Kekekê/Matilde, Pixie Tales

Novembro é um mês curto, mesmo tendo trinta dias. Quando você pisca os olhos, já é dezembro!

Locutor-sama: No dia 10 de novembro, e já vamos falar de Natal?! (olha o calendário várias vezes) Estamos adiantadíssimos! Estou aqui, no apartamento da Matilde, e além da minha visita está a mãe dela, a dona Tildinha. Uma fada muito simpática!
Tildinha: Matilde, você ouviu o que as crianças pediram?
Matilde: (bebendo suco) Não, não estava nem prestando atenção.
Tildinha: Elas querem montar a árvore de Natal.
Matilde: (engasga com suco)
Tildinha: Está tudo bem, querida?
Matilde: Mãe, esses dois só podem estar loucos! Locutor, me dá aqui o teu calendário de bolso! (arranca das mãos do Locutor-sama) Tá vendo, hoje é só dia 10! DIA 10! (aponta para o dia no calendário)
Zezé: Puxa vida, é pedir demais querer já montar a árvore de Natal?
Tadeu: Será que é ruim ser adiantado?
Tildinha: É claro que não, meus queridos. Então filha, onde está a árvore de Natal?
Matilde: Mas, mas…
Kekekê: (veio da cozinha) Alguém aí falou em árvore de Natal?
Tildinha: Sim, você sabe onde está?
Kekekê: Está em cima do armário do quarto, vou pegar.
Matilde: (puxa o Kekekê pela camisa) Ei, nós ainda estamos em novembro!
Kekekê: Mas sua mãe pediu. (falando baixinho)
Matilde: Foi ideia das crianças, não dela!
Kekekê: Mais um motivo para eu ir pegar, ué. (vai até o quarto)
Zezé: Árvore de Natal!
Tadeu: Não há nada mais inspirador do que ela, antes da época!
Locutor-sama: Será que nosso amigo duende vai alcançar?
Matilde: Tem uma escada, se necessário. Não acredito que você foi convencida pelas crianças, mãe.
Tildinha: São crianças tão adoráveis, como dizer não para elas?
Matilde: Adoráveis? Qual de nós duas precisam de óculos?
Tildinha: Você, provavelmente. Como não pode dizer que seus filhos são adoráveis?
Matilde: Não são meus, e sim do Kekekê!
Tildinha: (surpresa) Que horror! Não te eduquei assim, Matilde! São seus filhos também, é a mãe deles. São iguaizinhos à você quando era pequena. Apesar de eles serem duendes, não fadas. E serem meninos!
Locutor-sama: Quer dizer que eram parecidos com a Matilde em questão de personalidade?
Tildinha: Exatamente! Você é um rapaz inteligente.
Matilde: Só podem estar de brincadeira, eu era uma criança boazinha!
Tildinha: (rindo) Claro, claro! Então quem será que quebrou o mesmo abajur, várias vezes?
Matilde: Quantas vezes eu tenho que dizer que foram os meninos filhos da vizinha?
Tildinha: Tão criativa. (dá outra risadinha) Ah, o seu marido voltou!
Kekekê: (com a caixa da árvore de Natal) Então Zezé e Tadeu, querem me ajudar a montar?
Zezé: É claro!
Tadeu: Onde vamos colocar?
Kekekê: (observa os cantos do apartamento) Ah! Ali deve estar bom.
Matilde: Não!
Kekekê: Porquê não?
Matilde: Ali vai ficar meu aquário!
Kekekê: Que aquário, Matilde?
Matilde: O que eu vou comprar, para os meus tubarões!
Kekekê: (horrorizado) Tubarões? TUBARÕES? Credo, compre peixinhos mais simpáticos. Ou melhor, não compre. Eles merecem morar em um lugar mais espaçoso que em um aquário.
Matilde: (fala um palavrão, que é censurado pois isso aqui é um blog de família)
Tildinha: (dá um beliscão na Matilde) Que árvore bonita que vocês tem! (vê o Kekekê tirando as peças da caixa) É nova, não?
Matilde: Ai!
Kekekê: Bem, eu comprei ano passado. Parece que está tudo aqui. Estrelinha, enfeites… não. Tem uma coisa faltando!
Locutor-sama: Há algo faltando? O quê, meu bom amigo Kekekê?
Kekekê: As luzinhas de Natal!!
Matilde: O QUÊ? Sabe quanto foi essas luzinhas que EU paguei??
Kekekê: Sei, foram caras. E faziam uns efeitos que nunca vi!
Matilde: Essas luzinhas tem que aparecer, agora!
Zezé: Mãe, você não pode fazer elas aparecerem?
Tadeu: É, você é uma fada!
Matilde: Eu sei que sou uma fada! Estão achando que não sei?
Kekekê: (explica pacientemente) Crianças, não dá para sua mãe adivinhar, mesmo com magia.
Zezé: Puxa, que chato.
Tadeu: Desculpe, mãe.
Matilde: Eu vou revirar essa casa inteira! Quero achar essas luzinhas agora!
Tildinha: Irei ajudá-la, filha. Onde posso procurar?
Matilde: Veja na cozinha, por favor. Kekekê, olhe na sala, enquanto isso, procuro no meu quarto.
Locutor-sama: Os três passaram horas e horas procurando, e foi uma busca cansativa, mas no fim, não acharam nada. Zezé e Tadeu gastaram o tempo deles, enquanto isso, pintando um livrinho.
Matilde: Ninguém se importa com o que eles estavam fazendo, francamente! (pega o telefone) Isso é uma situação de emergência!
Kekekê: Vai ligar para quem?
Matilde: Para a Hello! (digita o número da Casa Verde) Alô?
Rosalina: (quem atende o telefone) Casa Verde, Rosalina falando. O que deseja?
Matilde: Boa tarde. Será que podia falar com a Hello, por gentileza, Rosalina?
Rosalina: Sim, Matilde. Irei chamá-la. (solta o telefone) HELLO!
Matilde: Obrigada. (espera três minutos) E aí?
Hello: (apareceu depois de quatro minutos) Olá Matilde, o que você precisa? Você nunca liga para nada.
Matilde: Sim, eu sei. É que as luzinhas de natal sumiram, daqui de casa.
Hello: Sei…
Matilde: Lembra que você comentou que tinha uma sociedade secreta colecionadora de luzinhas de natal?
Hello: Eles só começam a trabalham em dezembro, Matilde. Tenho uma solução mais rápida para os seus problemas.
Matilde: Ah, tem? E qual é?
Hello: Já perguntou para as crianças?
Matilde: Não.
Hello: Quero ser um papagaio de pirata se eles não souberem onde as luzes estão.
Matilde: Vou checar, espera aí. (deixa o telefone na mesa) Zezé! Tadeu!
Zezé&Tadeu: Siim?
Matilde: Vocês sabem onde estão as luzes de natal?
Zezé&Tadeu: Sabemos.
Matilde: É mesmo? E onde elas estão?
Zezé: Nós usamos para enfeitar a árvore do Roberval e Jovial!
Tadeu: Nenhum de vocês perguntou.
Matilde: (pega o telefone novamente) Hello, você ainda está aí?
Hello: Estou.
Matilde: Andou ensinando para eles a fazer árvore para aqueles dois bonecos de papel higiênico??
Hello: Sim, mas juro que falei para eles NÃO USAREM luzinhas de natal de verdade. Suponho que eles não prestaram atenção.
Matilde: (bate com a mão na testa) Francamente Hello, se você tivesse filhos, não inventaria essas modas!
Hello: Que modas??
Matilde: (bate o telefone na cara da Hello) Muito bem! Quero as luzinhas de Natal…
Tildinha: Acalme-se, filha. Vamos resolver isso de uma maneira mais calma, sim?
Matilde: Quer dizer que nós vamos deixar as que comprei com as crianças?
Tildinha: Oh, não. Meus queridos, posso tirar as luzinhas de natal da árvore de vocês? Se vocês não se incomodarem…
Zezé: Pode. (cara de anjinho)
Tadeu: É claro, vó. (também com cara de anjinho)

– Primeira aparição da Dona Tildinha. Ela também se chama Matilde, e é baixinha. (por isso o apelido)
– Roteiro sugerido pela minha mãe. Muito obrigada!