Pixie Tales

Dias de luta, dias de pensar em pastel… Volta e meia volta a vontade de comer pastel. A história tem a ver com pastel? Não sei. Ainda não a escrevi, então ainda tenho que descobrir.

No apartamento da Matilde.
Era um dia escuro e tempestuoso. Mas isso não impedia a fada de aproveitar seu tempo para, manter a cabeça no lugar e não voar longe… Como as fadas fazem. Os pássaros também. E os pinguins. Mas eles não voam, você responde. Aí que está: É isso que eles querem que você pense.
Matilde: Que começo de história mais inusitado! E eu só estou tentando meditar.
Zezé: E de onde veio essa voz?
Tadeu: Será que temos um narrador atrás da cortina?
Matilde: Não digam isso nem brincando!
Zezé: Está bem. É momento de dizermos isso seriamente.
Tadeu: Será que temos um personagem que é onisciente?
Matilde: Muito engraçados os dois. Andaram lendo o dicionário, de novo?
Zezé: A Madrinha disse pra gente que, quanto mais cedo alcançarmos nosso intelectual e sermos gênios, melhor.
Tadeu: A mamãe vai fazer nós dois—
Matilde: Brincarem ali no canto. Estou tentando meditar.
Zezé: Agora fiquei na dúvida.
Matilde: Fale, Zezé.
Zezé: Eu nunca vi uma fada meditar.
Matilde: Você nunca viu. Entendi. Se puder me deixar em silêncio, vai ver pela primeira vez.
Tadeu: Mamãe é mesmo incrível!
Zezé: Tão intelectual.
Matilde: *coloca a mão na testa* E eu ainda deixo a Tuta influenciar vocês dois… Que tipo de mãe eu sou?
Zezé: Ah não!
Tadeu: Agora ela é uma fada com crise existencial.
Zezé: Isso significa uma coisa.
Tadeu: Que isso daria um ótimo quadro?
Zezé: Sim! Mas nós não somos pintores.
Tadeu: É mesmo.
Zezé: Então nós podíamos ir…
Tadeu: Ir até a cozinha, e abrir o pote de biscoitos!
[Os gêmeos saem correndo, com a mãe atrás dele. Voando.]
Matilde: Vocês não vão a lugar nenhum!
Zezé: Mas eu estou com fome.
Tadeu: E eu queria experimentar o gostinho de um biscoito.
Zezé: Deixa vai?
Tadeu: Deeeeeeeeeeixa?
Matilde: Tá. Vocês podem fazer isso. Mas!
Zezé: Mas?
Tadeu: Nós vamos ter que ler os termos e as condições. Já vi que hoje está difícil.
Matilde: Deixa de bobagem! Não tem termos e condições. Só tenho que voar um pouquinho, para pegar o pote de biscoitos. Lembram que deixei em cima do armário, porque vocês quebraram o outro sem querer? *pega o pote de biscoitos e volta para o chão*
Zezé: É verdade!
Tadeu: Mas podemos comer biscoito mesmo assim, não é?
Matilde: Eu vou permitir vocês dois de comerem biscoito.
Zezé: Ainda bem.
Tadeu: Obrigado pela gentileza de seu nobre espírito, mamãe.
Matilde: De nada. Mas por favor, parem de falar assim. Sejam crianças e digam a primeira coisa que vier a cabeça!
Zezé: Não.
Tadeu: Não mesmo!
Matilde: Então brinquem ao menos, ao invés de ficar lendo o dicionário.
Zezé: Então para quê serve o dicionário, se não podemos ler?
Matilde: Para buscar uma palavra em particular, que você não sabe o significado.
Tadeu: Ah.
Zezé: Então tá.
Matilde: Se quiserem brincar na cozinha, fiquem à vontade. Eu vou para a sala, tentar meditar um pouco. *a fada sai da cozinha*
Zezé: Vamos continuar lendo o dicionário, mesmo assim.
Tadeu: Vamos! *tira o dicionário do bolso*

— Como uma criança que é um duende, pode guardar um dicionário no bolso? Pergunta difícil de responder.