Locutor-sama: Em uma das suas raras horas de relaxamento, Tuta-sama aproveitava o começo do seu dia. Estava sentada confortavelmente na varanda da sua casa…
Tuta-sama: Ah! Quando finalmente tenho um pouco de silêncio, aparece esse narrador chato.
Locutor-sama: Peço desculpas, Tuta-sama. Mas hoje, eu vim aqui para narrar…
Tuta-sama: Narrar? Eu não quero ouvir narração.
Locutor-sama: Então o que você gostaria de ouvir, Tuta-sama?
Tuta-sama: Os meus pensamentos.
Locutor-sama: Mas a autora me pediu que…
Tuta-sama: O que importa? Sou eu que mando, já que eu pago todos os personagens.
Locutor-sama: Eu sei disso.
Tuta-sama: Se você sabe, então dê o fora.
Locutor-sama: Preciso fazer o meu trabalho por mais algumas linhas, Tuta-sama.
Tuta-sama: Será que terei que repetir?
Locutor-sama: Tuta-sama, entendo que está cansada. Mas hoje, eu devo narrar o que você está fazendo.
Tuta-sama: E isso importa alguma coisa?
Locutor-sama: É claro, os leitores…
Tuta-sama: Estou falando, o que importa você narrar? Por que não vai seguir um personagem desocupado?
Locutor-sama: Não posso, já que é a vez de narrar as suas aventuras.
Tuta-sama: Aventuras? Minha única aventura será ficar sentada confortavelmente.
Locutor-sama: Não tem importância. Personagens sentados na cadeira é algo diferente, para se narrar.
Tuta-sama: Você é surdo?
Locutor-sama: Não. Graças a deus, tenho muito bons ouvidos.
Tuta-sama: Eu quero silêncio, e você está me incomodando.
Locutor-sama: Posso falar mais baixo.
Tuta-sama: Diminuir o volume não quer dizer silêncio.
Locutor-sama: Mas é possível ouvir os pensamentos.
Tuta-sama: Como você é insistente!
Locutor-sama: Narradores não podem desistir facilmente.
Tuta-sama: Isso é muita falta de respeito.
Locutor-sama: Tuta-sama, peço desculpas por fazer o meu trabalho…
Tuta-sama: Não quero saber.
Locutor-sama: Mas eu…
Tuta-sama: Já decidi, Locutor-sama.
Locutor-sama: Decidiu o quê?
Tuta-sama: Eu vou tirar o seu microfone.
Locutor-sama: Tuta-sama, nós podemos conversar…
Tuta-sama: Nada disso! Me dê o seu microfone!
Locutor-sama: Você não pode fazer isso comigo.
Tuta-sama: Posso e devo!
Locutor-sama: Meu microfone é de estimação…
Tuta-sama: Daqui a pouco você vai falar que ganhou ele, quando era um bebezinho…
Locutor-sama: Não é apenas isso. Esse microfone me acompanhou pela longa jornada da vida. Passamos momentos felizes juntos, nos divertindo. Ele me ensinou muitas coisas, como ver que as coisas ruins da vida não se passam de desafios. Cada aprendizado meu, o microfone ficava mais orgulhoso de mim…
Tuta-sama: (adormeceu de boca aberta)
Locutor-sama: É, já fiz o meu trabalho por hoje.