No apartamento do Capitão Yay.
Capitão Yay: Está tudo perfeito, aqui. Luzes das velas, mesa de jantar de forma bonita, com suas flores românticas. *barulho de trovoada* Tem tudo para dar certo! Exceto que tem uma tempestade lá fora. Nem tudo pode ser perfeito. E minha internet não funciona, para saber onde o Random está. E ele não está atendendo o telefone! Ninguém merece.
[O telefone toca. Capitão Yay vai correndo para atender.]
Capitão Yay: Alô, Capitão Yay que está falando.
?????: *voz misteriosa* Capitão Yay.
Capitão Yay: Quem é?
?????: Eu sou você.
Capitão Yay: Mentiroso!
?????: *volta para a voz normal* Mas que droga, Capitão. Eu vou chegar atrasado aí.
Capitão Yay: Random! Que ideia foi essa?
Random: A ideia foi ser diferentão, porque está uma baita tempestade e estou preso no ônibus, em uma porcaria de ENGARRAFAMENTO.
Capitão Yay: Que ótimo! E agora, o que fazemos?
Random: Você eu não sei, eu estou fazendo palavras cruzadas enquanto escuto gente rezando dentro do ônibus.
Capitão Yay: As pessoas estão rezando??
Random: Sim! Elas acham que o mundo vai acabar.
Capitão Yay: Minha nossa. Que horror!
Random: Só porque está alagado, aqui.
Capitão Yay: E vamos de reclamar para a prefeitura.
Random: A prefeitura não faz nada.
Capitão Yay: Mas tem obras próximo daí, não tem?
Random: Sim. A prefeitura tem uma lista de prioridades bem estranhas.
Capitão Yay: Mas nós devíamos reclamar para a prefeitura!
Random: Não adianta reclamar para a prefeitura, temos que fazer uma grande manifestação e distribuir pão de queijo gratuitamente!
Capitão Yay: Pão de queijo?
Random: Pão de queijo. De qualquer modo, o povo só vai para comer e ninguém vai querer se manifestar.
Capitão Yay: Bom. Todo mundo precisa comer.
Random: Mas todo mundo tem que lutar pelos seus direitos!
Capitão Yay: Manifestação é o tema da sua palavra cruzada?
Random: Sim! Nossa, Capitão. Como você sabe?
Capitão Yay: Eu sou um cara intuitivo.
Random: Mentira, você é o cara mais racional que eu conheço.
Capitão Yay: E uma pessoa racional não pode ser intuitiva?
Random: Gostei do seu argumento.
Capitão Yay: Que bom que gostou, assim como ia adorar o jantar que eu tinha preparado.
Random: Tenho certeza que sim. Não fique assim, meu querido.
Capitão Yay: Estou tentando, estou tentando.
Random: Continue tentando.
Capitão Yay: Como está a palavra cruzada?
Random: Quase terminando. Daqui a pouco vou rezar o terço para acalmar o pessoal.
Capitão Yay: Gentil da sua parte.
Random: Eu me importo.
Capitão Yay: Você chega ainda hoje?
Random: Espero que sim. Queria ter um helicóptero.
Capitão Yay: Também queria ter um helicóptero! Ou que você tivesse um.
Random: Que bom, é sempre bom ter torcida. Vou rezar com o pessoal.
Capitão Yay: Pode ir, tchau.
Random: Tchau! Calma, eu chego ainda hoje.
No mundo de hoje, é necessário uma coisa chamada improviso!
No escritório da Hello.
Hello: Hoje estou com uma sensação estranha, uma sensação estranha no sentido de que irei provavelmente ver algo que não vejo há muito tempo! Bem específico.
[Barulho de carro de sorvete ao fundo.]
Hello: Minha nossa! Não, minha intuição diz algo que não é relacionado a sorvete, de forma alguma. O quê é essa sensação, então? O que meu sexto sentido quer dizer? Eu, uma mulher de ciência considerar sexto sentido… Sim! Eu tenho sentidos amplos. Não limitados! Como a internet, que não está funcionando muito bem. Talvez eu tenha puxado o fio, da tomada do modem.
[Barulho de escapamento de moto.]
Hello: Caramba! *levanta da cadeira* Como a rua está movimentada, hoje. Quanto barulho! *vai para a janela* Que rua movimentada… Eu já disse isso! Francamente, francamente. Nossa! Estão batendo a porta.
[Hello vai até a porta, para abri-la. Ela olha para um lado e para o outro. Não vê ninguém: Então olha para baixo.]
Hello: Bib e Bob!
Bib: Olá!
Bob: Quanto tempo, chefinha!
Hello: Nossa, eu não acredito. Então eram vocês que minha intuição dizia que iria ver!
Bib: Sua intuição?
Bob: Nossa! Que honra.
Hello: Que exagero. Entrem, por favor.
[Bib e Bob entram no escritório, Hello entra atrás, com cuidado para não pisar em nenhum dos dois. Ela ajuda os dois a subirem na mesa dela, então ela senta em sua cadeira.]
Hello: Bem vindos de volta! Como vocês estão? Por onde andaram?
Bib: No país dos Personagens Esquecidos!
Bob: Tuta-sama veio pessoalmente nos ver.
Bib: Ela disse que a Moon lembrou da gente. Aleatoriamente.
Hello: Caramba! Então a Moon lembrou de vocês dois aleatoriamente. E a Tuta-sama foi até lá para vê-los, isso sim que é uma grande honra. Fico muito feliz em ver vocês dois.
Bib: Sim! Andamos até de carro.
Bob: O carro da Tuta-sama é muito chique.
Bob: Nós dois nos sentimos muito importantes.
Bib: Verdadeiras estrelas!
Hello: Fico muito feliz por vocês dois, meus caros.
Bib: Sempre bom contar com sua honestidade, chefinha!
Hello: Se eu sou a chefinha, tem uma chefona?
Bob: Sim! A Tuta-sama é a nossa chefona.
Hello: Caramba, é perfeito. Principalmente na altura. Afinal de contas, todo mundo sabe que sou mais baixa que ela.
Bib: Não é não.
Bob: É modo de dizer, seu bobo.
Hello: Não o chame de bobo, Bob. Deixa pra lá, não tem importância se Bib interpretou as minhas palavras literalmente.
As fases aquáticas do Mário são difíceis, porque ele fica pensando que é um sereio… Mas o correto é tritão, gente. TRITÃO!
No escritório da autora, em Happy Green Things.
[A Moon está sentada no chão do seu escritório, em pose de meditação. Porém, logo levanta e começa a fazer umas danças esquisitas.]
Moon: INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER! Venha! Venha até minha, lá do mundo das ideias de Platão!
Locutor-sama: *acaba de abrir a porta, mas fecha ao ver o que acabou de acontecer no escritório*
Moon: Narrador, seu miserável! Volte aqui!
Locutor-sama: *abre a porta novamente* Eu não quero atrapalhar.
Moon: Atrapalhar é fazer isso, ter essa atitude de pessoa debochada comigo!
Locutor-sama: Ok.
Moon: O que você está esperando? ENTRE NO ESCRITÓRIO.
Locutor-sama: *faz como a autora manda* Bom dia.
Moon: Bom dia. O que conta de novo?
Locutor-sama: Nada de muito interessante.
Moon: Impossível.
Locutor-sama: De fato, é impossível que eu não tenha nada interessante pra contar, já que eu sou um narrador que leva uma vida tão emocionante. Sou uma ambulância de histórias.
Moon: Ambulância de histórias??
Locutor-sama: Sim. Quero dizer, esqueça o que eu disse. Nem eu sei o que quero dizer com isso.
Moon: Percebi. Quem diria que até mesmo você, não faz sentido ás vezes.
Locutor-sama: Gentileza sua descobrir que eu sou um ser humano, como qualquer um.
Moon: Você com certeza não é qualquer um, Locutor-sama.
Locutor-sama: Estou admirado, em receber tantos elogios logo de manhã.
Moon: Não abuse de sua sorte nem da minha boa vontade, e então nós dois seremos felizes e ficaremos bem.
Locutor-sama: Eu normalmente evito abusar de sua boa vontade, senhorita Moon. Não sou idiota.
Moon: De fato. Você quer ter seu salário pago, no final do mês.
Locutor-sama: Mas não é você que me paga, e sim a Tuta-sama.
Moon: Tenho consciência da minha condição financeira, infelizmente.
[A autora vai sentar-se na sua poltrona.]
Moon: O que temos para hoje?
Locutor-sama: Sou eu que devo fazer essa pergunta. Qual é a ideia mirabolante do dia?
Moon: Você chegou muito cedo, eu ainda estava pensando.
Locutor-sama: Quer dizer que sempre faz esse ritual ridículo?
Moon: Lógico que não. Apenas faço isso quando pretendo começar uma historinha, passando vergonha.
Locutor-sama: Era isso que pretendia, senhorita Moon…? Admiro sua coragem para querer passar vergonha propositalmente.
Moon: É lógico que não foi proposital! Se for proposital, deixa de ser uma vergonha e passa ser uma esquisitice, daquelas que fazem as pessoas ao seu redor desconfiarei se você fugiu de um hospício.
Locutor-sama: Estou achando um tanto específica, a sua colocação.
Moon: Esqueça. Já vi que nós dois não chegaremos a lugar nenhum.
Locutor-sama: Principalmente porque nós dois não estamos dentro de um veículo.
Moon: Muito engraçado.
Locutor-sama: Obrigado. Reconhecimento dos meus talentos é sempre uma coisa maravilhosa de se ouvir.
Os dias são estranhamente interessantes, e um telefone pode mudar tudo! Mas nem sempre.
Mansão de Wolf e Miss Cupcake.
[A personagem desta história, uma ursa azul, está no telefone, conversando com sua amiga de infância que tem o apelido de Renatinha, uma coala muito ativa na área de construção.]
Miss Cupcake: Quanto tempo nós não conversávamos! A vida anda mesmo muito corrida. Como anda a reforma do prédio histórico?
Renatinha: A reforma está indo muito bem. O prefeito, Senhor Hilário, está muito satisfeito com o progresso que temos feito.
Miss Cupcake: Ainda bem! Nada melhor que um trabalho bem feito, e nenhuma verba sendo desviada para outros fins, outras contas de banco.
Renatinha: Ora, Catherine! Você sabe como são as coisas. Como não tem desvio de verba! Sou uma pessoa correta.
Miss Cupcake: Sim. Conheço-a muito bem para saber disso.
Renatinha: Mas falemos de você. Como vai o casamento?
Miss Cupcake: Você podia me perguntar sobre meu trabalho na doceria, sabe.
Renatinha: Desculpe. É que você é casada com um lobo extremamente temperamental. Ouvi dizer que ele esquece de colocar as calças.
Miss Cupcake: Nem me lembre. O serviço da doceria anda puxado!
Renatinha: É mesmo? E você tem as suas funcionárias para ajudar a aliviar o seu serviço, eu espero.
Miss Cupcake: Elas ajudam bastante, normalmente, mas estou sem duas delas, pois pegaram catapora de seus filhos.
Renatinha: Catapora!
Miss Cupcake: Sim, catapora.
Renatinha: Então o serviço deve estar se acumulando.
Miss Cupcake: Bastante. Quero dizer, estamos até conseguindo lidar com a carga, mas tem sido muito desgastante.
Renatinha: Eu entendo. Oh! Gostaria muito de poder fazer alguma coisa, para poder te ajudar.
Miss Cupcake: Não será necessário, não tem como você tomar nenhuma medida, minha amiga. Apenas me ouvir já me ajudará bastante.
Renatinha: Fico feliz em ser um ombro amigo. Um ouvido amigo, no caso, acredito que seja este o termo mais apropriado para a situação.
Miss Cupcake: Acho que ambos são agradáveis e apropriados para se usar, nesse momento.
Renatinha: Sempre tão gentil, a querida Miss Cupcake! E genial. Tem c certeza que não há mais nada que posso fazer por você?
Miss Cupcake: Tenho absoluta certeza, que não há mais nada que poderá fazer por mim, minha amiga Renatinha.
Renatinha: *desapontada* Ah! Está certo, está certo. Fico feliz que pude ajudar de alguma forma, no entanto.
Miss Cupcake: Não precisa se preocupar! Tenho certeza que darei um jeito, lá na doceria.
Renatinha: Sim, é claro. A genial Miss Cupcake não deixa de ter ideias inovadoras.
Miss Cupcake: Sempre! Feliz que e pense assim, minha cara.
Renatinha: É melhor eu me despedir de você, Catherine. Cuide-se! Um beijo na sua filha. Adeus!
Miss Cupcake: Até mais!
[A ursa desliga o telefone. Ela certifica-se que a chamada desligou, para fazer um comentário em paz.]
Miss Cupcake: Continua fofoqueira, a coala Renatinha…
O trabalho de uma escritora nunca termina, por isso, esta deve se abrir a ter novas experiências para poder abrir a mente! Abrir a mente é importa, para escrever novas histórias.
Locutor-sama: Estamos na sala de estar da Casa Verde, em um dia de muita paz e tranquilidade em nossos corações. Hoje estou bem humorado, amigo Fábio.
Fábio: Nós somos amigos, narrador?
Locutor-sama: Um amigo de meu primo é meu amigo.
[Sabrina entra em cena, segurando um par de patins em sua mão.]
Sabrina: Bom dia, rapazes!
Fábio: Sabrina, bom dia.
Sabrina: Locutor-sama! Onde está o meu bom dia? Nunca vi um narrador ficar sem palavras.
Locutor-sama: Bom dia…
Fábio: Onde vai com esses patins?
Sabrina: Excelente pergunta.
Fábio: Agora posso receber uma excelente resposta?
Sabrina: Pode, sim. Esse é o espírito! Vou entregar uma carta.
Locutor-sama: Interessante.
Fábio: E pra isso, precisa usar patins?
Sabrina: Eu preciso me motivar, a suar meus patins novamente. Alô, Rosalina! Como você está?
Rosalina: *usando suas roupas casuais, pois está de folga* Alô! Estou tranquila, sem grandes pretensões.
Sabrina: Uma pretensão importante para um dia de folga, de qualquer modo.
Rosalina: Acha mesmo?
Sabrina: Lógico! Vejo vocês mais tarde. Cuidado pra não esquecer de limpar a moto Zuleide hoje, Fábio.
Fábio: *levanta do sofá que estava sentado* É verdade!
[Sabrina sai para o lado de fora da Casa Verde, e coloca os seus patins sentada no chão da entrada.]
Olliver: Eu não sabia que podia andar de patins. Acho admirável.
Sabrina: Obrigada, Ollie. Pode me fazer um favor?
Olliver: Lógico!
Sabrina: Me arranje uma ideia pra poder presentear alguém. Com flores. Eu te pago!
[Sabrina está se posicionando para ficar de pé, usando os seus patins, e agora fica de frente para a porta aberta da Casa Verde]
Olliver: São para o Locutor?
Sabrina: São, sim. Vejo que está bem informado.
Olliver: Sou um bom observador. É uma qualidade de jardineiro.
Sabrina: De fato. Estou indo, meu amigo jardineiro! Até logo! *começa a andar*
Olliver: Até logo, amiga do cabelo rosa! *acena*
[Sabrina está em velocidade, com seus patins. A personagem está satisfeita por não ter perdido a prática, e nem a sua habilidade no andar de patins.]
Sabrina: Que bom! Quem diria que andar de patins, é como andar de bicileta, você nunca esquece?
[Sabrina desvia dos obstáculos, que consistem em postes, árvores, adultos com suas crianças, cachorros e gatos. Também desviou de um passarinho, distraído andando no chão.]
Sabrina: Estou próxima de meu destino! Vamos lá, Sabrina! Já faltou muito mais.
[Ainda é necessário se desviar de mais pessoas. Ela finalmente chega para o seu objetivo, que é entregar sua carta para uma senhora que trabalha em uma banca de jornal.]
Sabrina: Dona Ana Cláudia! Aqui está a carta para você.
Ana Cláudia: É muita bondade sua. Estava sentindo falta de suas cartas animadoras.
Sabrina: Eu também estava com saudades de escrever para a senhora. O que fez abrir a banca de jornal novamente?
Ana Cláudia: Dinheiro, minha querida. Mas não se culpe por me fazer essa pergunta, não estou ofendida.
Sabrina: Se houver algo que possa fazer…
Ana Cláudia: Você já fez. Escreveu uma carta para esta senhora, que estava com saudades também de interagir com outras pessoas.
Sabrina: Mas se precisar de algo, pode me dizer.
Ana Cláudia: Tem como me faze companhia? Se não for pedir demais. Muitos de meus antigos clientes foram avisados de meu retorno, mas quero ajuda para arrumar a banca e ter como receber os clientes.
Sabrina: Mas é claro!
A arte é uma ciência, a ciência da criatividade. E a ciência em si, também é uma arte. Busquem conhecimento!!
[É um novo dia na Casa Verde, e os personagens fazem suas rotinas e também suas loucuras. Não são coisas que ligam-se uma a outra, pois afinal de contas, não há nana de louco em tomar café da manhã. Alice, a irmã mais velha de Hello está em seu laboratório, em companhia de seus pensamentos.]
Alice: É isso aqui. Com certeza, estou no caminho certo para fazer a descoberta do século!
[Um barulho de sino de vento ao fundo.]
Alice: *tira o óculos* Que beleza! Que perfeição! Eu simplesmente não consigo acreditar que consegui tal feito! Estou orgulhosa e satisfeita com os frutos de meu trabalho.
[Um barulho de porta abrindo e fechando.]
Alice: Muito bem, muito bem. Estamos vem, minha cara Hortênsia! Muito estranho estar falando sozinha, e chamando-me de Hortênsia. Mesmo que essa seja o nome que está registrado no meu bom amigo RG. Tudo se torna muito estranho, quando se fala sozinha em um laboratório.
[Robôs passam próximo de onde Alice está.]
Alice: De fato, eu poderia, ao invés de falar sozinha, conversar com os meus próprios botões, fazer um monólogo entediante eu poderia conversar com os meus robôs. Porém, eles não tem um diálogo interessante. Eles apenas falam sobre dominar o mundo! Com churros. Vê se pode, uma coisa dessas? *olha para os lados* Eu nem gosto de churros! *a última frase é falada bem baixinho*8
[Cachorros latem, do lado de fora.]
Alice: De qualquer modo, eu realmente devo apreciar meu trabalho. O elevador está funcionando perfeitamente! Eu quero acreditar que está, ao menos. Eu ainda não testei. Será que foi uma boa ideia, ter construído isto do zero? Eu deveria ter consertando o elevador no seu devido lugar, não pensei nisso. Nisso o quê? Bem! Como pretendo encaixar o elevador no seu lugar que lhe é de direito??? Muito estranho pensar que um elevador, que é um objeto inanimado, este tenha direitos. Quero dizer, ele pode ser considerado um objeto inanimado, se nós podemos apertar um botão e ele fica animado? Quantas perguntas sem respostas. A ciência nunca dá descanso pra alguém com eu.
[O carro do sorvete está passando na rua, e sua música convidativa está entrando no laboratório de Alice.]
Alice: Caramba! É o carrinho de sorvete, passando na rua. Estou até ficando com vontade de tomar sorvete… Mas devo me conter! Tenho esses dilemas para resolver. Nada de sorvete! Pensando melhor, é melhor eu tomar esse sorvete, sim. Mas é por ser necessário para a eu poder refrescar as minhas ideias!
Os dias são claros, as noites escuras, e os pinguins fabricam um delicioso bolinho de chocolate.
Moon: Hoje é o dia, meu querido P-san! O melhor dia de nossas vidas.
P-san: O que tem de tão especial no dia de hoje, autora?
Moon: É o presente, e o tempo presente é algo que não deve ser desperdiçado, de maneira alguma.
P-san: Bonitas palavras. Mas nos estamos em uma biblioteca. Como hoje pode ser o melhor dia das nossas vidas?
Moon: Ora, meu caro. Hoje nós iremos encontrar algum livro que poderá mudar a nossa visão de mundo.
P-san: Parece um objetivo legal o bastante, para uma aventura em uma biblioteca.
Moon: Agora, onde será que pode estar esse livro?
P-san: Não faço a menor ideia, autora. Como posso responder a sua pergunta, se nem sem o livro que você procura?
Moon: Nem eu sei o livro que procuro. Ainda pretendo descobrir!
P-san: Isso será um tanto desafiador pra ti, não acha, Moon?
Moon: Desafiador! Como assim? Uma boa aventura deve ser desafiadora.
P-san: Concordo. Mas a questão é, você precisa delimitar sua busca. Precisa saber o tipo de livro que procura!
Moon: Um livro que mudará minha vida.
P-san: Uma resposta ainda muito abrangente.
Moon: *irritada* Abrangente!
P-san: Sim. O que procura, em um livro que mudará sua vida? Pense bem na resposta.
Moon: *pensativa, e impaciente*
P-san: Vamos lá, autora. É um livro de autoajuda que você quer? Ou só quer um livro de comédia, que mudará sua vida por apontar as falhas humanas com bom humor?
Moon: Podia ter ambos, não acha?/
P-san: Está pensando em um livro de autoajuda e comédia, ao mesmo tempo?
Moon: Sim! Estou pensando numa coisa dessas.
P-san: Acho que está querendo muito.
Moon: Acha que um livro desses não existe?
P-san: A questão não é eu achar que não exista, e sim que você está delimitando sua pesquisa, mas ainda assim… Está querendo muito.
Moon: Oras! E a sede de conhecimento?
P-san: A sede de conhecimento deu muito errado, para o Doutor Frankstein.
Moon: Vejo que leu o livro de Mary Shelley.
P-san: Sou um pinguim de cultura.
Moon: Bom, vamos deixar minhas pretensões de lado.
P-san: Acho difícil.
Moon: Muito engraçado.
P-san: Sou um pinguim que preza por uma coisa chamada honestidade!
Moon: Está bem, está bem.
P-san: Eu estou falando sério, autora.
Moon: Eu acredito em você.
P-san: Não parece.
Moon: Não julgue minhas intenções tão rapidamente. Acha que estou caçoando de você, meu caro pinguim?
P-san: Agora só porque você falou, estou.
Moon: É, eu não devia ter dito nada.
Quando algo é muito subjetivo, fica difícil de se colocar em palavras.
No escritório da autora, em Happy Green Things.
Lalali: *abre as portas do escritório.* Autora! Levante-se e sorria! É hora de acordar.
Moon: *acampando no escritório* GAH! Que susto, Lalali! Precisa fazer isso??
Lalali: Lógico. Hoje é uma sexta-feira. Você vai mesmo dormir até tarde?
Moon: Não estava dormindo, e sim descansando meus olhinhos. *sai do saco de dormir*
Lalali: Já vi essa desculpa em alguma lugar. Ou melhor, já ouvi.
Moon: Sim. A referência é de…
Lalali: Laboratório de Dexter!
Moon: Sim! Você pegou a referência.
Lalali: Mas é claro. E não deveria estar acampando lá fora?
Moon: Está brincando? Eu quero acampar e ter um teto!
Lalali: Acho que você não entende muito o conceito de acampar, autora.
Moon: E quem entende o conceito de acampar? É muito subjetivo!
Lalali: Realmente, você não entende nada de acampar.
Moon: Está certo! Eu admito minha ignorância.
Lalali: De qualquer modo, o que planeja pra essa sexta-feira?
Moon: Nada de especial.
Lalali: Caramba! Que falta de entusiasmo.
Moon: Não é falta de entusiasmo. Só quero ter uma sexta-feira tranquila e pacífica.
Lalali: Bom plano.
Moon: Fico feliz que gostou.
Lalali: Não é ousado, mas é algo de se entusiasmar. O descanso é muito importante! Faz bem pra saúde.
Moon: Exato! E faz bem pro espírito.
Lalali: Se faz bem pra saúde, faz bem para o espírito.
Moon: Aí já não sei dizer.
Lalali: Não tem importância.
Moon: Queria um pouquinho do seu entusiasmo, Lalali.
Lalali: Se você quiser, eu compartilho.
Moon: E como se compartilha algo tão subjetivo, como o entusiasmo?
Lalali: Fazendo coisas divertidas!
Moon: Não tem uma forma mais simples?
Lalali: Como uma forma mais simples?
Moon: Sei lá.
Lalali: Não é como compartilhar um pacote de biscoito.
Moon: Caramba. Que revelação!
Lalali: Certo, certo. Você está sendo chata.
Moon: Eu não estou sendo chata!
Lalali: Tem certeza? Ou vai me dizer que tem outra palavra pra isso?
Moon: Estraga-prazeres.
Lalali: Isso!
Moon: Eu não sou nada disso.
Lalali: Tudo bem, tudo bem, senhorita autora.
Moon: Ótimo.
Lalali: Sim. E então?
Moon: E então que essa historinha não está indo a lugar nenhum.
Lalali: Lógico que está indo a algum lugar!
Moon: E estaria indo para onde, senhorita chefe das ideias, pode me dizer?
Lalali: A história está indo para o final, é lógico.
Moon: E eu pensei que você poderia me dar uma resposta interessante. E criativa!
Lalali: Mas estou sendo apenas categórica. É essa a palavra?
Moon: Não sei.
Lalali: Mas é você que deveria saber. Não está escrevendo a história?
Moon: Só estou escrevendo o que me vem na cabeça.
Lalali: Certo. Isso não me surpreende.
Não sei exatamente o motivo, mas quando a chuva vem, o sono acompanha. Coisa bizarra, não concordam?
No apartamento da Matilde, de noite.
Kekekê: Estou entediado, minha cara.
Matilde: Está falando comigo ou com a sua própria cara?
Kekekê: A minha cara não é dona do seu apartamento.
[A fada folheia uma revista, sentada no sofá. Kekekê está na poltrona.]
Kekekê: Não gostou da minha resposta?
Matilde: Não gostei, mas nem vou falar.
Kkekekê: Me desculpe.
Matilde: Tudo bem. Se tiver entediado, tem louça pra lavar.
Kekekê: Louça pra lavar? AQUI? Quem é você, e o que fez com a minha esposa Matitde?
Matilde: Estava me referindo na casa da Tuta. É dia de folga da Beta.
Kekekê: Mas eu não quero lavar a louça.
Matilde: Então continue entediado.
Kekekê: Direta, como sempre!
Matilde: Sou uma fada que preza por precisão nas minhas palavras.
Kekekê: É. Eu sei disso, melhor que ninguém.
Matilde: Ainda bem. Isso prova que você é espero.
Kekekê: Não é questão de esperteza, e sim de sobrevivência!
Matilde: Sempre tão espirituoso, com esse tipo de comentário.
Kekekê: Gosto de te impressionar.
Matilde: Depois de tantos anos de casamento?
Kekekê: Mas é lógico.
Matilde: Quanta consideração da sua parte.
Kekekê: Faço o que posso!
Matilde: Bom! *fecha a revista, e coloca em cima da mesa* Vamos pra casa da Tuta.
Kekekê: Mas eu não quero ir, lavar a louça.
Matilde: Você disse que estava entediado.
Kekekê: Verdade, mas na verdade, eu só queria que você me desse atenção.
Matilde: Você não é cachorro, pra fazer charminho pra ter a minha atenção.
Kekekê: Ainda bem que continuo charmoso.
Matilde: O que quer fazer, então?
[A luz pisca. Mas a energia fica estabilizada.]
Matilde: Pensei que teríamos que fazer jantar a luz de velas.
Kekekê: Ótima ideia! Eu trouxe um negócio que você vai gostar.
Matilde: O quê?
[Kekekê tira uma vela de barco do gorrinho. Tem embutido com ela uma luminária.]
Matilde: Isso é surpreendente. Faz muitos anos, desde que vi esse gorrinho que guarda tralha.
Kekekê: Ele não guarda tralha! São coisas. E surpresas, porque só vi hoje o que tinha dentro dele.
Matilde: Quanta coragem! Mas gostei da vela-luminária.
Kekekê: Sabia que você ia gostar!
Matilde: Deve ser assim, o romantismo dos piratas.
Kekekê: Eu concordo.
Matilde: Mas é estranho pensar em piratas românticos.
Kekekê: Eu discordo. O mar é um excelente cenário romântico!
Matilde: Você é um sonhador.
Kekekê: E você, muito pragmática.
Matilde: Deve ser por isso, que a gente combina.
Kekekê: De fato.
Matilde: Vai querer chá gelado?
Kekekê: Aceito! Deixe que eu te ajudo, a arrumar a mesa.
Matilde: E a vela não vai caber na mesa.
Kekekê: Mas eu ainda nem tentei colocar!
Matilde: É óbvio que não vai caber! Ela é gigante!
Kekekê: Tem razão, tem razão. Estou esquecendo do óbvio!
Morar sozinho tem suas vantagens, ninguém pode interromper os seus monólogos.
No apartamento do narrador, Locutor-sama em sua moradia dramática.
Locutor-sama: *a campainha está tocando, ele está indo atender* Já vai, já vai.
[O narrador abre a sua porta, e ele está até muito bem humorado.]
Patrick: Olá vizinho! Tem uma xícara de açúcar para me emprestar?
[Ele olha pra cabeça do Locutor, que está coberta com um chapéu de sapo.]
Locutor-sama: Uma xícara de açúcar, Patrick? Se quiser, posso te dar um pacote fechado.
Patrick: Seria muito gentil da sua parte, meu amigo.
Locutor-sama: Entre, por favor. Não precisa de uma desculpa esfarrapada dessas, para vir me visitar.
Patrick: Eu realmente estou precisando de açúcar.
Locutor-sama: Está bem. Por hoje, eu irei acreditar.
[Locutor aponta um sofá, para o amigo sentar]
Patrick: Muito obrigado.
Locutor-sama: Não me agradeça ainda, preciso pegar o açúcar.
Patrick: Estava agradecendo por ter lugar pra sentar, na verdade.
[Locutor se retira para a cozinha. Ele logo retorna com o pacote de açúcar.]
Locutor-sama: Você tomou café da manhã?
Patrick: Não tomei. Acabei de chegar em casa de uma missão diplomática.
Locutor-sama: Então você está convidado, para tomar café da manhã comigo.
Patrick: É como aquele programa de televisão, que a mulher convidou até um palhaço de profissão pra tomar café da manhã com ela?
Locutor-sama: Pode ser. Venha logo, antes que eu simplesmente mude de ideia.
[Os dois agora estão na cozinha. O pão é fresco. O café também é muito bem feito.]
Patrick: Caramba! Não como pão caseiro desde quando saí de casa.
Locutor-sama: Ainda bem que você gostou, minha cara cobaia.
Patrick: Você sempre tem que fazer esse tipo de piada, não?
Locutor-sama: Sou um cara com um espírito daqueles.
Patrick: De fato. Ainda bem que admite.
Locutor-sama: Lógico que tenho que admitir! É uma das minhas melhores qualidades.
Patrick: Concordo. *percebe o que acabou de falar* Eu falei por falar!
Locutor-sama: Claro, claro. E como está o café?
Patrick: Está ótimo. Você sempre foi bom em fazer café.
Locutor-sama: Meu pai, em contrapartida, não sabia fazer café preto. Só café com leite.
Patrick: Ah! Eu me lembro disso.
Locutor-sama: E minha mãe brigava com ele, falando pra ele parar de tentar fazer café preto.
Patrick: Até que finalmente seu pai ouviu a voz da razão, e desistiu de fazer.
Locutor-sama: Sim. Demorou bastante para esse milagre acontecer, na verdade.
Patrick: Demorou mesmo. Mas ainda bem.
Locutor-sama: Ainda bem o quê?
Patrick: Que nós dois ainda sabemos conversar casualmente.
Locutor-sama: Mas é claro. Que ideia! Acha que só sei ficar zombando da sua cara?
Patrick: Tenho certeza que esse é um dos seus passatempos favoritos.
Locutor-sama: Que ideia absurda, a sua, meu amigo.