Na vida, apesar de não sabermos sempre tem alguém nos acompanhando. Não é uma história de fantasma – A não ser que, você seja amigo de um. O problema disso é que, de tanto conviver com humanos eles acabam se adequando aos hábitos nossos. Como a Black Friday.
Na frente lojinha de suprimentos para as emoções das mentes humanas:
[Lugar cheio de duendes, fadas, animais fantásticos esperando abrirem as portas]
Kekekê: É hoje, Tasketê! Você está com a sua listinha?
Tasketê: *olhando para o celular* Ansiedade é um item que está em promoção, mas é muito concorrido. *guarda o celular e olha para o Kekekê* Eu preciso comprar. Acho que estou ansioso também, Kekekê!
Kekekê: Calma Mas… Não é só sobre os que estão em promoção.
Tasketê: Sim! Só que isso aqui não é uma visita casual. É uma guerra! É o verdadeiro significado de uma data como essa.
Kekekê: Falando assim, está me deixando assustado. Você não tá nada calmo!
Tasketê: Desculpe. *respira fundo* E a sua lista?
Kekekê: Preciso de Criatividade, Paciência, Autocontrole, Organização.
Tasketê: Isso tudo é para a Moon?
Kekekê: Não é a Moonzinha que me preocupa, apenas. São as ideias que dominam a cabeça dela.
Tasketê: Mente de pessoas criativas são um tanto complicadas.
Kekekê: Tem razão! *olha em direção das portas da loja* Eles vão abrir, tente não se distanciar de mim, meu amigo!
Tasketê: Temos que encontrar uma abertura… Uma estratégia! *vai andando perto de um monte de gente*
Kekekê: Ali! Vamos! *faz o possível para não se distanciar do Tasketê, enquanto eles vão até a seção que havia disponível “Ansiedade, Autocontrole, Organização”*
[Várias discussões aconteciam em volta dos dois. As prateleiras, quase vazias. Para se salvar do corredor que rapidamente ficou lotado, Kekekê começou a subir. Tasketê foi atrás dele, mas acabou sendo levado pelo montão de criaturas mágicas que estavam se aglomerando.]
Kekekê: TASKETÊ! MEU AMIGO, NÃO! *cai uma lágrima do seu olho*
Tasketê: VÁ SEM MIM, KEKEKÊ! COMPRE “ANSIEDADE” PARA MIM, SE CONSEGUIR ACHAR!
Kekekê: O que vou fazer… Já não consigo mais achar o pobre coitado!
[Olha em no meio de todo mundo, aflito]
Kekekê: Eu… *o celular do Kekekê toca e ele tira do gorrinho para ver a mensagem* Matilde??
Matilde: Onde você está? Em uma loja física, não é?
Kekekê: Eu estou, sim! Perdi o Tasketê de vista!
[Matilde aparece ao lado dele, deixando purpurina no andar da prateleira que o Kekekê estava]
Matilde: Não acredito nisso! Vocês dois perderam completamente o juízo.
Kekekê: Tasketê! Você achou ele.
Matilde: Ele ainda tá meio zonzo porque usei magia muito rápido. Infelizmente, vou ter que usar novamente para levarmos nós três para minha casa.
Kekekê: Mas Matilde…
Matilde: Nada demais!
No apartamento da Matilde:
Matilde: Muito bem! Vou preparar alguma coisa para vocês.
Kekekê: Eu te ajudo, Matilde.
Matilde: Não! Você foi bastante irresponsável de ter ido. Sair de casa em dia de Black Friday!
[Matilde colocou Tasketê em um dos sofás. Kekekê ficou sentado em uma das poltronas, pensando na vida. Foi para a cozinha procurar alguma coisa nos armários]
Matilde: Achei a poção para ajudar o pobre coitado. Acorda, Tasketê!
[Tasketê abre os olhos.]
Matilde: Sente-se. Não ia jogar a poção no seu rosto, então beba.
[A fada deu um copo para ele. Tasketê bebeu, agradecido.]
Matilde: Agora os mocinhos vão me explicar porquê não usaram celulares para fazerem essas benditas compras.
Kekekê: Eu queria sair para tomar ar fresco?
Matilde: Ai, ai. Você queria tomar ar fresco em lugar cheio? Foi tolice da tua parte.
Tasketê: E pensar que tinha 0,80 centavos de desconto, comparando com o preço no aplicativo..
Matilde: Você se aventurou PELO DESCONTO? O próximo passo das besteiras que vão fazer é comprar porcarias desnecessárias pela internet e ficar com a casa entulhada…
[Kekekê abaixou a cabeça, triste. Tasketê ficou em silêncio, sem jeito.]
Matilde: Vocês entendem muito bem o que estou falando, mas já cansei de passar sermão.
[Os dois duendes olham para caixas vazias que estavam em um canto da sala, e muitas outras fechadas, mostrando que Matilde havia feito compras recentemente.]
Matilde: Vão fazer algum comentário? Vão? Não, né? Ótimo!