Raccoon Tales

O espírito de aventura é algo incomum para algumas pessoas, pois elas não conhecem a sua verdadeira essência.

Matilde: Hoje é o dia em que o duende Memorildo irá fazer uma viagem. Pelo deserto. Só pelo espírito de aventura. Espero que vocês tenham notado: O Locutor-sama faltou hoje, por algum motivo que desconheço e serei eu a narradora. Segue a história!
Memorildo: *no celular* Dona Tuta gostaria de participar de uma emocionante viagem de moto?
Tuta-sama: *do outro lado* Deixe-me pensar… Parece interessante.
Memorildo: Não quer saber o motivo da minha viagem?
Tuta-sama: Pode ser. Qual o motivo da sua viagem? Compromisso urgente? Não sei. Podia tentar adivinhar, mas a minha curiosidade de saber o seu motivo de viajar é maior.
Memorildo: Vou em busca da aventura, caríssima amiga. A aventura aguarda todos nós, basta esperar quando ela chamar seu espírito para ir no caminho que esta indica!
Tuta-sama: …tá tudo bem, Memorildo?
Memorildo: Estou ótimo!
Tuta-sama: Está bem. Vou viajar com você. Por segurança.
Matilde: Tuta-sama mal sabia que por prezar a segurança do duende, ela estaria selando seu próprio destino. Há! A minha narração é bem mais dramática que a do Locutor-sama. A personagem desliga o celular, após uma despedida que não é muito relevante.
Tuta-sama: Nossa! Senti um calafrio. Será que é o Locutor-sama me espionando novamente? Ou será que é alguma coisa pior?
Matilde: *aparece do nada, estava disfarçada como parede do quarto* Surpresa!
Tuta-sama: Sabia que era coisa pior.
Matilde: Engraçadinha. Não vamos nos estender aqui! *tira a varinha do bolso*
Tuta-sama: Uau! Você tem uma varinha!
Matilde: Engraçadinha. *usa a varinha para o ponto de encontro com Memorildo*
Memorildo: Tuta-sama! A Senhora veio bem rápido. Você trouxe até capacete. E seu anjo da guarda!
Matilde: Eu sou fada da guarda.
Tuta-sama: Não acredito que estou participando de uma história com roteiro tão apressado.
Matilde: Dê um desconto, a Moon está com alergia.
Tuta-sama: Vou descontar o salário de quem? Dela?
Matilde: Você nem paga a Moon com dinheiro!
Tuta-sama: Exato! Eu dou conselhos e sirvo de musa inspiradora.
Memorildo: Nós podemos começar a nossa viagem de moto?
Tuta-sama: Claro. Me ajuda com o capacete, Matilde. *a fada coloca o capacete* AAAAI. Doeu!
Matilde: Fresca.
Memorildo: Você vai nos acompanhar voando?
Matilde: Claro.
Tuta-sama: Ela é a narradora da história.
Memorildo: Quem trabalha de narrador não é aquele rapaz esquisito?
Tuta-sama: Ele faltou, hoje. Por algum motivo.
Matilde: Qual não foi a surpresa da Tuta quando ela tinha sido apresentada a uma moto e que ela iria dirigir! Isso vai dar muito errado. Memorildo e ela começaram a ligar suas motos. Não, não sei se minha chefe tem carteira de motoqueiro.
Tuta-sama: Claro que tenho! Eu sou maneira!
Memorildo: Está sentindo o vento, a aventura chamando você até o fim do caminho?
Tuta-sama: Tô sentindo cheiro de espinafre! Mas qual é o nosso destino?
Memorildo: O destino é o destino da aventura…
Matilde: Leitor, iremos poupar você de um longo discurso do duende Memorildo onde envolve uma grande filosofia chata pra caramba, longa e monótona. Isso é um blog de histórias de humor, não um livro filosófico. Ou seja lá qual for o gênero dessa conversa maluca!
Tuta-sama: Minha nossa! Já está de noite. E nós paramos. Temos um destino, afinal de contas!
Memorildo: Sim! Mas eu tinha que entreter de alguma forma. Ninguém gosta de viajar no silêncio!
Tuta-sama: O que faz quando viaja sozinho? *Matilde tira o capacete da Tuta com a varinha* Devia ter feito isso da primeira vez, pateta!
Matilde: Esqueci.
Memorildo: Olhem para cima, vocês duas! Como o céu é bonito e cheio de estrelas. A viagem pode ter durado horas e horas, mas esse cenário único vale a pena qualquer sacrifício.
Tuta-sama: Uma verdadeira metáfora para a vida!
Matilde: Não acredito que participei de uma história metafórica.
Tuta-sama: Qual é o problema? Você que não tem paciência com o pobre coitado do Memorildo, sua imediatista!
Memorildo: Não gostou da paisagem?
Matilde: É bem bonita, mas esperava piadas!
Memorildo: É… É…. Não sou bom com piadas. Desculpem.
Tuta-sama: Se é uma piada que quer, porque não transforma sua cabeça em uma abóbora? Ficaria perfeita em você!
Matilde: Calada. Sua invejosa!

— História de aniversário escrita para minha mãe. Espero que tenha gostado!