Na Casa Verde, em um dos corredores.
Rika: Hoje é o dia, Locutor-sama! Um dia importantíssimo.
Locutor-sama: É o dia em que irá declarar o seu amor pelo Katsu?
Rika: Sim! Não sei como você adivinhou. Mas enfim! Devo impressionar o K-chan com o meu incrível vocabulário. O que acha que devo dizer?
Locutor-sama: É você quem deve decidir isso, minha cara. Rika, o seu destino está nas suas mãos.
Rika: Está bem, está bem! Devo pensar nisso, com muito carinho e dedicação.
Locutor-sama: Contanto que você seja honesta consigo mesma, palavras vindas do coração são as mais importantes.
Rika: Que bonito! E é bom saber que o senhor sempre estará aqui, para me apoiar.
Locutor-sama: Sim! Eu não sou uma pessoa legal?
Rika: Prefiro a palavra bacana. Combina mais com você, porque tem o toque de pessoa metida.
Locutor-sama: Obrigado! Eu acho. O que importa é sempre a sinceridade.
Rika: Enfim. Eu não sei…
Locutor-sama: O que é que você não sabe?
Rika: Eu já não me sinto mais tão confiante assim, para seguir com o plano, como eu estava hoje de manhã.
Locutor-sama: Tenho uma impressão que, não é a primeira vez que isso acontece, não é?
Rika: De fato, não é a primeira vez que isso acontece. É melhor deixar o plano para lá.
Locutor-sama: Mas Rika! Vai deixar tudo ir por água abaixo?
Rika: UÉ! Já não tinha feito nada, mesmo. Não é como se fosse fazer alguma diferença, no momento.
Locutor-sama: É lógico que faz diferença! Você precisa seguir o seu destino.
Rika: As frases dramáticas sempre são as suas, não é verdade?
Locutor-sama: Sim. Muito obrigado pelo reconhecimento.
Rika: Imagine que não reconheceria as suas habilidades, meu bom amigo.
Locutor-sama: Guarde suas melhores palavras para o Katsu, sim?
Rika: Mas eu sou uma inútil, meu caro. Não vou conseguir dizer nada pra ele, nem que a vaca fale alemão e faça citações de Sigmund Freud!
Locutor-sama: Isso foi extremamente específico.
Rika: De qualquer forma, é melhor que as coisas fiquem como estão.
Locutor-sama: Está bem. No final, é você quem sabe.
Rika: Ainda bem que no final, está respeitando as minhas escolhas!
[Rika vai embora, Katsu aparece carregando um pilha de livros.]
K-chan: Alô, Locutor-sama. Como você está?
Locutor-sama: Estou um pouco desapontado, mas estou bem. Quantos livros! Não é pesado demais pra você?
Katsu: Ah não! Estou bem. O que aconteceu, para estar desapontado?
[Katsu coloca os livros em cima de uma mesa, uma das várias que ficam em lugares estratégicos do corredor.]
Locutor-sama: É que estou torcendo por um casal, para dar certo.
K-chan: Sei como é. As histórias de ficção deixam a gente bastante envolvido, não?
Locutor-sama: Ah sim. Histórias de ficção…
Pinguins são bichos estranhos, mas extremamente carismáticos para serem protagonistas de histórias.
[O pinguim P-san está sozinho, dentro de sua nave com um estranho design de interior. Ele está muito chateado, sentado na poltrona. Está pensativo.]
P-san: Estou me sentindo muito incomodado. Não tem ninguém para conversar!
[O personagem olha para as coisas em volta. São só objetos inanimados.]
P-san: Me sinto o próprio náufrago! Como a autora pode fazer isso comigo…?
[Levanta-se devagar de sua poltrona, por efeitos de dramaticidade. Ele vai em direção da janela.]
P-san: Até mesmo a minha janela é falsa! Até parecia que venderiam sushi tão barato. Eu não acredito em você, stand gigante de propaganda que fica na rua! *fecha a cortina*
P-san: Mas que coisa. Eu não sou assim! Estou com a cabeça completamente fora do lugar…
[Anda pelo corredor, vira-se para um espelho.]
P-san: Não. A minha cabeça está normal… Mas que diacho! Estou de brincadeira, comigo mesmo. É só força de expressão… *vira para trás, pois sente que está sendo observado* Espere. De onde veio essa foca? Não me lembro dela.
[O pinguim vai até em direção da foca. O objeto está fazendo sons de foca, mas não se mexe. A atmosfera torna-se sinistra, mas isso é por causa da paranoia do pinguim.]
P-san: Muito bem, dona. Apresente-se, senhora foca! O que está fazendo, dentro da minha nave??
[O objeto não responde. Ele para de fazer barulho de foca.]
P-san: Essa é boa… Está me deixando a falar sozinho!
[Observa bem o objeto que está na sua frente, com mais atenção..]
P-san: Agora que percebi, você é apenas um objeto inanimado. Que cabeça a minha! Não acredito nisso. Sou realmente um bobalhão!
[Resolve sentar-se no chão, ao lado da foca, agora silenciosa.]
P-san: As coisas no mundo atualmente estão tão estranhas. O futuro parece incerto. Mas nada
melhor que um dia após o ouro, não é mesmo?
[A foca nada responde. O pinguim faz uma reflexão e uma pose filosófica.]
P-san: Acha que devo comprar uma peruca nova? Se concordar comigo, fique em silêncio completo.
[Silêncio, obviamente. O pinguim fica satisfeito.]
P-san: Que ótimo! Ainda bem que nós dois concordamos. Vou comprar uma de cor roxa. Combina com os meus olhos, você não concorda? E eu estou falando com uma foca, que é um objeto inanimado. Isso que é loucura! Eu estou no fundo do poço…
[O personagem entendia-se, após ficar falando bobagens ao lado da foca.]
P-san: É melhor eu ir embora. Nada pessoal, é claro! Foi um grande prazer, conhecê-la. Estou muito alegre de ter tido essa conversa muito gratificante.
[O pinguim deixa a foca sozinha. Ele anda pelo corredor, e volta para a sua poltrona, com o espírito mais tranquilo do que antes.]
Sonhos são apenas sonhos, e também um tipo de doce! Não é incrível?
No escritório da autora, em Happy Green Things.
Moon: Estou cansada, Locutor-sama. Até quando as coisas vão ser dessa maneira?
Locutor-sama: Tudo tem o seu momento certo para acontecer, autora. É necessário ter paciência.
Moon: Tenho sido uma pessoa com bastante paciência ultimamente, meu querido. Até quando terei que ser paciente…?
Locutor-sama: Até quando for necessário!
Moon: Necessário! Mas eu quero agora.
Locutor-sama: Senhorita Moon, por favor…
Moon: Estou pedindo demais, por pão de queijo?
Locutor-sama: *suspira* É sempre assim. A vida não é pão de queijo, autora.
Moon: Sei disso, meu caro. Mas quem pode controlar as vontades do coração?
Locutor-sama: Acho que você se enganou, ao invés de falar estômago, disse coração!
Moon: É verdade. Mas hoje é um dia para produtividade.
Locutor-sama: Contanto que não envolva comida…
Moon: Sempre envolve comida, de alguma forma.
Locutor-sama: Não sabia que estávamos em um gibi da Magali.
Moon: Adoraria trabalhar no gibi da Magali. *dá uma risada* Mas nem lá, é tudo sobre comida.
Locutor-sama: Então nós não precisamos falar só de comida.
Moon: Ora, mas é um assunto muito interessante.
Locutor-sama: Mas todo mundo sabe que você não se concentra, quando o assunto se trata de comida.
Moon: Calúnia! OBJECTION!
Locutor-sama: Não adianta, autora. Não há defesa para isso.
Moon: De fato, não há defesa. Há justificativa!
Locutor-sama: E qual é a justificativa que tem para me dar?
Moon: A justificativa é o meu signo!
Locutor-sama: Não vale.
Moon: Lógico que vale!
Locutor-sama: Não sigo esterótipos de signo.
Moon: Tsk. Sempre um estraga prazeres…
Locutor-sama: O meu trabalho não é fácil, e você ainda me chama de estraga prazeres?
Moon: Não vejo qual a dificuldade do seu trabalho. Você é bem pago!
Locutor-sama: É verdade que tenho um excelente salário, e disso eu não estou reclamando. Mas! A senhorita é uma pessoa difícil de lidar, cara autora.
Moon: Tsk! Você é realmente…
Locutor-sama: Não me chame de estra prazeres!
Moon: Está bem. Eu vou te chamar de…
Locutor-sama: Faça um favor para nós dois, e não me chame de nada.
Moon: Está bem, está bem! Do que nós estávamos falando, mesmo…?
Locutor-sama: Daquela história em que está trabalhando para terminar.
Moon: Não! Eu não discuto sobre isso com você.
Locutor-sama: Mas deveria.
Moon: Deveria?
Locutor-sama: Sim. Eu sou o seu narrador! Está lembrada desses detalhes?
Moon: Sei não…
Locutor-sama: Do que você não sabe?
Moon: Acho que você está me enrolando.
Locutor-sama: Imagine! Nunca faria uma coisa dessas.
Moon: Mas você faz, enquanto está narrando.
Locutor-sama: Eu só falo o quê é o essencial
Moon: Mentiroso.
Variar nem sempre é uma coisa boa, há ideias repetidas que não devem ser desperdiçadas… Pois no final, nenhuma ideia é a mesma coisa.
No estúdio Happy Green Things, na sala principal.
Lalali: Eu estive pensando em uma coisa, Cola-sama. Algo importantíssimo!
[A chefe das ideias está cercada de bichinhos estranhos, flutuantes e andando, por todos os lados. São as ideias da Moon, nas mais variadas formas.]
Cola-sama: *lendo uma revista, sentada em uma cadeira* No que você andou pensando?
Lalali: Naquele clipe de música, onde aquela menina está no deserto.
Cola-sama: Você quer dizer a Hatsune Miku.
Lalali: Ela mesma. Está andando em um deserto, seguida de personagens estranhos…
Cola-sama: Sim, eu sei de qual clipe está falando. Não precisa descrever.
Lalali: Ah! Você sabe. Então, não farei rodeios.
Cola-sama: Ótimo. Diga logo, pois minha revista está interessantíssima.
Lalali: Tem uma cena na qual, a personagem está comemorando um aniversário.
Cola-sama: Ah! Até já sei o que a senhorita irá perguntar.
Lalali: É? Então faça a pergunta, senhora esperta.
Cola-sama: “De quem é aniversário?”
Lalali: É. Você acertou. *surpresa* O que quer de prêmio?
Cola-sama: Paz e tranquilidade para ler a minha revista, mas aí você me deixaria sozinha e não teria nem tu, nem as ideias adoráveis da autora.
Lalali: Ah! Fico feliz que você pense assim, minha cara. E de fato, essas ideias são adoráveis e fofinhas. Já vi muitas coisas piores.
Cola-sama: Imagino que sim. Eu, inclusive.
Lalali: Sim, sim. Você é fofinha também, Cola-sama.
Cola-sama: *suspiro* Não foi isso que quis dizer.
Lalali: *assobiando, de bom humor* Não é interessante?
Cola-sama: Do que você está falando…?
Lalali: Do momento presente, todos preciosos e do dia lindo que estamos vivendo!
Cola-sama: Está apaixonada…?
Lalali: Sim! Estou apaixonada, pela vida!
Cola-sama: Realmente, é incrível.
Lalali: Ainda bem que você concorda comigo.
Cola-sama: Estava falando de ti.
Lalali: Eu? Puxa vida, Cola-sama. Fico até emocionada!!
Cola-sama: Você é impossível. E otimista demais!
Lalali: Ora, eu trabalho com as ideias da Moon. Eu tenho que ver o lado bom das coisas. Existem as ideias tristinhas, devem ser bem cuidadas. Bom. No final, todas elas precisam de amor e carinho.
Cola-sama: E aquelas que não sabem se comportar, são caçadas.
Lalali: Só aquelas que ficam violentas. E que não tem mais jeito!
Cola-sama: Entendi. Mas mesmo assim, você é boazinha demais.
Lalali: Não sei. Mas faço o possível para ser uma pessoa responsável.
Cola-sama: Que bom pra você.
Lalali: Vamos ideias, vamos deixar a Cola-sama sozinha.
Cola-sama: Tá. Tchau.
Lalali: Tchau!
[Lalali vai embora e com as ideias.]
Cola-sama: Queria estar apaixonada pela vida também.
É um dia como os outros, só que hoje tem o suspiro. O suspiro doce, é claro!
No estúdio Happy Green Things.
[A autora está sentada na sua cadeira, em frente a mesa e olhando para o teto. Seu olhar é desalentador. Está resmungando coisas incompreensíveis.]
Locutor-sama: Aconteceu alguma coisa, autora?
Moon: Tudo! Aconteceu tudo, e nada aconteceu ao mesmo tempo.
Locutor-sama: Caramba.
Moon: Já vi que você não está me levando a sério.
Locutor-sama: Lógico que estou te levando a sério, mas você deu uma resposta subjetiva demais, para eu poder te ajudar em alguma coisa.a
Moon: Ah! De fato, isso eu tenho que te dar a razão.
Locutor-sama: Muito obrigado autora, não é sempre que nós dois concordamos.
Moon: Mas o autor e o narrador tem que concordar, em algum momento. Caso contrário, não tem história!
Locutor-sama: Realmente! Fico contente que reconhece o valo do narrador.
Moon: Lógico! Mas como eu dizia… Quando??
Locutor-sama: Quando for o tempo certo.
Moon: AH!
Locutor-sama: É.
Moon: Como sabe, sobre o que eu estou falando?
Locutor-sama: Tenho uma ideia.
Moon: Narradores não leem mentes.
Locutor-sama: Talvez. Mas nós temos que saber improvisar.
Moon: Sei.
Locutor-sama: Agora é você que não está me levando a sério.
Moon: Lógico que eu estou.
Locutor-sama: Não está.
Moon: Como pode dizer isso pra mim?
Locutor-sama: Dizendo.
Moon: Locutor!!
Locutor-sama: Autora!!
Moon: Você só está querendo me importunar.
Locutor-sama: Talvez. Tenho que manter um mistério, está no meu contrato.
Moon: Que contrato, de que o senhor está se referindo??
Locutor-sama: Do meu contrato pessoal.
Moon: Do seu contrato pessoal? Do que está falando…
Locutor-sama: Nada. Eu só estou querendo te importunar.
Moon: Ah! Então você admite, o seu crime.
Locutor-sama: Chamar de crime é exagero.
Moon: Mas palavra de autor é lei.
Locutor-sama: Não acho. Leis podem facilmente ser burladas, autores não sabem o que fazem.
Moon: Agora você está sendo um tanto duro, não concorda?
Locutor-sama: Posso estar, mas mesmo aqueles escritores minuciosos que seguem o roteiro, não podem prever tudo.
Moon: Não podem prever o quê?
Locutor-sama: É muito simples.
Moon: Se é tão simples, então diga.
Locutor-sama: A reação do público.
Moon: É. Você tem razão. Isso eu tenho que concordar..
Locutor-sama: Lógico. Eu entendo um pouco sobre isso.
Moon: Nossa! O meu narrador, sendo humilde. Estou em choque.
Locutor-sama: É uma questão séria, senhorita Moon. Devemos ser humildes. E sempre estarmos abertos a aprender cada vez mais. Uma pessoa não faz tudo. Um único ser humano não cria uma sociedade do nada.
Moon: Nem com o poder da imaginação?
Locutor-sama: Não basta ter imaginação. Você aprendeu algo com uma pessoa, nada surgiu do nada.
Moon: Muito interessante. Mas estou com fome.
Locutor-sama: Que maneira de terminar uma história…
Moon: Pode falar o que quiser, vou usar minha fome para escrever mais história.
Locutor-sama: Está bem, então. Vamos sair no lucro, nós, os personagens.
Tem dias e noites, mas o período da tarde não é tão belamente nomeado!
Na mansão da Tuta-sama, a milionária e guaxinim.
Tuta-sama: Que belo dia tranquilo, para andar vestida com roupão. Ah! A paz e a tranquilidade. Posso tomar minha bebida, e aproveitar minha folga com calma e sem pressa para nada…
Beta: *abre a porta do quarto da chefe* Com licença, Tuta-sama. Há uma visita para a senhora.
Tuta-sama: Hoje não estou para ninguém, Beta. Nós já conversamos sobre isso! Deixe-me sozinha e com a minha tranquilidade.
Beta: Eu sei que a ordem foi que você não receberia ninguém, mas a dona Matilde parece muito aflita. E ela é bastante convincente!
[A guaxinim pensa um pouco, antes de responder.]
Beta: E então, Tuta-sama?
Tuta-sama: Está bem, eu irei. Mas isso é porque eu sou curiosa!
[Tuta sai do quarto, acompanhada de sua funcionária.]
Tuta-sama: *na porta* Olá!
Matilde: Ô Tuta! Olá.
Tuta-sama: Que foi, minha cara amiga?
Matilde: Bom, eu cheguei aqui determinada em vê-la, mas… Pelo visto, a senhora está ocupadíssima!
Tuta-sama: EI! Sem ironia. Eu estava cuidando de alguém especial, eu.
Matilde: Que ocupação importante e maravilhosa. Como se você não vivesse suficiente entre os seus luxos.
Tuta-sama: Posso ter meus luxos, mas ainda sim sou uma trabalhadora! Afinal de contas, a chefe tem que dar um bom exemplo para os funcionários.
Matilde: É. Realmente, você sabe dar um bom exemplo aos seus funcionários.
Tuta-sama: Está vendo? Até mesmo você admite!
Matilde: E o outro exemplo que está dando, é saber se cuidar?
Tuta-sama: Mas é claro, minha cara amiga. Saber se cuidar é muito importante! É bom para a autoestima, para a saúde mental e física. Não é nenhuma futilidade e você sabe disso. Afinal, vive indo ao cabeleireiro!
[A fada gira os olhos, com uma leve irritação, enquanto a guaxinim dá uma risadinha, mas logo volta a sua expressão de sempre.
Matilde: Está bem, está bem.
[Agora a milionária mostra preocupação, ao perceber a inquietude da sua amiga fada.]
Tuta-sama: O que foi que aconteceu?? Está tudo bem com você?
Matilde: O quê? Está tudo bem comigo.
Tuta-sama: E com o Kekekê? E os filhos?
Matilde: Estão todos bem.
Tuta-sama: Então… Qual o problema?
Matilde: É a Moon!
Tuta-sama: A Moon?
Matilde: Sim. Ela mesma.
Tuta-sama: Se isso tiver a ver com o um-
Matilde: E eu estaria te incomodando com um negócio desses?
Tuta-sama: Você pode ter perdido a paciência.
Matilde: Bom argumento.
Tuta-sama: O quê a Moon precisa, então…?
Matilde: De uma história!
Tuta-sama: Bem. Agora ela conseguiu!
Eu realmente não sei o que penso quando faço os títulos, as palavras simplesmente veem e ponto final.
Locutor-sama: Bom dia, leitores do blog Consequence. Hoje temos uma história do passado do Kekekê . Não posso ser extremamente específico com a idade do duende, que além de ser segredo, é irrelevante. Essa dimensão tem uma passagem tão estranha, que é melhor considerar essa historinha como baseada na realidade, mas não completamente fiel a ela. O duende está estudando na biblioteca da faculdade, enquanto um penetra abre a porta do lugar. Ele não é estudante da faculdade.
???: KEKEKÊ!
[Apesar de ter gritado, isso aconteceu apenas mentalmente. O duende parece ter captado a mensagem, por telepatia, pois virou as costas em direção do estranho.]
Low: Eu soube que andas descansando quase nada, ultimamente. Por obséquio, poderia aceitar meu convite formal para divertir-se?
Kekekê: Minha nossa! Falando assim, nem parece você. Como vai, amigo Low?
Low: Estamos em um ambiente acadêmico. Tenho que manter a classe! Vou levando a vida, e quero saber, aceita o convite ou não?
Kekekê: Bom, se haver um convite impresso…
[O estranho personagem tira do bolso uma folha de papel, e entrega ao duende.]
Low: Imaginei que fosse fazer essa piada, por isso vim preparado. Você não me pega mais, desprevenido e sem resposta como costuma fazer.
Kekekê: Ah, isso é coisa do passado. Eu voltei de trabalhar como duende do Papai Noel…
[A bibliotecária começou a fazer sinal de silencio. O duende levantou-se da cadeira, e seguiu o amigo até fora do lugar, para não desrespeitar mais a regra de e silencio da biblioteca.]
Low: Duende do Papai Noel! Essa eu queria ter visto.
Kekekê: Eu posso te mostrar as fotos, se quiser.
Low: Estou interessado.
Kekekê: Então vamos, acompanha-me até a minha casa!
Low: Nossa, eu estou me sentindo elegante só de ouvir… Está combinado, então.
[A dupla do baixinho e do alto está agora na Casinha de Cogumelo do Kekekê. O lugar é a cozinha, e está cheio de plantas para dar mais vida, ao espaço.]
Low: Bonita casa, eu gostei. Andei bem que a altura é boa o suficiente, para a minha entrada.
Kekekê: Bem, lógico. Eu não gosto de morar em lugares extremamente pequenos… Vou trazer as fotografia. Vai ser divertido!
[O duende se ausenta um pouco, e Low observa com atenção as plantas da cozinha. Ele começa a assobiar, e então Kekekê aparece.]
Low: Voltastes!
Kekekê: Voltei, eu demorei porque os álbuns de foto estava em uma gaveta.
[O duende colocou o álbum em questão na mesa, aberto. Os outros ficaram empilhados.]
Low: Caramba, mas é a Tuta!
Kekekê: Conhece ela?
Low: Quem não conhece a Tuta?
Kekekê: Verdade.
Low: E nem imagino o porquê, dela estar trabalhando com duendes. Ou eu conhece a Tuta errada?
Kekekê: Não, ela é a certa. É uma guaxinim, mesmo.
[Os dois ficaram olhando as fotografias, e se divertiram pelo resto da tarde.]
Em momentos entediantes, há sempre o que fazer. Mesmo que seja só para se divertir em pensamento.
Na cabeça da autora, na sala do Kekekê.
Kekekê: Um dia tão bonito lá fora… Mesmo assim, não sei o que fazer com a Moonzinha. A Tuta disse que iria arranjar mais um funcionário. Mas será o suficiente? Não sei.
[O duende está ouvindo uma playlist de Pérola Negra, uma banda de rock.]
Kekekê: *batendo o lápis no ritmo da música* O que fazer, o que fazer…
[O telefone toca, mas o duende não escuta de primeira.]
Kekekê: Melhor ir até a cozinha, beber um pouco de água. Vai me ajudar a clarear as minhas ideias…
[O telefone toca, novamente. Dessa vez, o personagem atende.]
Tuta-sama: Alou, Kekekê. O Jeito já está no escritório da Moon.
Kekekê: O jeito? Como assim, que jeito você deu no escritório da Moon!
Tuta-sama: É o nome do personagem.
Kekekê: Aaaaaah. Entendi, agora.
Tuta-sama: Ainda bem que você entendeu. Bom, não se preocupe tanto. O Jeito vai dar em tudo.
Kekekê: Essa frase ficou bem estranha…
Tuta-sama: Eu sei. Estou tentando! Mas enfim. Diga-me, está fazendo o que de bom?
Kekekê: Estou me preocupando com a Moonzinha.
Tuta-sama: Isso não é nada bom. Deixe o jeito, ele é jeitosinho pra fazer essas coisas.
Kekekê: Ai, ai… Tudo bem. Mas esqueço de me preocupar, tão facilmente.
Tuta-sama: Bom, vou-me embora. Desligar o telefone, primeiro, claro. Bom trabalho, e relaxe certo?
Kekekê: Está bem. Eu vou tentar.
[O telefone é desligado. O Kekeke vai até a cozinha, beber água e retorna com uns pães de queijo. E uma jarra de suco, é claro.]
Kekekê: É melhor eu recuperar minhas forças! Vou fazer o que posso. E no momento, o que posso fazer é comer pão de queijo. E pensar.
[O duende senta em sua cadeira, após ter colocado todas as coisas que trouxe da cozinha, em cima da mesa.]
Kekekê: Vejamos… Tenho “aquele” projeto da Moon, que está trancado. Bem, em outros tempos ele estava espalhado, então já é alguma coisa. Mas onde será que deixei as chaves? Bom, elas aparecem. E o que fazer, para levar a MORAL da dona Moon?
[O duende pensa, pensa, pensa e depois de terminar de comer os pães de queijo e beber metade da jarra de suco, ele se interrompe.]
Kekekê: Céus… ESTOU ESQUECENDO DE ALGO IMPORTANTE! A zumba, que estou fazendo. Momento de pausa. Bom, nada é impossível…
[O duende levanta da cadeira.]
Kekekê: Vou para a sala de exercícios. Talvez eu dê uma passada no banheiro, antes.
Dias são dias, noites são noites, cairia bem uma pizza.
[O duende e a fada, estão passando a manhã juntos com as crianças, na casa da árvore onde mora Kekekê. Sala de estar sem barulho algum, e o lado de fora está igualmente silencioso. A fada Matilde está tranquila, apesar de ser conhecida pelo seu temperamento forte. Ela está se ocupando com um pincel, retocando uma parede da cozinha. Zezé e Tadeu não estão brincando juntos, porque Zezé está atrasado na lição de casa. Tadeu brinca silenciosamente, com sua cozinha em miniatura.]
Matilde: Kekekê, eu escutei alguém dizer algo sobre eu ter um tempero forte.
Kekekê: *sentado em um poltrona, lendo um livro*É? *abaixa o livro* Caramba!
Matilde: Sim! Isso é algo muito grave, eu acho que minha receita vazou.
Kekekê: Vazou?? Minha nossa! É melhor consertar. Vou buscar a minha caixa de ferramentas!
[Kekekê sai da sala, preocupado. Matilde começa a perder a paciência.]
Matilde: Não é esse tipo de vazamento! Tadeu, vá buscar o seu pai. Não o deixe pegar a caixa de ferramentes. O que aconteceu da última vez, não deve se repetir!
Tadeu: Eita! Ele pode se machucar de novo… *sai correndo*
Matilde: Céus… Esse concurso está me deixando extremamente cuidadosa.
Zezé: *sentado na cadeira, usando a mesa pequena da sala* Não seria paranoica, mamãe?
Matilde: Nossa, Zezé! Já terminou a lição de casa inteira?
Zezé: *resmunga*
Matilde: Não resmungue para mim, como resposta!
[Kekekê volta acompanhado de Tadeu, que está segurando a caixa de ferramentas.]
Tadeu: Convenci o papai a me dar a caixa de ferramentas!
Matilde: Ótimo. Tome cuidado você também, filho… Deixe na mesa maior, e depois eu vou levar para a minha casa.
Kekeke: Que falta de confiança em mim!
Matilde: Ora, Kekekê. Consertar coisas, usando uma caixa de ferramentas é uma das poucas coisas que você não sabe fazer. Não sei do que está reclamando…
Kekekê: Mas queria retribuir o favor, porque você está retocando a parede da cozinha!
Matilde: Ora, francamente! Eu estava sem o que fazer, em casa. E estou quase terminando.
Zezé: Então pode fazer o resto da minha lição de casa, mamãe!
Matilde: Deixa de bobagens, Zezé! É óbvio que não vou fazer sua lição de casa.
Zezé: Bom, ao menos eu tentei…
Kekekê: Matilde, pedagogicamente falando, não é produtivo faze-lo terminar a lição de casa, se ele já não está mais a fim de fazer. Deixe ele parar para brincar…
Matilde: Não seja mole com ele, Kekekê.
Zezé: *resmunga*
Matilde: *resmunga de volta*
Zezé: *resmunga mais uma vez*
Kekekê: Chega! Descansem, os dois.
Zezé e Matilde: Mas-
Kekekê: Nada de mas! Não quero ver os dois, se esforçando além da conta. Zezé, vá brincar com o Tadeu. Matilde, venha para sala para ouvir o livro que estou lendo.
Zezé: Sim, papai!
Matilde: Tá bem! Mas só porque eu já acabei de fazer o retoque, e não porque cansei e estou ficando rabugenta por causa disso.
Se você se sentir para baixo, flutue. Mas acho que essa dica só vale para fadas… Quem mais sabe flutuar, voar, essas coisas?
Na mansão de Tuta-sama, na sala de entrada.
Matilde: Eu visito a Tuta há anos… E tem uma coisa que me incomoda. Quero dizer, sabe aquela coisa que você vê, mas esquece, e depois lembra dela aleatoriamente no meio da noite? E é justamente isso que me incomoda! E tem coisas relacionadas ao Random, mas isso é outra história.
Tuta-sama: Ô Matilde, o que está fazendo flutuando, na minha porta de entrada? E falando sozinha, ainda por cima!
Matilde: Eu estou pensando.
Tuta-sama: Caramba, você faz isso! Estou bastante orgulhosa de ti, Matilde!
Matilde: Muito engraçada. Ha ha há! Posso ir ao banheiro?
Tuta-sama: Depende. Qual deles?
Matilde: Aquele grandão. Que parece do clipe da música, da banda… Aquela do Gari Cachinhos!
Tuta-sama: Patrulheiros Nevados.
Matilde: Isso. Não foi nele, que foi gravado o clipe do Interruptor Assombrado?
Tuta-sama: De fato, foi. Mas venha, eu te guio até lá.
Matilde: Mesmo que você normalmente se perca, na sua própria casa?
Tuta-sama: Tive que aprender, por causa das gravações do clipe. Seria embaraçoso se entrasse lá acidentalmente, não concorda?
Matilde: Putz… Eles iam se assustar, contigo.
Tuta-sama: Vou fingir que não escutei.
No banheiro.
Matilde: Minha nossa! Aqui é bem maior do que pensava. Pra quê um banheiro tão grande?
Tuta-sama: Para gravar clipe de música, oras.
Matilde: Duvido que você tenha pensado nisso.
Tuta-sama: Mas você detesta ficar sem resposta! E eu te dei.
Matilde: Isso é verdade, minha querida amiga. Mas-
Tuta-sama: QUERIDA AMIGA? Quem és tu, e o que fizeste com a Matilde?
Matilde: Ô TUTA, caramba!
Tuta-sama: Caramba.
Matilde: Agora vamos falar sério.
Tuta-sama: Bem, eu posso ir pegar o terno do Felipe, no armário-
Matilde: Você não precisa usar terno, para falar sério.
Tuta-sama: Mas me faz entrar no espírito da coisa, o da seriedade. Minha cara amiga…
Matilde: Ah não, se eu não posso usar, você também não pode.e.
Tuta-sama: Você usou “querida” e eu “minha cara”, tem diferença!
Matilde: Tá. Tudo bem.
Tuta-sama: Mas não é bom?
Matilde: Céus… Do que cê tá falando?
Tuta-sama: Tô falando do banheiro. Dá para fazer uma… uma… Passeata, para protestar contra o e exagero das compras de papel higiênico!
Matilde: Não sei porque estou tão curiosa com isso. Com o motivo, desse banheiro enorme!
Tuta-sama: Também não sei, não é como se fosse fazer alguma coisa de diferença nessa sua vida.
Matilde: Realmente, não me faz diferença na vida. Mas me faz dormir bem, a noite, tendo soluções para problemas inusitados…
Tuta-sama: Problemas inusitados!
Matilde: Realmente, não tem nada de inusitado. É só mania de e grandeza…