[Cenário em preto e branco, para combinar com o tema detetivesco!]
Kekekê: [o narrador dessa historinha] É um dia estranhamente calmo no país das Margaridas. Nenhum caso para resolver, e começo a demonstrar ansiedade. Tomando café na minha xícara azulada, pela quinta vez.
Matilde: [digitando calmamente em um notebook] Kekekê, tá maluco? Isso nem é café. É água!
Kekekê: Matilde! Nós temos que manter o clima. Eu devo ser um detetive que toma café demais – e você, a adorável e competente secretária.
Matilde: Que porcaria. Por que eu não posso ser uma ninja?
Kekekê: A secretária não pode ser uma ninja.
Matilde: Mas Kekekê…
Kekekê: Nada de ninjas! Desculpe, Matilde.
Matilde: [cruza os braços] Que tédio!
Kekekê: Você pode jogar enquanto trabalha.
Matilde: Tipo aquele jogo de matar zumbis?
Kekekê: Esses jogos de violência me assustam. Mas pode.
Matilde: Ótimo! Devo treinar para apocalipses zumbis, chefe.
Kekekê: Certo. E não me chame de chefe!
Matilde: E quem é o chefe? O Biscoito? [aponta para um Biscoito comendo uma barra de chocolate no cantinho do escritório]
Kekekê: Mas o quê… Locutor-sama!
Locutor-sama: [na sua forma chibi] Sim, Kekekê. O que houve?
Kekekê: O que o Biscoito faz aqui?
Locutor-sama: Suponho que ele deve ser o cliente.
Matilde: Tá de brincadeira comigo!
Locutor-sama: Não estou brincando. Acabei de checar no roteiro.
Kekekê: Meu cliente, que é um cookie chamado Biscoito parecia ansioso, e ao mesmo tempo nervoso. Se é que uma pessoa consegue parecer ansiosa, sem parecer nervosa. Narrar uma história de detetive em primeira pessoa é algo muito confuso!
Biscoito: [joga o embrulho da barra de chocolate que estava comendo no lixo]
Matilde: É mesmo tão necessário especificar essa ação?
Locutor-sama: Devemos ser politicamente corretos. Se não dermos exemplo, quem dará?
Kekekê: É melhor eu fechar esse lixo, e levá-lo para fora!
[Kekekê sai do escritório]
Matilde: Essa deve ser a história de detetive mais chata que já foi escrita.
[Kekekê anda por um tempo, carregando o lixo e coloca no lugar adequado]
???: Kekekê!
Kekekê: Marcelo?
Marcelo: Olá! Eu trago notícias importantes para você.
Kekekê: Observo Marcelo com uma certa surpresa, e uma dúvida. Será que a Moon já apresentou meu irmão mais novo no blog dela? Talvez não, talvez sim. É impossível tentar lembrar todas as coisas que a autora já fez!
Marcelo: Você está narrando… Interessante! E esse cenário preto e branco, misterioso. Mas essa é a ideia, obviamente. Estou impressionado.
Kekekê: Acredito que você esteja fazendo o papel de policial?
Marcelo: Correto! Fiquei bastante surpreso ao ser convidado para fazer essa historinha. A Moon nunca tinha me chamado para nada.
Kekekê: “Isso é algo embaraçoso, nós não encontramos nada.”
Marcelo: Do que está falando?
Kekekê: Fiz a busca no blog da Moon. Ela realmente não tinha te apresentado antes.
Marcelo: Estou seriamente ofendido.
Kekekê: Não liga não, Marcelo! A Moon não apresentou nem os nossos pais. Acho.
Marcelo: O caso é grave! Mas voltando ao roteiro, vou te contar uma coisa.
Kekekê: Oh, é mesmo. O que houve?
Marcelo: Eu descobri que a sua secretária é uma ninja, foragida nos três estados!
Kekekê: Isso é absurdo. Daqui a pouco vai dizer que chamou um espião ornitorrinco.
Marcelo: Não, eu não chamei. Talvez eu devesse ter feito isso.
Kekekê: Tire essa ideia da sua cabeça, Marcelo.
Marcelo: A ideia da sua secretária ser uma ninja? É verdade.
Kekekê: Você tem alguma prova?
Marcelo: Lógico! Ela é uma das jogadores top no game online “Insiranomeaqui”.
Kekekê: Não sei se fico impressionado pelo fato de você ter me informado isso, ou surpreso pelo nome que a Moon escolheu para esse game online.
Marcelo: Talvez ela tenha esquecido de colocar o nome!
Kekekê: Ou ficado com preguiça. Tanto faz.
Marcelo: Acredita agora no que eu disse?
Kekekê: Sobre a Matilde ser uma ninja em um game online? Claro. Não vejo porquê não. Mas isso não deixa de ser um fato desnecessário, pois eu não me meto onde a minha secretária anda na internet.
Marcelo: Ela devia estar trabalhando!
Kekekê: Nem tem caso para resolver!
Marcelo: E esse tal de Biscoito? Ele não ia aparecer? [olhando no roteiro]
Kekekê: Tenho certeza que foi um erro da autora. Agora com licença, você pode deixar eu lavar minhas mãozinhas? Estamos conversando faz um tempão e-
Marcelo: [tira purpurina de um saquinho que estava no bolso]
Kekekê: Para quê está carregando purpurina nos bolsos?
Marcelo: Algum problema?
Kekekê: Não.
– E assim termina uma história da categoria “mistério misteriosos”. Na verdade, o Kekekê não resolveu caso nenhum – A não ser que você conte esse negócio de eu nunca ter apresentado o irmão do Kekekê. É, isso vale como um mistério.