Pixie Tales

Em dias assim, que você está de folga, precisa-se encontrar algo de muito interessante para te ocupar a mente. Um pequeno mistério para uma pequena fada. Em tamanho. Pois ela é uma grande pessoa! Fada. Quero dizer.

No apartamento da Matilde.
[A fada está sentada no sofá, digitando o número no telefone]
Matilde: Alô??? Tuta!!
Tuta-sama: Alô, alô. O que foi Matilde? Você está agitada! Eu sinto que até que os sinais de pontuação, estão repetidos. No texto, quero dizer. Diga o que precisa caríssima.
Matilde: Eu preciso que você me responda uma coisa.
Tuta-sama: Que coisa? Tem tantas coisas que você é capaz de me perguntar! Eu realmente quero que digas de uma vez o que quer.
Matilde: A missão do Kekekê.
Tuta-sama: Missão? Do quê é o que você está falando…
Matilde: Tuta! Você sabe me dizer qual é a missão do Kekekê? Pare de virar a conversa para outros lados e me diga de uma vez!
Tuta-sama: Eu adoraria poder te ajudar, mas estou ocupada aqui! Tô vendo os afazeres do nascimento dos filhotes da minha cachorrinha.
Matilde: Ah! Parabéns.
Tuta-sama: Agradecida! Mas você está muito tensa, Matilde. Tente se acalmar… Tomar um chazinho!
Matilde: Eu estou calma. É que a minha voz normal e minha voz de nervosa, a diferença é sutil demais para você perceber, pelo visto!
Tuta-sama: Eita! Como assim? Não sou nenhuma insensível com os sentimentos alheios. Principalmente dos meus amigos!
Matilde: Então me diga de uma vez: O Rodolfo, a rena do Papai Noel veio aqui e…
Tuta-sama: O RODOLFO VEIO? E chamou Kekekê para uma missão, a pedido de Papai Noel!
Matilde: É mais ou menos isso.
Tuta-sama: Que absurdo! Estou indignada. Tudo bem que o Rodolfo nunca foi muito com a minha cara, por algum motivo que não lembro bem, mas…
Matilde: Mas?
Tuta-sama: Espera. *coloca a patinha no telefone*
Matilde: Tá.
Tuta-sama: Hã… Falávamos da missão do Kekekê.
Matilde: Isso.
Tuta-sama: Serei honesta com você, Matilde. Entre amigas não há segredos…
Matilde: ENTÃO DIGA DE UMA VEZ!
Tuta-sama: Calma! Assim eu esqueço o que ia falar. Essa noite eu tive insônia, abri uma das portas e fui parar em uma padaria. Uma história engraçada…
Matilde: TUTA! FOCO!
Tuta-sama: O marido da foca?
Matilde: *bate a mão na testa*
Tuta-sama: Foi engraçado, vai! Mas eu serei sincera.
Matilde: Sim, é claro. Você é sincera. É a sua especialidade.
Tuta-sama: Não me venha com sarcasmos.
Matilde: E você não me venha com enrolações senhora guaxinim! Venha-me com palavras claras e objetivas.
Tuta-sama: Tá bom. Serei objetiva. Prometo!
Matilde: Não quero promessas, quero atitudes.
Tuta-sama: Mas estou falando contigo por telefone!
Matilde: E eu não sei?
Tuta-sama: Como é que tomarei uma atitude, sendo que não estou presente na sua frente?
Matilde: Como é…
Tuta-sama: Atitude para mim, só dá para tomar pessoalmente. Entende?
Matilde: Não. E nem a missão do Kekekê.
Tuta-sama: Como é que vou saber?
Matilde: Não acredito! Tu me enrolaste com conversinha até agora, e no final das contas não sabe de nada?
Tuta-sama: Bem. Não tenho culpa se acha que sei de tudo, Matilde. Acha que sou onipresente?
Matilde: Mas você tem câmeras em casa!
Tuta-sama: Não sei do que está falando.
Matilde: Então tem qualquer outra forma de saber.
Tuta-sama: Bem. De certa forma, sim. Como trabalhei com Papai Noel, seus duendes e companhia limitada… Tenho o número da Mamãe Noel.
Matilde: Então…?
Tuta-sama: Mas mesmo assim não sei.
Matilde: COMO NÃO?
Tuta-sama: E também não vou ligar. A Mamãe Noel já tem que aturar o estresse do Noel nessa época do ano. Recuso-me a incomodá-la.
Matilde: Então tá bom. Beleza.
Tuta-sama: Beleza.
Matilde: BELEZA!
Tuta-sama: Credo! Não grita no meu ouvido. Os dois são sensíveis.
Matilde: Tá bom. Desculpe.
Tuta-sama: Posso desligar agora?
Matilde: Tá. Tchau.
Tuta-sama: Tchau!

— Quando eu cismo com uma piada, eu vou usá-la até o fim… Seja lá o que for que quero dizer com isso. Mas nunca se sabe! A vida é um tanto surpreendente.