DIA NOVE “Nove senhoras dançando”
Rosalina: Hoje acordei com vontade de fazer algo de diferente, então fui até uma apresentação que chamou a minha atenção, quando vi o jornal de manhã. Era uma apresentação de senhoras dançarinas, uma tradição comum por aqui no final do ano. Senhoras ou não, é costume grupos de dança juntarem nove pessoas para as festividades.
Olliver: Rosalina! Que coincidência vê-la por aqui.
Rosalina: *pensando* Ou pelo menos foi a mentira que contei para mim mesma. O fato é que, vi a foto do grupo das senhoras e, havia uma décima pessoa. O Olliver. Vim aqui para matar a minha curiosidade, na verdade. Digo isso para ele? Não, não. É melhor ocultar uns fatos, fica parecendo que tenho interesse no que ele está fazendo, não é?
Olliver: Rosalina? Você está me escutando?
Rosalina: Oh, desculpe. Olá, Olliver. Vi a apresentação no jornal…
Olliver: E você teve interesse em vir? Estou feliz por te vindo por conta própria!
Rosalina: *pensando* Mentir não vai ser necessário.
Olliver: Venha, vou te apresentar as senhoras.
Rosalina: Ahn, tudo bem.
Olliver: Essas são Rosana, Madalena, Iracema, Betty, Isadora, Maria, Cristal, Abigail e… Cadê a Candy?
Rosana: Ela saiu para comer doces.
Rosalina: *pensando* É a primeira vez que vejo uma senhora tão espirituosa.
Madalena: Que coisa feia, Rosana. Fica parecendo uma adolescente mal educada!
Iracema: Mas ela foi comer doces, de fato.
Isadora: Ela não tinha dito que o médico havia proibido-a de comer doces?
Betty: Aquela velhota maluca não escuta ninguém.
Maria: Se ela escutasse, não tinha saído de casa vestindo algo tão brega.
Abigail: Candy disse que tirou a cortina da sala e fez um vestido.
Betty: Isso explica muita coisa!
???: Mamãe, eu já disse para a senhora. Não coma doces! O médico proibiu você disso!
??: Me deixa viver! Eu preciso de doces! Sou velha! Me deixa morrer com meu sangue açucarado!
Olliver: Ah, alô Fábio.
Fábio: Olliver! Me ajude a convencer essa velha irresponsável que estou preocupado com a saúde dela!
Olliver: Candy, você tem que entender que seu filho…
Vera: Ora! Até tu? Quero doces. Doces!
Betty: Coma aquela frutinha que te falei, coisa ruim!
Vera: Aquela joça não tem gosto de nada, sua queijadinha apodrecida! Eu quero açúcar!
Rosalina: A senhora… É Candy?
Vera: Ah! Uma mocinha. Pois bem. Na verdade, eu sou Verônica Candy. Obrigada por se importar!
Rosalina: Oh! Minha avó viu muitas das suas apresentações.
Vera: Compreendo. Ela me conheceu no meu auge, não é? Não são muitas pessoas que lembram disso.
Rosalina: Ela tem até hoje um vestido parecido que comprou seu, na época.
Vera: Sim. Que bom gosto! Há há há!
E foi naquele dia que tanto Olliver quanto Fábio, e até as oito senhoras dançarinas ganharam um grande respeito por Rosalina, pois ela fez a Vera esquecer completamente de querer açúcar.
Na apresentação, no teatro da cidade.
Rosalina: Uau! Elas são boas mesmo.
Olliver: São incríveis, não? Na verdade, foi a Candy que trouxe as oito para a tradição. Nenhuma delas sabia dançar.
Fábio: Mamãe é muito persuasiva.
Olliver: Há há! Ela é mesmo. Mas você também foi incrível, Rosalina. Nunca vi alguém fazer a Vera se convencer tão rápido a esquecer… De vocês sabem o quê.
Rosalina: Ah, foi sem querer. As flores que estão usando no cenário, são lindas!
Olliver: Deram trabalho para cuidar delas, mas no final, estou contente por tê-las ajudado.
Fábio: Agora me lembrei! É muita gentileza da sua avó, ter chamado a banda para animar a festa.
Olliver: Ela tem contatos, a vovó.
Rosalina: Hã? Uma delas é sua vó?
Olliver: Duas do grupo, na verdade. Por parte de mãe é a Rosana e por parte de pai é a Iracema.
Fábio: E a sua vó continua espirituosa, hein?
Olliver: Muito espirituosa.