Tuta-sama: Minha irmã Marcy, que é uma coelha, veio me visitar. Para quem não sabe, ela é maluca por natal. Quero dizer, normal por natal. Não, espere um momento… Já falei certo da primeira vez. Estou sob o efeito das rabanadas.
Matilde: Efeito das rabanadas que nada!
Tuta-sama: Silêncio, Matilde. Você é fruto da minha imaginação, a Matilde de verdade está em sua casa montando um quebra-cabeça.
Matilde: Eu já terminei o quebra-cabeça.
Tuta-sama: Está brincando. Você só pode ter trapaceado, usando magia!
Matilde: Lógico que não. Caso contrário, eu terminaria mais rápido ainda.
Tuta-sama: Do jeito que está falando, parece que nunca trapaceou em nada.
Matilde: Tuta!
Tuta-sama: O que foi? Só estou falando.
Matilde: Tuta…
Tuta-sama: Está bem. Não está mais aqui, quem falou.
Matilde: Que coisa para se falar.
Tuta-sama: Preferia que eu dissesse “não fui eu que falei, foi meu irmão gêmeo”.
Matilde: Não sei o que prefiro, para ser sincera.
Tuta-sama: Tem razão. Mais de uma Tuta existindo, o universo provavelmente não iria tolerar tamanha perfeição.
Matilde: Olha! É a Marcy.
Marcy: TUTA, TUTA, TUTA! *veio pulando*
Matilde: Calma!
Marcy: A sala de estar foi finalmente decorada. Até deixei uma ambientação de Natal, um vídeo da internet ligado na sua televisão, para todos entrarem no clima natalino.
Matilde: No crime natalino?
Tuta-sama: Matilde. Depois você não quer que as pessoas falem.
Matilde: Juro que escutei “crime natalino”.
Tuta-sama: Obrigada pelos seus esforços de todos os anos.
Marcy: De nada! De qualquer modo, espero que você goste.
Tuta-sama: Depois eu acerto o preço com você.
Marcy: Tudo bem, irmãzinha. Não se preocupe. Eu confio em você!
[Marcy sai da cena, pulando para o outro lado da Mansão da Tuta.]
Matilde: Estou com um pressentimento esquisito.
Tuta-sama: Qual? Que você deveria ter ficado em casa, montando quebra-cabeça?
Matilde: Não. Estou falando da ambientação que a Marcy ligou…
Tuta-sama: Bobagem!
Matilde: Eu nem terminei de falar.
[Tuta foi até a sala de estar. Ficou lá quinze minutos, junto da fada Matilde]
Tuta-sama: Eu não aguento mais essas musiquinhas natalinas!
Matilde: Era isso que eu temia.
Tuta-sama: Cadê o controle? CADÊ O CONTROLE??
[A guaxinim procurou por todos os lugares da sala, e não encontrou.]
Tuta-sama: Matilde! Cadê o controle?
Matilde: O controle da TV de casa eu perdi, faz muito tempo.
Tuta-sama: Estou falando do controle da minha casa!
Matilde: Está aqui. Grudado no meu cabelo.
Tuta-sama: Como foi parar aqui?
Matilde: Não sei. Nem a autora sabe!
Tuta-sama: Uau! Uma explicação interessantíssima!
Saudações, terráqueos! Um feliz natal. Está dizendo que ainda não é natal? Mas mesmo assim, desejarei feliz natal.
[A autora está entrando no estúdio, pela porta principal, acompanhada do narrador.]
Moon: Estou aqui entrando no estúdio Happy Green Things depois de tanto tempo. Eu, sinceramente estava com saudades! Principalmente da sala em que tem várias mesas, e posso ficar virando mesas até cansar minha paciência.
Locutor-sama: Aquela sala sempre dá um grande trabalho para arrumar.
Moon: Mas é um exercício muito relaxante.
Locutor-sama: Relaxante para quem não arruma.
Moon: Você deveria me apoiar, sabe.
Locutor-sama: Se não fosse eu que arrumasse aquela sala, talvez eu te apoiaria com mais frequência.
Moon: Você nunca reclamou disso antes!
Locutor-sama: Não seja por isso: Estou reclamando agora
Moon: Ah, francamente narrador. Você não faz nada, se deixar.
Cola-sama: Autora. Viu as decorações de Natal no estúdio?
[A autora olha em sua volta. Está tudo decorado com luzinhas pisca-pisca, árvores de natal, e tudo muito natalino. Mas ela não se alegra, está desconfiada.]
Moon: Que estranho.
Cola-sama: O que é estranho, mulher insatisfeita?
Moon: Você me tirou do estúdio para fazer decorações de Natal?
Cola-sama: *espantada* O quê? Claro que não.
Moon: Quem fez as decorações de natal, então?
Cola-sama: Não sou a única funcionária aqui, você sabe. Tem a Lalali e o Hércules.
Moon: Sei que tem os dois e eles poderiam ter feito isso. Mas, você é a funcionária mais antiga daqui.
Locutor-sama: E eu?
Moon: Para ser sincera, eu não sei qual dos dois eu criei primeiro. Mas não faz diferença. Quem fez o trabalho de decorar com coisas de Natal?
Cola-sama: Mulher insatisfeita. O que custa entrar no espírito natalino da coisa?
Moon: Custa nada. E custa responder minha pergunta, mulher enjoada?
Cola-sama: Foi o Locutor-sama.
Locutor-sama: Eu?
Cola-sama: A Lalali e o Hércules compraram as decorações de Natal.
Moon: Viu como não custa nada responder?
Locutor-sama: Mas autora…
Moon: E você? Ficou fazendo o quê?
Cola-sama: Fiquei… *pausa momentânea* administrando.
Moon: Em outras palavras, ficou fazendo nada.
Cola-sama: Não vai agradecer pelos esforços dos funcionários, que decoraram o estúdio de Happy Green Things inteiro, incluindo o seu escritório.
Moon: Lógico que vou agradecer! *tira uns cartões de Natal do bolso* Caneta, caneta. *tira do nada* Obrigada por ter trazido o espírito natalino, no estúdio Happy Green Things. Esse cartão é seu. *dá um para o narrador* Locutor, entregue estes para Lalali e Hércules.
Cola-sama: *recebe um da autora* Eu também ganho um?
Moon: Lógico! Obrigada por ter ajudado nas decorações de natal.
Cola-sama: Já disse que não fiz nada.
Moon: Não precisa demonstrar tanta humildade.
As coisas são mais estranhas, principalmente de madrugada. Até o pão de queijo fica estranho!
Moon: São três horas da manhã, e estou com sede. Levantei e fui para a cozinha beber água, e qual foi a minha surpresa quando descobri uma coisa esquisita acontecendo lá. Um pinguim. Dançando Ragatanga!
P-san: Ah! Olá, autora.
Moon: O que está fazendo?
P-san: Estou dançando. Não está vendo?
Moon: Estou vendo. A questão é, qual é a razão por trás de tal expressão artística?
P-san: Quer dizer que eu não posso dançar na sua cozinha?
Moon: P-san. São três e pouco da manhã! E eu só vim aqui beber água.
P-san: Então nada me impede de ficar aqui dançando.
Moon: Nem o bom senso te impede, pelo visto.
P-san: Quem precisa de bom senso, quando se tem ritmo?
Moon: Que coisa mais estranha para se dizer, meu caro.
P-san: Não acho estranho.
Moon: O que é mais estranho é você falar e dançar.
P-san: Eu sou um pinguim cheio de habilidades.
Moon: É, estou vendo. Posso beber água agora?
P-san: Mas é claro! Pode beber água e você pode voltar a dormir.
Moon: Então DÁ PRA sair da frente da geladeira?
P-san: É que eu sou um pinguim de geladeira.
Moon: P-san…
[O pinguim para de dançar e sai da frente da geladeira.]
Moon: Muito obrigada.
[A autora abre a geladeira e tira um garrafa de água. Fecha a porta da geladeira e finalmente bebe água.]
P-san: A sua cara está até melhor.
Moon: P-san, eu estava dormindo. COMO QUERIA QUE MINHA CARA ESTIVESSE?
P-san: Calma, calma. Se não você perde o sono!
Moon: Espero que não perca o sono. Se eu perder…
P-san: Calma. Eu canto uma canção de ninar, se caso você precisar!
Moon: Não precisa. Sabe quantos anos eu tenho?
P-san: Sei. Mas você precisa do seu soninho da beleza!
Moon: Ainda bem que você sabe disso, pinguim.
P-san: E a minha voz é muito bonita.
Moon: Muito humilde, como sempre. Boa noite.
P-san: Boa noite!
Moon: E chega de dançar ragatanga!1
P-san: Está bem, está bem.
Os sonhos são coisas estranhas, porque o mundo subjetivo não tem uma verdadeira forma.
Locutor-sama: É um novo dia na Casa Verde. A senhorita Hello, presidente da Casa Verde no momento está se sentindo muito insatisfeita.
Hello: Eu não sei do que está falando, narrador. Uma pessoa contente como eu não pode estar insatisfeita. Mesmo que minhas meias tenham sumido!
Locutor-sama: Fico feliz eu ouvir isso. Significa que não vai deixar um inconveniente abalar a sua vida! É algo bastante inspirador.
Hello: De fato. É uma das minhas responsabilidades ser inspiradora. Por isso, mesmo que as minhas meias, o meu par favorito tenha sumido não vou me deixar abalar!
Locutor-sama: Estranho. O roteiro da história de hoje está um tanto diferente.
Hello: Diferente como?
Locutor-sama: A narrativa inicial não está combinando com o que está acontecendo, no momento presente. Você leu o roteiro?
Hello: Não li. Mas é bom agir de maneira diferente que a Moon espera, não concorda?
Locutor-sama: Ao invés de bom, não prefere escolha uma palavra diferente?
Hello: Uma palavra diferente? Não entendi o que quer dizer.
Locutor-sama: Você está se divertindo, senhorita Hello.
Hello: Só estou agindo diferente da maneira que as expectativas dos outros esperam. Não é para ser divertido. É um trabalho sério!
Locutor-sama: Estou vendo que está levando tão a sério, que está se esforçando para não rir.
Hello: Não sei o que você está falando.
Locutor-sama: Senhorita Hello…
[Hello desata a rir.]
Hello: Eu estou frustradíssima.
Locutor-sama: AHÁ!
Hello: Frustração é diferente de insatisfação.
Locutor-sama: Eu não acho diferente. Para mim, as palavras são bastante semelhantes.
Hello: Não seja chato, narrador. Aposto que também pegou as minhas meias!
Locutor-sama: Eu não peguei as meias de ninguém.
Hello: Nem as suas próprias?
Locutor-sama: Você está mudando de assunto, senhorita Hello.
Hello: Juro que não estou mudando de assunto!
[Katsu aparece com um cesto de roupas.]
Locutor-sama: Katsu! Você viu o par de meias da senhorita Hello?
Hello: Diga que viu! Diga que viu!
Katsu: Em primeiro lugar, tem que me dizer como é o par de meias que procura. Sorte sua que estou levando a cesta das meias lavadas.
Hello: É uma roxa com bolinhas pretas.
Locutor-sama: Com certeza ninguém mais tem uma dessas.
Katsu: Tem uma aqui assim.
[Katsu coloca o cesto de meias em uma mesa do corredor, e tira um par de meias como descrito, para a alegria da Hello]
Hello: Que bom! Minhas meias. Obrigada, Katsu!
[Hello sai andando, cheia de felicidade.]
Katsu: Que história estranha. Meias?
Locutor-sama: Nem me fale.
Tem dias que as coisas magicamente se complicam. Mas aí elas se resolvem! Tudo é mágico, quando se tem otimismo.
Locutor-sama: No momento, nós estamos na Casa da árvore do duende Kekekê. Nós estamos no tamanho proporcional, é claro, caso contrário eu e a autora dificilmente poderíamos entrar aqui.
Moon: Foi muita gentileza sua ter montado um escritório aqui na sua casa, pra mim.
Kekekê: Imagine! Estamos aqui para isso, Moonzinha.
Moon: Pode não me chamar de Moonzinha?
Kekekê: Mas você está baixinha! Então é válido te chamar assim.
Moon: Já vi que não vai adiantar eu insistir, né.
Kekekê: *serve um bolo de laranja na mesa da autora* Não. Espero que goste do bolo!
Moon: Parece delicioso.
Locutor-sama: Está delicioso.
Moon: Não diga besteiras. Você ainda nem comeu!
Locutor-sama: Se foi feito pelo Kekekê, tenho certeza que é produto de qualidade.
[Kekekê corta um pedaço de bolo pra cada um. Os personagens começam a comer o bolo e apreciar o doce, feito com carinho pelo duende.]
Moon: Escutem aqui, vocês. Tenho uma coisa importante para falar.
Kekekê: Estou escutando. Pode falar!
Locutor-sama: *comendo o bolo, com muita concentração*
Moon: Escorpião.
[Kekekê se levanta de súbito.]
Kekekê: ONDE? *olha para os lados* Eu preciso urgentemente pegar a minha rede de caçar insetos!
Moon: Não é esse tipo de escorpião…
Locutor-sama: Ele vende muito bem em Animal Crossing.
Kekekê: Sim! Mas no caso, na vida real eu só iria levá-lo ao seu verdadeiro habitat.
Locutor-sama: Pensei que estivesse viciado em Animal Crossing.
Kekekê: Talvez um pouco.
Locutor-sama: Um pouco? Eu vi uma série de equipamentos para caçar insetos.
Kekekê: Você viu? Devia ter sido mais discreto.
Moon: Vocês querem me ouvir?
Locutor-sama: Querer eu quero autora, porém a atitude do Kekekê, apesar de muito correta ainda é muito arriscada. Imagine só, ele quer pegar um escorpião!
Moon: Ele é um duende. Ele sabe o que está-
Locutor-sama: Pode até ser que ele saiba o que está fazendo, porém está pensando que é tão fácil capturar um escorpião como é em Animal Crossing.
Kekekê: Não é tão fácil assim, a captura do escorpião em Animal Crossing é bem complicada. O bicho pode pular em você!
Moon: Eu posso falar, agora?
Kekekê: Mas é claro. O que tem de bom para dizer.
Moon: O signo de escorpião, Kekekê. É sempre ele!
Kekekê: Ué. Pensei que você era uma pessoa esclarecida em relação a isto.
Locutor-sama: Francamente, autora. Até você vai falar mal do signo?
Moon: O problema não é ele. É QUE TEM TANTO SIGNO, E TINHA QUE SER JUSTAMENTE ESSE. Dá vontade de virar a mesa!
Kekekê: Por favor, não vire a mesa, Moonzinha.
Moon: Está bem. Já que me pediu com tanta educação…
É uma questão de principiante precipitado, principalmente… Não sei como finalizar essa frase, estava tentando escrever algo difícil.
Locutor-sama: Estou acompanhando hoje os principais da história de hoje, Random e Capitão Yay para uma aventura sem destino determinado. Mas o que é relevante é a adrenalina dessa aventura.
Capitão Yay: DE QUEM FOI A IDEIA DE VIRMOS A UMA MONTANHA?
Random: Da autora. E não grite! Estamos em uma montanha. Quer causar um deslizamento?
Capitão Yay: Mas eu não gritei. Apenas utilizei capslock no meu celular. Está conseguindo ler mentes?
Random: Não, mas a quebra de parede está me confundindo.
Locutor-sama: Amigo Random, caro Capitão Yay. Tomei cuidado com as criaturas das montanhas.
Capitão Yay: Não pode dizer quais as criaturas das montanhas que devemos tomar cuidado??
Locutor-sama: Gostaria muito de ser de melhor auxílio, porém a autora decidiu causar um certo mistério. E também, a senhorita Moon não se preocupou em procurar.
Random: Ah! A boa e velha autora, com preguiça de fazer um bom trabalho.
Capitão Yay: E vocês estão tranquilos com tudo isso??
Locutor-sama: É mais produtivo não questionarmos a autora, pois é uma perda de tempo.
Random: Requeijão!
Capitão Yay: Onde?
Random: Ah. Fique tranquilo, era só a palavra que eu estava procurando me lembrar.
Capitão Yay: Que momento para se lembrar dessa palavra. Em cima de uma montanha!
Random: Ora, em qualquer lugar inusitado acabamos lembrando de algo nada a ver.
Locutor-sama: Um pão com requeijão ia bem, agora. Junto de um suco.
Random: Ah! Eu concordo.
Capitão Yay: E o narrador tinha que vir junto?
Random: Olha, o coitado deve estar sem o que fazer.
Capitão Yay: Ainda por cima está no mesmo tamanho que a gente.
Random: Normalmente ele fica, é para melhorar o enquadramento da câmera e faz mais sentido, ele estar na mesma proporção que a gente.
Capitão Yay: Está bem, está bem. Faz sentido agora.
Random: Nunca tinha ficado em dúvida antes desses detalhes??
Capitão Yay: É que eu nunca lembro de perguntar.
Locutor-sama: Subir a montanha é bastante difícil. Não só o problema de não estarmos andando em uma linha reta, pois em uma montanha subimos sem degrau, mas a expectativa de criaturas desconhecidas aparecerem em algum momento!
Capitão Yay: Duvido que vai aparecer alguma coisa.
Random: Na verdade, estou vendo que tem ursos alpinistas atrás de nós.
Capitão Yay: Ursos alpinistas???
Random: Alpinistas. Será que são ursos de verdade?
Locutor-sama: Que pergunta, amigo Random. É lógico que são ursos. Agora se são alpinistas de verdade, é outra questão.
Capitão Yay: Como conseguem bater papo com tanta tranquilidade assim???
Locutor-sama: Questão de prática.
Random: E muita força de vontade!
Dizem que eles estão fugindo até hoje, dos ursos alpinistas…
Capitão Yay: Que tipo de conclusão é essa???
Vai dar tudo certo, apesar de estar um calor daqueles.
[Rosalina está andando em direção do escritório da Hello e está muito bem humorada. Não passa por ninguém nos corredores, então ela não tem risco de trombar com ninguém e se esquecer o que teria de fazer.]
Rosalina: Mais uma manhã de trabalho. *carrega uma pequena pilha de papéis* Hoje será um dia tranquilo, e espero que a Hello esteja disposta a colaborar para que tudo saia direito. É quinta-feira, dia de conferir os pedidos dos hóspedes e as alterações necessárias nos quartos.
[Ela finalmente chega em frente da porta do escritório da Hello. Abre a porta, esperando ver algo surpreendente.]
Rosalina: Bom dia!
Hello: Ah Rosalina, muito bom dia, querida. Como vão as coisas?
[Hello está com o uniforme azul da Casa Verde e usando um chapéu de personagem de época. Rosalina está desapontada por não ter se surpreendido.]
Hello: Rosalina? Está tudo bem?
Rosalina: Tudo ótimo. Sabe que dia da semana é hoje, não é?
Hello: Quinta-feira. *as duas trocam olhares* Não me olhe assim, Rosalina. Sou uma funcionária competente! E como a chefe da Casa Verde, eu preciso dar o exemplo desempenhando minhas tarefas de maneira exemplar.
[Rosalina está olhando de modo desconfiado. Ela está falando sério demais, para quem está usando um chapéu de época.]
Hello: Rosalina! Do jeito que está me olhando, eu diria que não acredite que estou disposta a fazer um bom trabalho.
Rosalina: Não, eu nunca estaria pensando em uma coisa dessas. Está tudo bem e hoje é um belo dia.
[Rosalina coloca os papéis em cima da mesa da Hello.]
Hello: Bem. Vamos ver quais são as necessidades dos hóspedes, essa semana. Vladmir está precisando de uma lousa nova. Como um bom professor de matemática! Vamos ver… Clarissa precisa trocar a porta do quarto, depois do acidente envolvendo pinguins boxeadores.
Rosalina: Pinguins não são boxeadores!
Hello: Ora Rosalina, parece que nunca participou de uma história da Moon. Se ela quiser que os pinguins lutem boxe, assim será feito.
Rosalina: Eu sei, mas como é que pinguins vão usar uma luva de boxe??
Hello: *pensa um pouco* Se quer saber mesmo, não faz diferença.
Rosalina: Nem você mesma sabe dizer a resposta, pelo visto.
Hello: Bom. Nós não trabalhamos com a lógica, então não acredito que vá esperar melhores explicações vindo da autora.
Rosalina: Pelo visto não, né.
Hello: É melhor eu checar se a encomenda da lousa já chegou. O Vladmir já tinha me pedido, agora que lembrei.
[O pinguim P-san entra pela porta. É muito importante especificar isso, afinal ele podia ter entrado pela janela.]
P-san: Bom dia, senhoritas. Já consertei a porta do quarto.
Rosalina: Ah! Muita gentileza sua, P-san.
Hello: Obrigada, P-san pelo seu auxílio. Ajuda bastante!
P-san: Imagine! É o mínimo que posso fazer após o acidente com os boxeadores. Não posso permitir que eles manchem a imagem dos pinguins!
Rosalina: Ainda assim, fico me perguntando como pinguins podem lutar boxe…
Uma conexão funciona quando você menos espera, mas internet é assim mesmo.
Locutor-sama: Estou em um confortável vagão de primeira classe, mas pouparei vocês de grandes detalhes, queridos leitores, pois a senhorita Moon não é grande conhecedora de trens muito menos de primeira classe.
Tuta-sama: Eu devia imaginar.
Locutor-sama: O que, Tuta-sama?
Tuta-sama: Que eu não iria poder tomar minha bebida tranquilamente aqui, em um vagão de primeira classe porque viria o narrador me incomodar.
Locutor-sama: Também está muito agradável a sua companhia, minha cara Tuta-sama. É sempre um honra poder acompanhar as suas aventuras.
Tuta-sama: Contra a minha vontade.
Locutor-sama: Um narrador sempre deve fazer o seu trabalho. Mesmo que possa ser criticado por causa disso!
[Alguém bate na porta do vagão de trem.]
Tuta-sama: Ah, pronto. Mais uma coisa para me incomodar!
Locutor-sama: Acalme-se, Tuta-sama. Pode ser alguém passando vendendo doces!
Tuta-sama: Nunca é algo tão agradável assim. Não me iluda.
[O narrador decide se levantar, para ver quem está a porta.]
Locutor-sama: Senhorita Hello! É você.
Tuta-sama: Pronto. Sempre tem como a coisa ficar melhor ainda!
Locutor-sama: Não diga isso. Temos que ser educados com os vizinhos de vagão.
Hello: Vizinha! Que bom te ver. Você tem um jornal?
Tuta-sama: Não acredito que você bateu aqui para pedir um jornal.
Hello: Você ouviu o que o narrador falou. Temos que ser educados com os vizinhos de vagão!
Tuta-sama: Está concordando com ele só pela sua conveniência de situação.
Hello: Ah francamente Tuta, você não tem um jornal com você?
Tuta-sama: Eu tenho cara de jornaleira, por acaso?
Hello: Você tem cara de ser uma pessoa bem informada.
Tuta-sama: Eu não sou uma pessoa. Sou uma guaxinim!
Hello: Ótimo ponto.
Locutor-sama: Ainda assim é bem informada.
Hello: Agradeço por me apoiar.
Locutor-sama: Não há de quê. É sempre bom ter alguém para ajudar-me a elogiar a Tuta-sama.
Tuta-sama: Minha nossa! Tudo isso por um jornal.
Locutor-sama: Não será um jornal qualquer, é um jornal dado pela guaxinim Tuta-sama.
Hello: A grande guaxinim! A mais poderosa de toda a galáxia.
Tuta-sama: Normalmente eu aprecio elogios, mas hoje eu só queria aproveitar meu vagão de primeira classe. E a minha bebida, é claro!
[Hello senta no banco ao lado da Tuta.]
Tuta-sama: Sem falar que vocês dois são muito chatos!
Locutor-sama: Eu não sou chato.
Hello: Nem eu! Sou apenas uma pessoa determinada em ser insistente.
Tuta-sama: Não precisa me explicar “chato” com outras palavras. Dá tudo no mesmo.
Hello: E afinal, qual é a graça de viajar sem ter companhia?
Tuta-sama: Eu tenho a companhia da minha incrível presença. Mas já vi que não vou ter escolha a não ser aturar vocês dois.
Tem vezes que a gente tem até uma boa ideia, mas ela não é original como pensávamos
Moon: Estou aqui, na minha verdadeira forma, sentada na cadeira do escritório da Hello. Usando a mesa dela. Porque estou precisando pensar em uma nova história, mas estou sem nenhuma ideia. A Hello está com um brinquedo de dinossauro no escritório, olhando para ele com seriedade.
Hello: Não se pode olhar para um dinossauro de brinquedo, sem alguém tentar narrar o que você está fazendo?
Moon: Não sabia que faziam isso com frequência.
Hello: Acredite em mim. Não se pode mais brincar de sério com um brinquedo, sem ter alguém para descrever o que você está fazendo. Cadê a privacidade???
Moon: Daqui a pouco você está dizendo que vai, sei lá, brincar de Sailor Moon.
Hello: Não vejo qual é o problema de brincar de Sailor Moon… dona Moon!
Moon: OH! *choque*
[Hello olha para o brinquedo, como se esperasse que o dinossauro falasse alguma coisa. A autora se irrita.]
Moon: Ao invés de ficar aí, tentando arrumar encrenca, me faça um favor.
Hello: Está bem, está bem. Que tipo de favor você está precisando?
Moon: Pensei que estava óbvio.
Hello: Se estivesse óbvio, eu não estaria perguntando.
Moon: Eu quero uma ideia.
Hello: Uma ideia? Para dominar o mundo?
Moon: Lógico que não.
Hello: Pensei que quisesse dominar o mundo…
Moon: Mas…
Hello: Estou desapontadíssima com você, autora!
Moon: Isso não é sobre dominar o mundo.
Hello: Tudo é sobre dominar o mundo, autora.
Moon: Eu preciso de uma ideia para escrever!
Hello: E não para dominar o mundo?
Moon: Esqueça dessa ideia de dominar o mundo. Que ideia fixa!
Hello: É inevitável para as pessoas com ambição.
Moon: E a minha ideia pra escrever??
Hello: Está bem, está bem. Já que você insiste.
Moon: Sim, eu insisto. E muito!
Hello: Escreva sobre uma floresta sobre animais falantes.
Moon: Tipo fábulas??
Hello: O personagem principal é um ser humano, um humano que se muda para uma cidade, que é uma floresta de animais. Ele está começando uma vida nova.
Moon: Eu já vi isso em algum lugar…
Hello: Não tem erro com uma ideia assim! Posso garantir.
Moon: Onde já vi essa ideia…
Hello: Já dei a ideia. Dá para me devolver meu lugar, no meu escritório, agora?
Moon: LEMBREI! Isso é Animal Crossing!
Hello: Putz. É realmente uma ideia milionária.
Moon: A ideia do Animal Crossing não é minha.
Hello: Então escreva uma fanfic! E eu estava pensando em outra coisa.
Moon: Em pão de queijo?
Hello: É você que pensa em pão de queijo.
Moon: Verdade. Você pensa em paçoquinha.
Hello: Ainda bem que conhecemos bem, uma a outra.
Não sei o que adicionar aqui de título. Tenham um bom dia!!
No apartamento da Matilde.
Kekekê: Eu estou muito incomodado, Matilde. *no telefone*
Matilde: Incomodado? Como assim! Eu irei até aí em um instante, para acabar com esse incômodo. Não se fazem mais incômodos como antigamente. Antes eles tinha medo de mim!
Kekekê: Calma, Matilde.
Matilde: Eu estou calma. Tão calma que estou com visitas!
Kekekê: É mesmo? A Moon não estaria aí no seu apartamento, estaria?
Matilde: Sim, é a própria. Em versão pixel. Não me pergunte, também não entendi. Das coisas estranhas que já vi na vida, inclui a Moon querendo viver no mundo 16 bits por algum motivo. Isso foi de tanto jogar Super Mario World na infância.
Kekekê: É que a Moon ainda não veio pra cá…. Eu fiz até bolo.
Moon: Sinto que estão falando de mim, Locutor.
Locutor: Provavelmente, autora. Você é muito popular entre os personagens. Sem você, provavelmente não existiríamos.
Matilde: Você quer que a Moon vá para ir?
Kekekê: Sim! Ela pode até trazer a mesa com o telefone decorativo.
Matilde: Você está me lembrando uma vovó.
Kekekê: Uma vovó?
Matilde: Sim! Você está oferecendo bolo.
Kekekê: Todo mundo gosta de bolo. Você não gosta dos bolos que eu faço?
Matilde: Gosto.
Kekekê: Então, isso não me faz uma vovó.
Matilde: Ô MOON, o Kekekê vai vir aqui trazer bolo.
Moon: Ótimo! O duende é sempre bem vindo!!
Kekekê: Você também quer bolo, né?
Matilde: Lógico! Você não ia deixar o bolo só pra Moon.
Kekekê: Está bem, está bem.
Locutor-sama: Para a conveniência da história, o duende Kekekê já aparece na porta segurando o bolo com as duas mãos.
Matilde: *abre a porta* Olá, bolo.
Kekekê: O bolo não fala. *entra no apartamento*
Matilde: Ainda bem, né. Seria assustador se ele falasse. Você provavelmente teria comprado ingredientes em supermercado para bruxas.
Kekekê: Mas bruxas não existem aqui, no universo da Moon.
Matilde: Você que pensa, meu caro, você que pensa.
Moon: Bruxas dão muito trabalho para escrever.
Locutor-sama: Tem que inventar os feitiços e você está com preguiça de pensar nisso.
Moon: Não seja sincero em 16 bits.
Locutor-sama: Essa é uma frase que nunca pensei que ouviria.