Locutor-sama: Quase cinco horas da manhã na mansão de Tuta-sama. Era possível ouvir um barulho estranho, vindo de longe.
Tuta-sama: De onde está vindo essa barulho? É uma mosca?
Locutor-sama: Espero que não esteja se referindo a minha pessoa, Tuta-sama.
Tuta-sama: Não! Esse barulho… É barulho de obra? [levanta para olhar pela janela] Não. Não vejo nada daqui da janela.
Locutor-sama: Podem ser invisíveis.
Tuta-sama: Não seja bobo. E você? Mão dorme?
Locutor-sama: A narrativa nunca dorme!
Tuta-sama: Você deve ter algum problema.
Locutor-sama: Devo ter tomado muito café.
Tuta-sama: Quieto.
Locutor-sama: Tuta-sama deitou-se na cama, e tentou dormir. Mas não podia, porque continuava ouvindo o barulho. É como ouvir a pia pingando enquanto se está apertado, e precisar sair de baixo das cobertas para ir ao banheiro.
Tuta-sama: É melhor eu ir checar o que é o barulho.
Locutor-sama: A guaxinim levantou-se da cama. Mas que coragem! Está tão frio, fora de baixo dos cobertores… Pensando bem, eu deveria estar deitado na cama, e dormindo.
Tuta-sama: E porque não está?
Locutor-sama: A narrativa dramática acaba sacrificando a preguiça, para ter um bom trabalho.
Tuta-sama: Nossa, fascinante.
Locutor-sama: Obrigado.
Tuta-sama: Isso não foi um elogio!
Locutor-sama: Tuta-sama foi andando pelo corredor, com uma lanterna acesa. Não está se sentindo como se estivesse em uma caverna? Tome cuidado! Pode aparecer um zubat, a qualquer momento!
Tuta-sama: Não é a toa que está com insônia, se estava jogando pokémon antes de dormir.
Locutor-sama: Estou vendo batalhas pokémons, toda vez que fecho os meus olhos.
Tuta-sama: Devia pensar um pouco antes de fazer besteira.
Locutor-sama: Tuta-sama continuou andando pelo longo corredor. Abria portas e via universos paralelos, mas não achava o bendito do barulho que a irritava.
Tuta-sama: Universos paralelos? Do que está falando, seu maluco?
Locutor-sama: E aquele lugar que tinha elefantes vestindo capacetes enquanto jogavam basquetes?
Tuta-sama: Está sonhando acordado? Vá dormir, Locutor-sama. Está precisando, tendo alucinações!
Locutor-sama: Também tinha aquela dimensão dos abacaxis dançarinos de macarena…
Tuta-sama: Está realmente tendo alucinações!
Locutor-sama: O corredor parecia interminável. Estamos em um sonho? Daqueles em que corremos para o banheiro, mas nunca conseguimos chegar no lugar?
Tuta-sama: Esses tipos de sonhos são perigosos.
Locutor-sama: O barulho parecia mais próximo. Será que finalmente vamos descobrir de onde está vindo…
Tuta-sama: Parabéns! Está conseguindo ser mais irritante do que barulho. [bate palmas] Agora, cale a boca.
Locutor-sama: Olhe, Tuta-sama… Está vendo? Há uma porta aberta.
Tuta-sama: Ah! Essa cantoria… é a voz da Panetone.
Panetone: Oh, olá Tuta-sama. O que conta de novo?
Tuta-sama: Não são cinco horas da manhã? O que está fazendo?
Panetone: Hoje tenho prova da faculdade!
Tuta-sama: Mas não são só oito horas?
Panetone: Não posso me dar ao luxo de acreditar em relógios!
Tuta-sama: Tem sorte que você é simpática demais para eu te chamar de miserável. [vai embora]
Panetone: Obrigada?