Locutor-sama: Estava no meu fusquinha verde, dirigindo até a Casa Verde. Minhas férias em Acapulco foram ótimas, vou pedir para voltar para lá em dezembro, pelo menos para um final de semana! Depois de passar pelo Bar da Rubi para comprar um refrigerante, cheguei ao local. Após parar o carro em um lugar apropriado, saí com as minhas malas. Quando cheguei, vi o jardineiro Oliver, um homem simpático, porém suspeito, fazendo o seu trabalho.
Oliver: Olha só quem voltou! Olá, meu amigo Locutor.
Locutor-sama: Olá, como vai?
Oliver: Vou bem. Suas férias, como foram?
Locutor-sama: Em Acapulco. Foram ótimas. É claro que foi complicado, pois tive que viajar para o mundo real. Felizmente, conheço um rapaz simpático – o Chapeleiro Maluco – que me ajudou a viajar por um precinho camarada. Nada melhor do que ter os seus contantos para ajudar, de vez em quando.
Oliver: É o mesmo que faz Once Upon a Time, aquela série da tevê?
Locutor-sama: Ele mesmo.
Oliver: Mas que legal! Quero tirar férias também, será que a chefe deixa?
Locutor-sama: Não sei, é questão de perguntar para a senhorita Hello.
Oliver: Perguntar para ela? Você está louco? Desde que chegou o anão bárbaro Balinha por aqui, a chefe nunca está desacompanhada. E se o tal do Balinha achar que é uma pergunta ofensiva, e usar o machado em cima de mim?
Locutor-sama: Oh, então o Balinha chegou por aqui.
Oliver: (surpreso) Conhece ele?
Locutor-sama: Apenas porque eu me mantenho em dia com o roteiro das histórias. Quando tem um, claro. Esta aqui por exemplo está sendo escrita, apenas para explicar onde eu estive esse tempo todo. Nem sei como isso vai acabar!
Oliver: Bem, tem que se viver de algum jeito, não é mesmo? Sem saber o final do capítulo da vida – é mais emocionante assim!
Locutor-sama: Ah, com certeza. Agora com licença, vou entrar.
Oliver: Mas é claro. Seja bem vindo de volta.
Locutor-sama: Obrigado.
Oliver: (pensando) Hm, será que ele seria um bom aliado?
Locutor-sama: Já dentro da sala, achei o meu primo Barman fazendo algo que é se hábito, palavras cruzadas.
Barman: E aí, Locutor? As férias foram boas?
Locutor-sama: Foram ótimas. Trouxe umas fotos que tirem em Acapulco, quer ver?
Barman: Depois. Estou aqui na dúvida… Coelho famoso de uma menina baixinha e dentuça. É mesmo o Sansão ou a Mônica tem outro coelho?
Locutor-sama: Bem, ela tem a Dalila, mas a resposta deve ser Sansão, lógico.
Barman: É, tem razão. (escreve a palavra)
Locutor-sama: E as coisas por aqui, como andaram?
Barman: As mesmas de sempre. Por que você me pergunta, se sempre acompanha o roteiro?
Locutor-sama: É por educação, ué. E você sabe muito bem o porquê de eu sempre te perguntar isso…
Barman: Sim, eu sei. Você sempre tem esperanças.
Locutor-sama: Está mal humorado ou é apenas impressão minha?
Barman: É que acabou o gás (suspira desanimado) e estou aqui, esperando chegar. Sabe, não tenho paciência para essas coisas.
Locutor-sama: Quando esperamos algo, parece que demora uns duzentos anos. Relaxe, Barman! Ele vai chegar logo.
Barman: Assim espero. Já fiz dez páginas dessa palavra cruzada.
Locutor-sama: Puxa, você é bom hein? (vê a Hello descendo as escadas) Ah, olá Senhorita! Como vão as coisas?
Hello: Ah, estão ótimas! Vê esse chapéu que comprei?
Locutor-sama: Que parece de mexicano? Sim.
Hello: Estava uma pechincha, não resisti.
Locutor-sama: Estou vendo. Não vai sair na rua assim, vai?
Hello: A menos que eu queira chamar atenção, não. Locutor, já conhece o Balinha?
Balinha: Pelas barbas de Gimli! Outro mafioso!
Hello: Já disse que o Barman se veste assim por estilo. Não o chame de mafioso, pombas.
Balinha: Ah, desculpe. Então ele é que a dupla do Barman? Juntos eles são os homens de preto?
Locutor-sama: Não exatamente, apesar de sermos primos. Isso não tem nada a ver, aliás.
Balinha: Bem que vi que você eram parecidos. Ah! Você é o narrador, não é?
Locutor-sama: Sou, sim. Algo errado?
Balinha: Lógico! Olhe só. Cheguei aqui ontem, e descubro um romance mal resolvido!
Hello: Qual romance mal resolvido? (olha para os lados)
Barman: (engasga e derruba as palavras cruzadas no chão)
Balinha: E ainda não sabe do que estou falando, Hello? É pior que eu pensei.
Locutor-sama: Está assim há meses, ou anos. O que preferir dizer.
Balinha: Já não basta personagens que não aparecem, agora isso? Esses roteiros são planejados?
Locutor-sama: São poucos aqueles que a autora planeja de antemão.
Balinha: Que absurdo!
(repentinamente, são interrompidos por um cara vestido de refrigerante)
Coke-san: (segurando um microfone) Help! I need somebody/Help! Not just anybody/Help! You know I need someone /Help!
Hello: Help, dos Beatles? O que é que foi isso, gente?
Balinha: Isso aqui é um hospício!
Barman: Não me diga. (com as palavras cruzadas na mão novamente)
– Que isso Moon, um cara vestido de refrigerante? Um dia, vão me dar um prêmio por originalidade excêntrica.