O pinguim está em uma missão difícil, envolvendo um roubo de diamantes. Não são apenas objetos de grande valor, como também são uma espécie rara de alienígenas, que estão adormecidos. Deixe-me explicar melhor: Os diamantes são naves. Há pessoas pequeninas lá dentro.
P-san: Aaaargh. Detesto ter que lidar com humanos… É nessas horas que não ajuda nada, a minha aparência de pinguim. Mas estou com tanta preguiça, de fazer isso da forma mais fácil.
[P-san coloca uma peruca, tirada de algum lugar que desconheço, e começa a cantar uma música.]
Indivíduo #1: Você está ouvindo isso?
Indivíduo #2: Uma música do 5 castanho-avermelhadas?
Indivíduo #3: Não… Não… Não!
Indivíduo #1: O que há com você??
Indivíduo #3: Da última vez que ouvi essa música, fiquei durante seis meses com ela na cabeça.
Indivíduo #2: Deve ter sido terrível.
Indivíduo #3: Sim! A música, quando cola na minha cabeça, não pára mais. Sabe como é difícil, concentrar-se para coisas importantes, quando se está com uma música do 5 castanho-avermelhadas?
Indivíduo #1: Consigo imaginar. É como daquela vez em que, minha mãe mandou-me para o supermercado. E era hora de uma promoção.
Indivíduo #2: Você foi empurrado por pessoas ansiosas por preços baixos? O HORROR!!
Indivíduo #3: Mas tu voltastes, assim como eu, para contar história.
Indivíduo #1: Tem razão, meu caro. E quanto a você? Onde fostes da última vez, nas férias?
Indivíduo #2: Fiquei em casa… Olhando para a praia, da minha janela!
P-san: Minha nossa, esses devem ser os guardas mais burros que já encontrei.
[O pinguim vai empurrado o carrinho, com cuidado, para as rodinhas não fazerem barulho. O estoque inteiro dos diamantes-naves estão todos ali.]
P-san: Foi bem fácil. E eu pensei que teria que inventar um plano complexo e mirabolante! Agora posso voltar para casa, e ver minha novela.
[Mal ele terminou de falar essas palavras, o invisível fio do destino o preparou um obstáculo… A falta de atenção, para a sua própria aparência. Sim! Ele continuava com a peruca! E estava correndo o risco, de ser confundido com uma diva pop. Uma diva pop pinguim, mas ainda assim uma diva pop.]
Pessoa aleatória na rua: Olhe só! É a Alicia Sara Young!
[Uma multidão se aproxima do P-san, que estava saindo de um túnel no meio de um lugar deserto, mas de alguma forma haviam pessoas aleatórias na rua para atrapalhar a sua missão.]
Pessoa aleatória na rua #2: Me dá seu autógrafo, Alicia Sara Young!
Pessoa aleatória na rua #3: Cante a sua música, a Almofada!
P-san: Ahn… Sim, é claro que sim! *pensando* Vou atrasar minha novela…
Escrever é uma arte, uma arte é escrever… Mesmo que você use desenhos, ao invés de palavras.
Capitão Yay: Essa história não é sobre um homem. Ela é sobre um boneco de palito, conhecido pela sua habilidade de ser aleatório. Está no nome dele, Random. Significa isso: Aleatório. E nessa história, que participei, será sobre…
Random: Escrever a própria história!
Capitão Yay: Não sabia que tinha um toque motivacional.
Random: Mas é claro que tem. Eu sou motivacional! E outra coisa, como você não sabia que havia um toque motivacional? O tom da sua narrativa fala de futuro.
Capitão Yay: Mas é um meu eu futuro que sabe. E eu não sou, o meu eu futuro.
Random: É verdade! E você já está motivacional. Então… Vamos escrever nossa própria história. Capitão!
Capitão Yay: Certo. Começo de que forma?
Random: Simples. Você senta na cadeira, que fica em frente do seu computador.
Capitão Yay: *faz como o Random diz*
Random: Agora, meu caro… Você abre o arquivo, para escrever.
Capitão Yay: Minha nossa! É um documento em branco. Tem certeza que dará certo?
Random: Claro que vai dar certo… Comece com uma palavra qualquer. Tipo sabonete!
Capitão Yay: Sabonete?
Random: Sabonete! Não entendi o seu tom de dúvida.
Capitão Yay: Quem que vai querer ler, uma história sobre sabonete?
Random: A questão não é, sobre quem é que vai querer ler uma história de sabonete. É sobre como vender uma história, sobre sabonete!
Capitão Yay: Pensei que era apenas um exercício criativo, não uma estratégia de marketing!
Random: Só estou tentando te motivar.
Capitão Yay: Não, Random. Desse modo não funciona.
Random: Como não? Todo mundo precisa de motivação!
Capitão Yay: Isso é verdade, mas…
Random: Mas?
Capitão Yay: Essa história está muito séria. Diga qualquer coisa, a primeira coisa que vier a sua cabeça!
Random: Lápis.
Capitão Yay: Lápis! Lápis… Exatamente Random, isso é o que você faz de melhor.
Random: Não é nada disso! Não é aleatoriedade, vinda da minha cabeça.
Capitão Yay: Não?
Random: Não. De onde veio esse lápis, que está atrás da sua orelha?
Capitão Yay: Sabe que não sei…?
Random: Você, não sabendo de alguma coisa!
Capitão Yay: Ora, ninguém é perfeito. Ou prefeito.
Random: Ninguém é prefeito? Existem prefeitos sim, Capitão.
Capitão Yay: Não existem… Eles vieram de uma fábrica!
Random: Quanta bobagem, Capitão! Você está dizendo bobagens, ao invés de escrevê-las.
Capitão Yay: Tem razão! Onde é que estou com a cabeça? Devo entregar-me ao meu espírito e corpo, as letras, palavras, e frases! Mais nada tem sentido nessa vida, além de criar.
Random: Não acredito que até você, tem que ser dramático. O Locutor-sama tá influenciado os personagens…
— Escritor para escrever, começa a falar sobre a escrita. Assunto = história. Beijos.
Há dias para se comemorar tudo, mas não há um dia para o teclado que uso. Deve ser por isso, que ele está repetindo as teclas.
É um dia de trabalho para autora, em Happy Green Things. Tem um passarinho cantando no fundo, e ela olha para a tela do computador. De pé.
Moon: Eu queria muito que você… Não, não é assim que funciona. Uma história precisa ser pensada, com todo o carinho.
[Barulho no corredor. Alguém se aproxima do escritório.]
Moon: Eu poderia fazer algo para, o dia de São Valentim. Não sei… Podia escolher algum dos casais dos personagens… Não sei qual… Eu estou muito indecisa!
[Um barulhão é ouvido. O Pinguim entra em cena.]
P-san: Autora! Você está aqui!
Moon: Olá, meu querido amigo pinguim. Como vai você? Flores… Pra quem são?
P-san: Para você, é claro! Trouxe de uma longa viagem…
Moon: Lá vem história…
P-san: Eu estive em uma dimensão interessante, onde tinha apenas presente flores. Quero dizer, existia um cenário… Mas não havia personagem falantes. Entende o que quero dizer?
Moon: Entendi.
P-san: As flores traziam memórias, de muitas pessoas que viviam no mundo. Tinham memórias de todos os tipos.
Moon: É um planeta metafórico?
P-san: Não seja boba, autora. O planeta existe! De qualquer modo, os personagens me enviaram para a missão de recolher elas para você.
Moon: Aaah! Que bonito, muito obrigada.
[A autora recebe as flores do pinguim.]
P-san: Sabia que você ia gostar! E as flores podem ser regadas pelo narrador, que é bastante desocupado.
[Um “Ei” dito pelo Locutor-sama foi ouvido, ao longe.]
Moon: Não entendo, o que fiz para merecer tamanha homenagem?
P-san: Simples, Moon. Estávamos preocupados… E como seus personagens, nos importamos em vê-la sorrindo.
Moon: Muito legal da parte de vocês.
P-san: De qualquer modo… Estaremos sempre aqui por você, para qualquer coisa.
Moon: Até para comprar pastel, pra mim??
P-san: Autora…
Moon: Está bem, está bem.
P-san: Vai querer pastel do quê?
Moon: Sério? VAI MESMO COMPRAR PASTEL PRA MIM? Você é um amor, meu pinguim!
P-san: Mas sejamos realistas… Você não vai poder comer o pastel.
Moon: Isso aqui não é um blog de humor? Não me diga realidades tão doloridas, assim.
P-san: Autora…
Moon: O quê?
P-san: Você está muito dramática.
Moon: Eu? Ainda bem que você notou!
P-san: Deveria fazer teatro.
Moon: Adoraria, me parece uma experiência fascinante.
P-san: Sim! É muito fascinante.
Moon: Já fez teatro?
P-san: Já! É muito divertido. Divertido porque, é uma oportunidade para experimentar perucas.
Moon: Perucas…?
P-san: Perucas.
Moon: Perucas?
P-san: Sim, autora. Você não entendeu, ainda?
Moon: Entender eu entendi, só não sei qual peruca. Roxa? Azul? Amarela?
P-san: Todas!
Moon: Você tem uma vida muito emocionante.
P-san:: É claro que sim, sou um pinguim. E pinguins sabem se divertir!
Nem sempre as coisas são tão difíceis, quanto parecem… São difíceis, mas você tem poder para vencê-las, porque ninguém nunca está só.
Em algum lugar, fora do mapa, do cenário, como se fosse um videogame bugado.
Moon: Não há nada mais enlouquecedor para quem escreve, um bloqueio criativo. Pensei que poderia continuar contando com minhas ideias… Mas não. Tem uma parede invisível, que me impede de passar até Happy Green Things! Não acredito nessa palhaçada toda. *pensa um pouco* Nessas horas, eu terei que apelar para ideias guardadas.
[Uma múmia e um cacto aparecem, flutuando sem destino.]
Moon: “Uma múmia que na verdade é um cacto…” Tudo bem, eu sei que sempre gostei de ideias completamente diferentes, que nada tem a ver uma com a outra, e colocá-las juntas apenas pelo fato de ser desafiador. Mas isso está além das minhas habilidades!
[Uma voz conhecida começa a falar com a Moon.]
Kekekê: Não desista dos seus sonhos, Moonzinha!
Moon: Kekekê!
Kekekê: Lembre-se… O sonho doce você compra na padaria, mas o doce sonho não. Ou seria o contrário? Bem! Não importa. Isso é sobre sonhos. E pãozinho doce.
Moon: O que esse pão doce tem a ver, com o meu dilema?
Kekekê: O seu dilema tem tudo a ver com isso.
Moon: Deixa de ser bobo! Isso é sobre múmias e cactos. Não tem sonho doce, nem tem duendes com cabelos encaracolados.
Random: Claro que tem! Você pode fazer tudo por aqui. Você manda! É a autora!
Moon: Muito motivador, senhor boneco de palito. E você também, Kekekê.
Kekekê: Vai voltar, agora?
Moon: Não sei… Está interessante, flutuar por esse cenário.
Random: Mas o Kekekê pode ficar tonto e enjoado!
Moon: Ah. É verdade.
Kekekê: Isso quer dizer que…
Moon: Sim! Vamos voltar. Mas temos que resolver o dilema.
Kekekê: Da múmia, que na verdade é um cacto?
Moon: Isso!
Random: Bem. Vejamos… Precisamos nos conectar, com a fonte de toda a aleatoriedade!
Moon: Sério?
Random: Estou sério! Mas isso significa que…
Kekekê: Teremos que flutuar por aqui, mais um pouco. Ai, ai.
Moon: Sim! Consigo sentir vindo a ideia, a minha mente!
Kekekê: Tão rápido, assim?
Moon: Está vindo… É muito interessante!
Kekekê: Nossa! Que bom!
Moon: Minha nossa… A parede invisível está sumindo…
Random: Lógico que está. Esse é o poder…
Kekekê: Da aleatoriedade? Dos sonhos que se realizam?
Random: De tudo um pouco!
No escritório da autora, em Happy Green Things.
Moon: Sabe, meu amigo duende e meu amigo boneco de palito. Eu gosto bastante de escrever, mas…
Kekekê: Mas?
Moon: O meu teclado está repetindo as teclas.
Random: Não se pode ter tudo!
O ambiente de trabalho é importante, para se escrever uma história. Ah! Como eu queria uma almofada, ou uma cadeira mais confortável. Mas quando não dá, se trabalha com o que tem.
No corredor do Estúdio de Happy Green Things
Cola-sama: Eu sei que a autora se sente em uma necessidade extrema de provar a si mesma, mas…
Locutor-sama: Qual é a sua preocupação, exatamente?
Cola-sama: Não é apenas uma questão de preocupação, é um fato. A autora vai acabar se vendo sem ideias, em certo momento.
Locutor-sama: Que bobagem, Cola-sama. As ideias da autora são diversas. Elas não vão desaparecer, repentinamente.
Cola-sama: Está bem. Não vão desaparecer, mas podem deixar de querer colaborar. Vejamos… Vamos até o escritório.
No escritório da autora.
[No lugar em questão, há vários incensos de canela acesos.]
Cola-sama: Ora, ora… A Moon pirou na batatinha.
Locutor-sama: Até onde sei, ela pirou no pastel. Não na batatinha!
Moon: Como vocês são audaciosos! É só eu sair um minuto que começa a gracinha.
Locutor-sama: Sinto muito, senhorita Moon. Mas diga-nos, para quê servem esses incensos?
Moon: Para atrair ideias, oras.
Locutor-sama: Ah! Agora entendi.
Moon: Ainda bem.
Cola-sama: As ideias gostam de cheiro de canela? Essa é novidade, pra mim.
Moon: Você sempre reclama! Estou apenas querendo colaborar com as ideias. Estou deixando um ambiente agradável o bastante, assim elas se sentem bem-vindas.
Cola-sama: Ainda acho que você pirou na batatinha.
Moon: Não tem importância. O que interessa é o cheiro de canela, dentro desse escritório!
Cola-sama: E quando as ideias se sentirem atraídas para cá, o que vai fazer? Escrever?
Moon: Não, primeiro vou usar a rede de pescar ideias.
Locutor-sama: Sabia que existia!
Moon: Enfim, assim que elas forem capturadas, eu terei mais chances de fazer acontecer.
Cola-sama: Ah. Parece chato.
Moon: Não é chato! É interessantíssimo. É claro que eu preferia, apenas conversar com elas e pedir colaboração de maneira pacífica, mas…
Locutor-sama: Não é assim que as coisas funcionam.
Moon: Exato! É muito mais complexo. As ideias querem conforto! Confiabilidade! Ar condicionado, porque elas parecem não ter noção do aquecimento global…
Cola-sama: Ar condicionado já é pedir muito.
Moon: Também acho isso, mas as ideias são muito… Desconfiadas, é a palavra que eu queria usar? Não sei. Às vezes as palavras não me vem na cabeça. E fico com essa cara de idiota!
Cola-sama: Sim, de fato, você fica.
Locutor-sama: Cola-sama! Francamente, a senhorita Moon não está com tempo e paciência para as suas… sinceridades.
Moon: Sinceridades! Você está sendo elegante demais. Quando a sinceridade ofende, é pura grosseria.
Cola-sama: Vou tentar me lembrar disso. *pega um bloquinho de notas* Está vendo? Estou disposta a registrar a sua, memorável frase.
Moon: *dá de ombros* Registrar a frase não significa que, você vai registrar no seu caráter.
Cola-sama: Essa frase nem faz sentido.
Moon: Faz sentido. Na minha cabeça. E é isso que importa!
Locutor-sama: Hoje é um daqueles dias, que não dá para se discutir com a autora.
O saber ocupa espaço, as preocupações ocupam espaço, tem um monte de coisas que ocupa espaço. Ou a frase é “o saber não ocupa espaço”?
Na cabeça da Moon, o local onde está o Escritório de Tuta-sama.
Tuta-sama: É o seguinte, meu querido pessoal. Nós temos que resolver umas coisas por aqui. Está me ouvindo, meu querido duende Kekekê?
Kekekê: Sou todo ouvidos!
Tuta-sama: E todos vocês, meus queridos funcionários, da cabeça da Moon?
Matilde: Estou escutando! Até terminei de pentear o cabelo.
Pompom: E eu, terminei de arrumar meu bigode. Um assunto sério de cada vez!
Tuta-sama: Como vocês sabem, nós temos uma piscina para entretenimento dos funcionários.
Random: A piscina saiu correndo??
[Silêncio. Trocaram olhares, esperando a resposta da guaxinim.]
Tuta-sama: Não meu anjo, a piscina está no lugar. O problema é que ela está, digamos, cheia de sorvete.
Random: Não fui eu.
Tuta-sama: Eu sei que não foi você. O ponto da história é, eu gostaria que todos me ajudassem a arrumar.
Pompom: Está bem, nós vamos dar a nossa colaboração.
Matilde: Sorvete! O Biscoito tá cada vez mais… ousado.
Kekekê: Totalmente ousado. Mas como é que nós vamos limpar?
Tuta-sama: Eu estava pensando em um ventilador gigante…
Random: E depois, eu que sou o aleatório!
Matilde: Ventilador? Você só pode estar de brincadeira.
Tuta-sama: Ah! Tá. Não vai ser ventilador. Já que você se indignou, minha querida amiga Matilde, será uma boa funcionária e fará sumir com sua mágica de fada, todo sorvete?
Random: Acho um desperdício. Não devíamos aproveitar para milk-shake?
Kekekê: Eu não tomaria.
Matilde: Pode ser, pode ser. Era esse o seu plano, o tempo todo??
Tuta-sama: Claro! Eu sou a chefe, por aqui. Tenho que estar dois passos a frente.
Matilde: Está bem, vamos lá.
[Horas depois, a piscina finalmente está sem o sorvete. Mas agora, está cheia de bolinhas!]
Tuta-sama: Matilde.
Matilde: Quê é?
Tuta-sama: Matilde, meu querida. A piscina virou, piscina de bolinhas!
Matilde: Eu estou vendo.
Tuta-sama: Quero explicações.
Matilde: Eu também.
Kekekê: A Matilde quer se divertir, suponho.
Tuta-sama: Não consigo enxergar a Matilde se divertindo, em uma piscina de bolinhas…
Matilde: Quando fiz prova e tive que fazer magia com minha varinha, na primeira vez, eu fiquei nervosa e fiz aparecer cenouras.
Random: E era para parecer o quê?
Matilde: Chapéus de mágico.
Random: É parecido! Tudo tem a ver com coelho.
Pompom: Só faltam bigodes.
Matilde: Você acha mesmo, que no meio de uma neura, eu faria tudo se transformar em bigodes???
Kekekê: Nervosismo torna as coisas bastante inexplicáveis, ás vezes.
Pompom: Eu concordo com o seu Kekekê. Acalme-se, você vai conseguir!
Tuta-sama: Vamos lá, Matilde. Gire mais uma vez a varinha, e faça aparecer água. Nós todos acreditamos em você!
[A varinha é utilizada, as bolinhas somem e a água retorna. Tudo certo no final.]
Matilde: FUNCIONOU!
Tuta-sama: Ótimo! Vamos beber para comemorar.
Kekekê: Tuta!
Tuta-sama: Eu tô falado de água Kekekê, tô falando de água…
Essa é uma história sobre uma cozinha… Uma cozinha que precisa de iluminação, urgente! Pode ser no sentido metafórico.
Começamos nossa aventura com o pinguim P-san com uma mochila de aventureiro. Ele tinha uma missão dificílima a ser cumprida… Significa muita coragem da parte dele, aceitar participar dessa história! Imagem o risco que o nosso querido pinguim pode sofrer?
P-san: Autora, eu tenho muitas perguntas. A primeira é, esse microfone é do Locutor-sama?
Moon: Sim, eu peguei emprestado. E sua segunda pergunta?
P-san: Ah. A minha segunda pergunta é: Eu sou seu querido pinguim?
Moon: Quando coloquei você como “nosso” estou me incluindo nisso, pois é relacionado com “nós” na primeira pessoa do plural. *fecha o dicionário* Não seja inseguro, meu querido e aventureiro pinguim.
P-san: Está bem! *respira fundo* Qual é o problema que você tem, por aqui, Moon?
Moon: É simples. Eu preciso que você faça essa luz da cozinha funcionar.
P-san: *olha para cima* Nossa, isso é realmente muito arriscado.
Moon: Não se utilize de sarcasmo, eu já tenho que aturar isso do Locutor-sama, e francamente, é bem chato.
P-san: Certo. Como é que vou fazer isso funcionar? É mais fácil eu sair para comprar uma lâmpada!
Moon: Acho que você não está entendendo, a gravidade da situação. Isso é um problema complexo.
P-san: Ah! Complexo. É no mundo “real”, o que está acontecendo?
Moon: Sim! Eu quero toda a sua boa vontade para, fazer isso funcionar no mundo “real”.
P-san: *pensa um pouco* Aí você já está querendo pedir demais, de mim. Não sou nenhum eletricista, ou coisa do gênero. Nem viajo entre dimensões… Ao menos não na sua.
Moon: Realmente! Estou esquecendo desses detalhes. A realidade é mais estranha que a ficção!
P-san: Sim, a realidade é mais estranha que a ficção. Mas isso não significa que, a ficção pode se meter na realidade.
Moon: Nossa! Esse é um bom complemento, para a frase. Você é incrível com as palavras, meu quero pinguim.
P-san: Obrigado! Fico feliz em ser valorizado.
Moon: Mas não se acostume demais, com os elogios. Isso pode te deixar mal acostumado e bastante pretensioso.
P-san: Ah… Está bem, está bem. Prometo não me tornar um pinguim pretensioso.
Moon: Não é para mim que tem que prometer, mas para si mesmo. Não adianta nada querer agradar, e sem querer mudar para si. Pode querer mudar pela convivência com os outros, mas não apenas para os outros.
P-san: Essa é uma história sobre uma cozinha com luz queimada, e de repente estamos filosofando.
Moon: Depois de passar por 2019, é assim. Tem que se filosofar, em histórias engraçadas. É uma questão de sobrevivência!
P-san: É um ponto de vista. Afinal de contas, o psicológico tem que sobreviver.
Moon: Claro!
P-san: Mas sobre a lâmpada…
Moon: Eu quero que ela volte a funcionar. Magicamente..
P-san: Mas a lâmpada está queimada!
Moon: Está queimada? Não sei. Cadê a força de vontade??
P-san: Não vejo como a minha força de vontade, possa fazer isso funcionar.
Moon: Mas você é um pinguim com muita determinação, para vender.
P-san: Bobagem! Vou-me embora. Se voltar a funcionar magicamente, eu fico feliz. De qualquer modo, obrigado por chamar-me para fazer outra história. Estou sempre a disposição.
Moon: Tá bom! Mas agradeço sua boa vontade em participar. Vamos ver… Precisamos terminar essa história com estilo.
P-san: Ou com algo clássico.
Moon: Sim! Como a minha vontade de comer pão de queijo.
P-san: Aí está, o seu final da história.
Há dias em que as notícias são dadas, mas não interpretadas… Isso me lembra livros de português! Saudades de procrastinar o estudar e ler tirinha. Mas dá para continuar a fazer isso, de qualquer forma.
Na casa do Random.
Random: Capitão Yay, eu tenho uma notícia muito séria para falar para você.
Capitão Yay: *lendo jornal, sentado na poltrona* Espero que não tenha decidido crescer um bigode.
Random: Bigode? Deixa de ser bobo! Eu não vou crescer bigode nenhum.
Capitão Yay: Tem certeza?
Random: Absoluta! Onde já se viu, boneco de palito de bigode?
Capitão Yay: Tem razão. Então dê a sua notícia, que nada tem a ver com bigodes. Ainda bem!
Random: Parece que temos uma fugitiva, pela cidade.
Capitão Yay: “Parece”, “fugitiva”? Explique-se melhor, meu caro. Não estou entendendo absolutamente nada!
Random: Eu sonhei que, uma girafa amarela tinha fugido de seu planeta de origem.
Capitão Yay: Mas… Girafas não são amarelas? Nunca vi uma girafa roxa, por exemplo.
Random: Ah! De fato. Quero dizer, podem haver girafas diferentes, mas isso não importa.
Capitão Yay: Certo, certo.
Random: Enfim. O sonho foi bem real… Eu queria me certificar que, não há nenhuma girafa fugitiva, em lugar nenhum.
Capitão Yay: Random! Que bobagem.
Random: Não é bobagem nenhuma. Nunca se sabe o que pode acontecer, nas histórias da Moon.
Capitão Yay: Está bem. Nesse ponto você tem razão… Nunca dá mesmo para saber, o que pode acontecer, nas histórias da Moon.
Random: Então você vai me ajudar? Puxa vida, Capitão! Obrigado. Sabia que podia contar com você.
Capitão Yay: Contar comigo, para…?
Random: Para procurarmos a girafa fugitiva, obviamente.
Capitão Yay: Procurar uma girafa! Que programa interessantíssima para uma… uma…
Random: Quarta-feira.
Capitão Yay: Isso mesmo.
Random: Sabia que você ia gostar! Pegue a sua mochila, e vamos lá!
Capitão Yay: Isso não vai dar certo…
Horas depois.
Random: Caramba! Não acreditamos que não achamos nada.
Capitão Yay: Pode até ser que nós não achamos a girafa, mas encontramos uma sorveteria.
Random: Que tinha um mascote de “girafa!”
Capitão Yay: E que tinha um cara que, sabia falar o idioma dos gatos.
Random: Isso foi bem estranho.
Capitão Yay: E ir procurar uma girafa, porque você sonhou com isso, não foi estranho?
Random: Bem. Foi estranho. Mas ao menos foi estranho e divertido.
Capitão Yay: O cara que sabe falar com gatos, parecia se divertir.
Random: Não sei como. Ele estava com um gato vestido de empresário, conversando sobre negócios.
Capitão Yay: Em uma sorveteria!
Random: Em uma sorveteria.
Capitão Yay: Fica um ambiente mais descontraído…
Random: Será? Eu sinto que nós dois trocamos de papel, nessa história.
Capitão Yay: Só porque eu estou de bom humor??
Random: Ou eu que não estou com bom humor o suficiente, sei lá. Bonecos de palito não se estressam, apenas se entediam. Se bem que, se entediar é uma coisa estressante…
Capitão Yay: De fato, é. E ficar cheio de trabalho também é estressante. Sabe de uma coisa?
Random: O quê?
Capitão Yay: A sua girafa pode ter fugido, em outra dimensão!
Random: Talvez, talvez. Mas obrigado por querem me consolar.
Capitão Yay: Imagina! Vamos registrar o nome dessa sorveteria e o endereço para nós dois voltarmos, tá bom?
As paredes têm ouvidos… Tudo mundo fala isso, mas eu nunca vi. Como assim, é modo de dizer? Mas… E SE FOR VERDADE?
Locutor-sama: Autora em um momento de reflexão, eu pensei em algo. Posso lhe transmitir?
Moon: Desembucha! Fale de uma vez. E não enrole! Estou aqui com zero paciência, para os seus mistérios misteriosos.
Locutor-sama: É sobre o título das suas histórias… De onde eles surgem? Podem formar uma história nova, só juntando todo o texto que você escreve nesses títulos.
Moon: Eu tento não pensar muito. Assim eu dou risada, depois que vou reler a história!
[Alguém bate na porta do escritório.]
Moon: Quem bate?
Kekekê: É o friooooo!
Moon: Kekekê deixe de bobeira! Sei que é você. Entre logo!
Locutor-sama: Kekekê, o duende! Como vai você, amigo de todos?
Kekekê: Olá Locutor! Tudo bom? Vou bem, obrigado por perguntar. Você parece ótimo! O que está a fazer, você, o narrador e sua autora?
Locutor-sama: Estou trocando ideias com a autora, quer participar?
Kekekê: *pensa um pouco de responder*É troca de figurinhas?
Locutor-sama: Não, não. Estou dando ideias, para uma história!
Kekekê: Mas isso é proibido!
Locutor-sama: Por quê? Não entendo, qual é o problema de trocar ideias?
Kekekê: Claro que não! As ideias da Moon são perigosas demais nas mãos de outros.
Locutor-sama: Não vou escrever a história, só estou jogando conversa fora. Em um passeio com a senhorita Moon, chegamos há conclusão que as paredes tem ouvidos.
Kekekê: Ah!
Locutor-sama: “O dia que as paredes tomaram conta do Estúdio Happy Green Things. E resolveram contar o que elas ouvem, por aí”.
Kekekê: *cai para trás* É uma história de terror?
Locutor-sama: Pode ser! Quem sabe. Ou suspense! Uma história mágica.
Kekekê: Eu hein, que coisa.
Locutor-sama: Mas podia ser interessante.
Kekekê: A Tuta andou contratou mais gente? Para fazer uma história mágica, precisa de mágicos!
Locutor-sama: Ora, senhor Kekekê… E aquela história toda, que as paredes têm ouvidos? E bocas? Elas… Contam segredos que foram esquecidos, há muito tempo.
Kekekê: Estou curioso, com essa história, que você está contando! Comece do começo, por favor. Fiquei interessado em saber onde isso vai dar!!
Locutor-sama: Senhor Kekekê, eu fiz uma descoberta, em minha própria casa. Foi daí que nasceu uma luz na minha cabeça.
Kekekê: Nasceu uma lâmpada?
Locutor-sama: Não! Eu tive uma ideia, e quis vir hoje para o estúdio, conta-la para a autora.
Moon: Quanto suspense para contar! Fale de uma vez, homem.
Locutor-sama: Estava assistindo programas de cachorro, por causa do meu cãozinho Amendoim. E de repente, eu escutei vindo de uma parede… A seguinte frase: Alô, alô! Tem alguém aí? Virei-me e disse… Sim, voz misteriosa. Tem eu, o narrador Locutor-sama! Quem és tu, ó voz desconhecida? A parede me responde. Eu sou a parede da sua casa! Se você parar para me ouvir, pode escutar as minhas histórias. Ao invés de ver televisão… Pois eu vejo tudo, escuto tudo. Eu sei de tudo! Então eu, com uma mistura de encantamento e espanto a respondi. Caramba, você é uma verdade parede multifuncional! Não sabia disso, quando comprei o apartamento. Então, Locutor! Mande um recado para a autora, a Parede falou Todos os grandes títulos que ela coloca nas histórias, tem origem nas paredes do corredor do estúdio! E toda vez que ela se sentir sem ideias, ela que ande pelo corredor. As paredes são a resposta, pois ela sempre tem novidades. Afinal, nós somos fofoqueiras! Fim. E foi assim que vim parar aqui, senhorita autora. Achei que deveria trocar esses pensamentos, com você, me pareceram promissores. O que acha sobre o assunto, senhor Kekekê?
Kekekê: Você nunca chama a Moon de senhorita autora…
Locutor-sama: Estou tentando inovar. Mas não vai falar o que achou?
Kekekê: Achei uma ideia ótima! E assustadora. Não vou dormir a noite, pensando nas minhas paredes.
Locutor-sama: Fique tranquilo, senhor Kekekê, as paredes da sua casa são feitas da natureza. Elas jamais dirão coisas ruins e que irão, por consequência, assustá-lo.
Kekekê: Ainda bem!
— O que foi essa história…? Não sei. A colaboradora dessa historinha foi a minha mãe. Obrigada!
Em um cenário urbano, há barulhos comuns para uma cidade. Em um cenário rural, a mesma coisa. E em uma nave espacial? Barulhos especiais! Eu digo especiais ao invés de espaciais, porque o som não se propaga no espaço.
Está tudo uma bagunça, na nave espacial do pinguim P-san. A desordem fora resultado de um acidente, que aconteceu com ele, quando fugia de uma maratona de pássaros espaciais. E ainda por cima, ele quase estragou o carro de um advogado! Mas tudo deu certo, o pinguim deu um jeitinho para ajustar as coisas.
P-san: Ainda bem que eu tenho a sala arrumada, pelo menos! Ter lugar para dormir, enquanto arrumo os outros lugares… Claro, tive que começar pelo banheiro. Não sei como os brinquedos antigos foram parar ali! Mas ao menos pude devolver tudo para o antiquário. Cientistas malucos, antiquários de brinquedos… Essa foi uma boa história! Mas enfim. *fica parado e começa a pensar* É difícil ficar sozinho. E ficar falando sozinho!
[O pinguim olha na sala que está em sua volta. O único cômodo que estava 100% arrumado. Ao menos o banheiro estava em 75%. E os dormitórios 35% cada um.]
P-san: Não tem nada nessa sala, que pode me servir para companhia… Meu sinto um náufrago! Um náufrago no espaço. É melhor eu fechar o meu bico, pois a nave está funcionando.
[Ele checa o estado da nave, em um relatório apresentado pela televisão gigante e elegante.]
P-san: Tudo funcionando perfeitamente… Bem, eu tenho que cuidar da parte visual e estética, e não da parte de eletricidade. Minha nossa! Isso aqui é um brinquedo dos anos 80? Pensei que tinha devolvido todos ao antiquário!
[O pinguim abaixa-se para pegar um Cachorro Bombeiro.]
P-san: Ah é. O senhor do antiquário me deu de presente. Ainda bem! Posso conversar com um objeto inanimado! Estou muito encantado em te conhecer, senhor Cachorro Bombeiro. Sou o P-san.]
Cachorro Bombeiro: *apenas mexe a cabeça*
P-san: A coisa maluca dessa história dos brinquedos, é que muitos deles nem eram do mesmo lugar. Acompanhei o trabalho de catalogar cada brinquedo, em cada anos 80. Soa bizarro quando digo, mas é isso que aconteceu! Não houve apenas um anos 80… Houveram vários 1980, para ser mais específico.
Cachorro Bombeiro: *apenas mexe a cabeça*
P-san: *imita um cachorro latindo* Quem estou querendo enganar… Pinguins não latem! Ao menos nunca vi. Ainda bem que ninguém está me vendo, pagando esse baita mico. As coisas que um pinguim viajando em uma nave espacial, tem que passar…
[Uma máquina chama a atenção do pinguim, e está no corredor que leva aos dormitórios.]
P-san: Minha nossa! É minha máquina de efeitos especiais… Quanto tempo não via! Bem. Deve ser por causa do montão de livros, que tinha deixado em cima dela. Sou muito esquecido!
[P-san começa a mexer na máquina, apertando os botões aleatoriamente.]
P-san: Caramba! Encontrei um botão de som! “Latido de cachorro”
Cachorro Bombeiro: *som produzido pela máquina de efeitos especiais* Au, au!