do próprio golfinho.
Moon: Mas eu não entendo a linguagem dos golfinhos!
Locutor-sama: Então, então. Você não tem que supor que eles joguem pôquer.
Moon: Se eles não jogam pôquer, eles jogam o quê?
Locutor-sama: Não sei, eu não converso com golfinhos.
Moon: Caramba!!
Locutor-sama: Sim, caramba. Uma pena, não?
Moon: O que seria uma pena?
Locutor-sama: Que eu não converso com golfinhos.
Moon: Ah.
Locutor-sama: Pois é, eu sou bom, mas nem tanto.
Moon: Queria ter a metade da sua autoestima.
Locutor-sama: Você está me ironizando?
Moon: Não, afinal de contas, golfinhos são jogadores de pôquer.
Locutor-sama: Você vai ficar insistindo nesse ponto?
Moon: Claro. Eu tenho certeza das minhas convicções.
Locutor-sama: Ainda bem que você tem suas certezas, e eu tenho as minhas.
Moon: Sim. Podemos encerrar nossa conversa aqui.
Locutor-sama: Não! Ainda não podemos encerrar nossa conversa.
Moon: Como não?
Locutor-sama: Ainda não deu o número de palavras.
Moon: Eu já terminei histórias antes de dar o número de palavras, sabe?
Locutor-sama: Sim, sim. Eu sei disso. Mas de qualquer forma, você não pode quebrar a tradição.
Moon: Mas eu já quebrei a tradição!
Locutor-sama: Tradições são importantes. As múmias gostam.
Moon: As múmias??? Francamente, narrador.
Locutor-sama: Nós não podemos esquecer nunca das múmias.
Moon: Mas… Mas… De onde veio as múmias?
Locutor-sama: Não sei. De qualquer modo, a palavra me veio na cabeça.
Moon: Certo, certo.