No apartamento da Matilde.
Matilde: É hoje que começarei a vender minhas cocadas.
Tuta-sama: Vai vender as suas cocadas?
Matilde: E serei conhecida como a fada da cocada!
Tuta-sama: Matilde! Eu não estou pagando um salário bom o suficiente? Não é dinheiro o bastante pra você?
Matilde: Ah! Não é isso, minha cara. Deixe eu te explicar.
Tuta-sama: Então me explique, estou esperando.
Matilde: Estou escrevendo uma história. Sobre uma fada, com necessidades financeiras.
Tuta-sama: E essa fada não é você?
Matilde: Não!
Tuta-sama: É só pra eu ter certeza.
Matilde: De qualquer modo, eu não preciso de dinheiro. O salário que você paga é suficiente.
Tuta-sama: Ainda bem.
Matilde: Mas gosto de escrever, pois é uma maneira de organizar as ideias.
Tuta-sama: Sei.
Matilde: É verdade.
Tuta-sama: Eu acredito em você.
Matilde: Ainda bem, você de vez em quando me confunde.
Tuta-sama: É uma das minhas melhores qualidades.
Matilde: Não vejo isso como qualidade.
Tuta-sama: Como não? É lógico que é uma qualidade.
Matilde: Não é uma qualidade. É uma chateação!
Tuta-sama: Vamos concordar em discordar.
Matilde: Está bem, está bem.
Tuta-sama: Ótimo. Tomamos a atitude mais sábia.
Matilde: Sei. De qualquer forma, vá pegar um copo de água pra mim, certo?
Tuta-sama: Está bem. Vou lá pegar.
[Tuta vai até a cozinha, e deixa a fada no seu notebook.]
Tuta-sama: Já trouxe a água.
Matilde: Obrigada!
Tuta-sama: De nada. Como vai a escrita?
Matilde: Um pouco devagar.
Tuta-sama: Não parece.
Matilde: É que estou escrevendo uma fanfic, no paralelo.
Tuta-sama: Pensei que a fada das cocadas era uma fanfic.
Matilde: Quê? Lógico que não. É uma história original.
Tuta-sama: Uma história original?
Matilde: Sim, é uma história original. Está difícil de entender?
Tuta-sama: Não é que está difícil de entender.
Matilde: Não? Então qual é a questão?
Tuta-sama: A questão é, que gosto de encher a sua paciência.
Matilde: Ah. Devia ter imaginado.
Tuta-sama: Claro que você deveria ter imaginado.
Matilde: Sim, sim. Sempre tenho que estar preparada, não?
Tuta-sama: Nem sempre. Se não, perde a graça.
Matilde: Devia ter imaginado que você me diria isso.
Tuta-sama: Não. Se não, como teria um diálogo?
Matilde: De fato.
Tuta-sama: Aí seria um monólogo.
Matilde: Realmente.
Tuta-sama: De qualquer modo.
Matilde: O que há, agora?
Tuta-sama: Já acabaram as cocadas?
Matilde: Já.
Tuta-sama: Mas já???
Matilde: Sim. O Kekekê levou pros amigos.
Tuta-sama: E eu??
Matilde: Você já comeu um monte! Francamente!
Tuta-sama: Sempre cabe mais um.
Matilde: Que esterótipo de Taurina!
Tuta-sama: Ora, dá licença! Faço o que eu quiser.
Matilde: Tá bem, tá bem.