Green House Stories

A inspiração é algo esquisito. E tem gente que diz que é coisa de outro mundo! Mas isso não justifica a esquisitice.

[Casa Verde, No quarto da Sabrina]
Sabrina: [se equilibrando com um pé só, fazendo um quatro com as pernas] Puxa vida, da outra vez consegui uma ideia incrível. Por que dessa vez não está funcionando? Porcaria! Inspiração é algo muito complicado para o meu gosto. Deveria ser simples como comer um pedaço de bolo de chocolate.
Locutor-sama: ´[aparece de repente] Será que comer um pedaço de bolo de chocolate é algo realmente simples? Certas coisas podem ser mais complexas do que se imagina.
Sabrina: [cai no chão] Leonard! Que mania de aparecer de repente.
Locutor-sama: [oferece uma mão para Sabrina se levantar, e ela aceita a ajuda.] Peço desculpas. Mas o código de narrador dramático diz que aparições inusitadas são algo essencial.
Sabrina: [de pé, cruzou os braços] Não sabia que tinha um código de narrador.
Locutor-sama: Tem, sim. É muito interessante, Sabrina!
Sabrina: E você segue tudo ao pé da letra?
Locutor-sama: Nem tudo. Uma das coisas é você vestir pantufas de coelhinho todas as noites.
Sabrina: Puxa vida.
Locutor-sama: Mas todo mundo sabe que um chinelo estampado de onigiri é muito melhor!
Sabrina: Você tem uns gostos estranhos, Locutor-sama.
Locutor-sama: É. Eu tenho gostos um tanto excêntricos. De qualquer forma, não acha confuso você me chamar uma hora de Leonard outra de Locutor? Acredito que ficaria mais fácil se você decidisse do que me chamar.
Sabrina: Er… hm… Sim. É verdade. Mas apesar de eu querer te chamar de Leonard, a sua cara grita “Locutor-sama!”
Locutor-sama: Puxa vida, a minha cara grita? [coloca as duas mãos no rosto.
Sabrina: É modo de dizer. Não precisa ser engraçadinho.
Locutor-sama: Eu sempre tento fazer as pessoas rirem. Infelizmente, não consegui fazer isso.
Sabrina: Você quer fazer uma pessoa rir?
Locutor-sama: Sim. Sabe quem?
Sabrina: Nem imagino.
Locutor-sama: Estou falando de você. Quem mais seria?
Sabrina: Eu? Mas para quê você quer me fazer rir, Leonard?
Locutor-sama: Muito simples. Observei que anda estressada ultimamente, procurando inspiração e novas oportunidades para suas ideias. Não há tempo de rir, nessas horas!
Sabrina: Olha, eu não sou do tipo que dá risada à toa.
Locutor-sama: É. Sei disso.
Sabrina: Não tem nada melhor para… se preocupar? Sem querer ser chata, mas tem vezes que você tem umas ideias estranhas.
Locutor-sama: Desculpe pela minha estranheza, mas…
Sabrina: Mas?
Locutor-sama: [pensando, de braços cruzados e olhos fechados]
Sabrina: Qual foi a ideia genial, agora? Se é que posso saber.
Locutor-sama: Me lembrei de um sonho que tive.
Sabrina: É mesmo?
Locutor-sama: Sonhei que era uma garota mágica.
Sabrina: Sério?
Locutor-sama: Sim. Sabe, não há nada de errado em me ver como garota mágica, mas…
Sabrina: Você fica calmo com coisas surpreendentes.
Locutor-sama: O que eu estava fazendo com um microfone de brinquedo na mão?
Sabrina: E fica intrigado com coisas muito malucas.
Locutor-sama: Já vi que vou pensar nisso quando eu dormir.
Sabrina: Relaxe, Leonard. Pense em descanso!
Locutor-sama: Decidiu me chamar de Leonard?
Sabrina: Sim, só de Leonard. Ninguém mais te chama de Leonard por aqui.
Locutor-sama: Obrigado.
Sabrina: Sério, Leonard. Vá descansar.
Locutor-sama: Certo, é melhor eu ir. E vá descansar também, Sabrina. Não fique esperando a inspiração vir, pois assim ela nunca vem. Pelo menos nunca acontece quando a autora espera a inspiração.
Sabrina: Vou me lembrar disso.
Locutor-sama: [foi embora]
Sabrina: [depois de alguns minutos que o narrador saiu, dá uma risada.] O Locutor-sama de garota mágica, segurando um microfone de brinquedo! Cara, vou guardar essa imagem para sempre. [dá um sorriso]